Não Precisa Falar.

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Mas é óbvio que Bakugou sabia código morse. O que aquele cara não sabia fazer?! As vezes deixava Izuku puto, como naquele momento, mas na maior parte das vezes... Na maior parte das vezes o deixava completamente derretido. Como ele podia ser tão perfeito?

Se obrigou a parar de pensar nisso, engolindo em seco e sentindo o rosto queimar com a proximidade e a tensão entre os dois. Bakugou ainda esperava uma resposta, mas Izuku não sabia se era capaz de lhe oferecer. Era óbvio que estava falando sério, mas... Não esperava ter que lhe dizer isso tão cedo.

- K-Kachan, e-eu...

Praticamente implorou, desviando o olhar, lacrimejando levemente. Aquilo era demais para seu coraçãozinho. Não se enganem, Izuku era a pessoa mais forte que Bakugou já tinha conhecido, mesmo que ele nunca fosse admitir aquilo em voz alta, então para ele estar daquele jeito...

Bakugou suavizou o toque em seu rosto, o transformando em uma carícia leve, apesar das digitais quentes pelo nervosismo. Tinha medo de explodir seu rosto simplesmente por estar emocionado demais. Izuku o >amando< era uma coisa séria demais para sua falta de habilidade de lidar com sentimentos. Ia explodir, tinha certeza.

- Tá. Não precisa falar.

Apesar da frase grosseira, Izuku conhecia o loiro melhor que ninguém, sabia que a rouquidão em sua voz não era de raiva. Ele estava sendo sincero, não queria forçar Izuku a repetir. E o Moreno o amou mil vezes mais por isso.

- Obrigado, Kacchan. Mas... É claro que eu tô falando sério.

Tomou coragem para dizer aquilo, os olhos voltando a colar nos dele para que tivesse certeza que ele lia seus lábios no ambiente agora claro. Não era como dizer as palavras completas e isso de alguma forma tornava tudo mais leve. Não esperava que nada com Kacchan fosse ser leve, levando em conta a intensidade dos dois, mas em momentos assim, em que o loiro parecia se conectar à ele e ao que ele queria... Izuku se sentia leve, em casa, seguro.

- Tá...

Foi o que seu poço de segurança conseguiu responder, tão vermelho quanto ele, agora que Izuku se permitiu notar. Óbvio que ele não seria melhor em palavras do que Izuku, então o Moreno não se surpreendia. Ainda assim, já era o suficiente para lhe fazer sorrir. Esperava que Bakugou fosse voltar a se deitar para dormirem, então quando a frase seguinte chegou, Izuku se pegou surtando uma vez mais:

- Então estamos namorando ou não, nerd?

Depois de engasgar na própria saliva e dar uma testada na cabeça de Bakugou na hora de tossir, Izuku se recuperou, ouvindo os xingamentos do loiro ao seu lado, os barulhos das pequenas explosões enquanto suas mãos eram enfiadas nos próprios bolsos. Bakugou... Queria namorar com ele?

Voltou seu olhar pras íris carmesim, que agora o encaravam de volta com as sobrancelhas cerradas e um bico de descontentamento. Não deveria ser a reação que o loiro esperava, mas Izuku não se sentia culpado. Como ele podia soltar uma coisa dessas do nada?!

- Você... Quer?

- Não, seu imbecil, tô aqui dormindo abraçado com você todo dia atoa!

- Tá, okay, eu mereci essa.

E depois de mais alguns segundos em choque, Izuku se permitiu sorrir. E então rir baixo. No segundo seguinte, estava gargalhando, na mais pura felicidade, sentindo as borboletas em seu estômago brigando e batendo umas contra as outras desgovernadamente. Bakugou tinha o talento de lhe fazer se sentir assim.

- Acha que eu sou uma piada, nerd?! Está rindo de mim?! Mais uma risada e eu arranco essa língua da sua b--

Entre mais algumas risadas descontroladas, Izuku o alcançou. Juntou seus lábios antes que Bakugou pudesse completar sua ameaça e entrelaçou sua cintura com as pernas sem nem um pingo de vergonha. Seu >namorado<. Era estranho demais pensar nisso, e ao mesmo tempo simplesmente perfeito.

you can count on me - deaf! bakugouOnde histórias criam vida. Descubra agora