Claro, Kacchan.

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- Er...

É a única coisa que sai da boca de Izuku conforme seu olhar cola na porta, na figura do professor Aizawa com os braços cruzados e sua expressão entediada de sempre. Bakugou parece cair na real primeiro, porque se afasta do moreno antes da situação ficar pior. Quer dizer, estavam praticamente colados, e com o loiro agora longe, Izuku podia até sentir o calor de onde suas mãos estavam segundos atrás. Ainda está boquiaberto demais para registrar a situação ou o fato de Aizawa terem os achado nela.

- Eu não sei o que vocês estavam fazendo aqui, e nem quero saber... Mas arranjem outro lugar.

O professor se apressa em expulsá-los, depois de alguns segundos encarando o fundo dos olhos dos dois. Corados e agitados, não deveriam ser muito discretos sobre o que estava acontecendo, ou os gritos de momentos atrás, então nem pensaram duas vezes antes de aproveitar a oportunidade para sumir dali.

Pegaram suas mochilas e dispararam para fora da sala e do prédio sem nem mesmo uma palavra, ou olhar na cara um do outro, e só se interromperam na saída. Com Izuku em seu próprio mundinho, o coração a mil diante da expectativa do que poderia ter acontecido não fosse a chegada do professor, demorou a perceber que Bakugou tinha parado, agora alguns passos atrás dele.

- Vamos treinar.

Foi a única coisa que saiu da boca do loiro, o que fez Izuku suspirar. Não sabia o que ele ia fazer agora... Precisava de tempo para pensar, precisava digerir tudo o que tinha acontecido e tudo que tinha sido dito, como agiria daqui pra frente. Não esperava que Bakugou fosse querer forçar uma normalidade assim tão cedo, logo depois de quase o beijar. De novo.

- É melhor não. Além do mais, você já marcou com Kirishi--

- Izuku.

A seriedade foi tanta na voz do loiro, que Izuku se obrigou a calar a boca dessa vez, finalmente se virando pra ele. Pela primeira vez desde que saíram da sala, Bakugou o estava olhando nos olhos, sério. Não de uma forma ameaçadora ou raivosa, como na maioria das vezes. Não. Ele o olhava como fez em seu quarto, com uma suavidade certeira e... Estranhamente agradável.

Mas não foi só isso que causou o embrulhar no peito de Izuku. Não, foi a pose. Bakugou tinha a mão esticada em sua direção, o chamando.

- Vamos treinar.

Dessa vez, era Bakugou quem lhe esticava a mão. Estava o chamando, lhe dando uma última oportunidade de deixar as coisas bem, estava dando um passo em sua direção, pela primeira vez... E nunca, em um milhão de anos, Izuku recusaria a mão de Kacchan.

- Claro, Kacchan.

E lutando para não deixar os olhos encherem d'água, Izuku aceitou a mão do loiro, a segurando na sua com firmeza, apesar de toda a hesitação anterior. A mão dele estava suada, e mini-explosões fizeram cócegas em sua palma diante do toque. Não podia nem descrever como amava aquelas mini-explosões, causadas por nada além do nervosismo de Bakugou naquele tipo de situação. Queria senti-las em seu pescoço uma vez mais, como no quarto...

Okay, estava se distraindo demais.

Bakugou o levou até o prédio de treinos, sem nem uma palavra, mas também sem soltar sua mão por um mísero segundo. Obviamente, Izuku quase morreu. Pensou que teria um infarto ali mesmo, o que seria até bom, uma desculpa para não soltar sua mão até a morte. Mas a hora de soltá-la uma hora chegou, quando ambos foram se trocar para o treino.

you can count on me - deaf! bakugouOnde histórias criam vida. Descubra agora