IV.

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(Teller.)


Depois de minutos de silêncio pesado e a entre-olharem-se Beatrice arranja finalmente algo para dizer.

- Tu tens uma namorada.

- Mas tu ainda não percebeste que eu me estou completamente a cagar para ela e quem quer que seja? - Jack fala já farto. - Se tu por alguma razão achares que merecemos uma oportunidade, foda-se ela. Se não foda-se ela na mesma. E fodo-me eu, claro.

Beatrice continua reticente. Ela sabe que o ama o rapaz à sua frente mas tem medo que eles apenas não estejam destinados a ficar juntos. Ela não acredita muito na treta dos destinos traçados, mas também não acredita que é ela que desenha e faz o seu destino. Por isso, decide apenas deixar as coisas irem com calma.

Jack está com medo. Medo que a rapariga diga para ele ir e nunca mais voltar. Ele acredita que está escrito algures que devem ficar juntos até sempre. Apesar do rapaz tentar mostrar uma aparência forte e que é um badboy ele sabe que vai morrer por dentro se Beatrice o rejeitar.

- Dá-me três razões que digam que isto vai dar certo. - ela pede.

- A sério que vamos brincar a isto? - ele fala zangado. - Mas tudo bem. - pausa. - Eu amo-te, nós amamos-nos e não vale a pena negarmos isto, toda a gente sabe que é verdade. E duas pessoas não deviam sofrer assim se estão destinadas a estar juntas. - pausa novamente. - E... - ele prolonga. - Os nossos filhos podiam ser lindos.

Ela não consegue conter um pequeno sorriso.

- Bea, eu lamento tanto tudo o que aconteceu. - Jack murmura novamente frustrado.

A rapariga começa a apanhar a roupa que se encontrava no chão e a pousa-la dobrada em cima da cama enquanto o rapaz a olhava incrédulo.

- Estas a brincar comigo Beatrice? - ele quase que grita.

- Tu achas que é fácil para mim não? - ela fala num tom calmo enquanto ajeitava a cama. - Isto é constrangedor. Se eu olhar para ti vou querer abraçar-te e beijar-te mas também não te quero dar esperanças falsas.

- Isso quer dizer que não queres voltar? - ele pergunta apavorado.

- Não, quer dizer, tecnicamente, nós não tínhamos nada.

- Mas podíamos ter agora.

- Isto não vai a lado nenhum assim. Não podemos tornar isto um conto de fadas, simplesmente.

- Eu não quero um conto de fadas, só quero ser feliz. Contigo, claro.

Jack estava decidido no que queria, uma relação com a rapariga que gostava. Se ela não aceitasse ele ia só provavelmente fingir ser feliz.

- Eu não posso decidir isto em dois minutos.

- Está claro que não. Sou um idiota. - Jack abana a cabeça negativamente e estica-se por cima do armário para pegar a chave. - Desculpa. Uh, liga-me ou assim... Espera, o meu telemóvel? - ele fala e apalpa os bolsos.

- Jack respira. - a rapariga fala olhando o rapaz enquanto tentava conter uma gargalhada pela sua atrapalhação.

Gilinsky para, suspira e senta-se. Ele estava nervoso e não sabia o que fazer enquanto ela meio que achava piada.

- Estás a rir-te do quê? - o moreno resmunga.

- Tu estás tão nervoso.

- É normal não? - o rapaz olha-a frustrado. - Eu sei lá se tu dizes que não me queres ver nunca mais.

Text. › Jack GilinskyOnde histórias criam vida. Descubra agora