O som de valsa inundava o ambiente enquanto Emma passava pelo salão de baile do palácio lotado. Casais dançavam e pessoas comiam e conversavam. Emma finalmente avistou o príncipe entre os casais no centro da pista. Ele estava ocupado, dançando com Lady Stein. Ela estava deslumbrante e radiante. Não era pra menos, já que esse era o seu baile de noivado. Emma pegou uma taça de vinho e levou aos lábios, sem tirar os olhos do casal.
─ Linda festa, não acha, querida?
Era Lucas, seu marido. Alheio a tudo o que acontecia, ele estava simplesmente aproveitando o momento e ela o invejou. Não gostava de estar ali com o coração pesado, pensando no paradeiro de Alana e sua mãe, enquanto observava Henrique rodopiar pelo salão, após ele ser o responsável indireto por tudo. Ela sabia que ele ignorava o que estava acontecendo tanto quanto Lucas, mas naquele momento, não gostava nenhum pouco dele!
─Não quer dançar?
O pedido do marido era sincero. Emma só queria uma oportunidade de ficar a sós com Henrique e contar tudo o que estava acontecendo, mas não podia ficar ali parada e amuada enquanto esperava pela oportunidade. Concordou e deu a mão ao marido, que a guiou com desenvoltura pelo salão.
Finalmente, após algum tempo, todos pararam para descansar e conversar. Após passarem por algumas pessoas que os parabenizavam, Henrique e Elizabeth alcançaram o casal de viscondes e os cumprimentaram.
─ Felicidades, alteza. Faço votos de que sejam muito felizes.
O visconde falou primeiro. Emma apenas inclinou a cabeça, como quem concordasse e encarou os olhos de Elizabeth. Ela parecia triunfante, com um sorriso insistente no rosto e o braço dado ao príncipe recebia reforço da outra mão, que repousava na palma dele, como para garantir que ela continuaria ali.
─ Em breve seremos parentes, Lady Muniz, disse ela reforçando o sorriso, isso não é ótimo?
─ Esplêndido! – retrucou a outra entre os dentes.
─ Fico feliz que estejam aqui, disse Henrique. No meio de tanta gente não encontro muitos rostos amigáveis.
─ Na verdade, alteza, tenho um pedido importante a fazer, se pudesse me acompanhar até a mesa de bebidas...
Ela fez um sinal discreto com a cabeça e Henrique imediatamente a acompanhou, deixando os dois parceiros sozinhos e desconfortáveis.
Henrique, o que eu preciso te dizer não é um pedido, mas um recado. E o assunto na verdade é um pouco longo, então preciso que dê um jeito de sairmos disfarçadamente daqui.
─ Sem problemas.
Eles andaram mais um pouco, devagar pelo salão, passaram pela mesa de bebidas e pegaram uma taça cada um, mas assim que Henrique avistou o corredor do palácio, deu um passo ágil para trás de um convidado e, esgueirando-se pelas paredes, foram ambos para o corredor em direção ao seu gabinete, que ficava próximo.
Finalmente, entrando, ele fechou a porta: "E então?"
─ Não sei como dizer isso de outro jeito, então vou dizer de uma vez: Alana e a mãe foram acusadas de serem as mandantes do crime contra sua vida para se tornarem damas. Estão foragidas indo para Morabe neste exato momento.
Henrique ficou um tempo calado, absorvendo tudo aquilo. "Você não está falando sério!"
─ E você não acredita em nada disso, não é?
─ Claro que não!
─ Que bom, porque eu já estou decepcionada o suficiente. Mas é tudo verdade, exceto o fato de que elas foram falsamente acusadas, é claro, por Sir Mach. O rei vai ordenar a execução delas depois deste baile, por isso fugiram.
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A Lei e o destino
RomantiekHá muitos anos os reinos se uniram em um concílio para determinar leis universais que mantivessem a paz e a ordem. Mas entre essas leis, uma influenciou a vida da rainha Susana no Reino de Morabe e também a vida da plebeia Alana, no reino vizinho de...