Capítulo XII

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Novamente o palácio estava lotado. Outra recepção foi feita e reis e rainhas, nobres e cortesãos se misturavam pelos salões do palácio. O príncipe estreitava relações com aqueles que não conhecia e o rei e a rainha não paravam de circular, o rei agradecendo pessoalmente a toda hora cada um dos monarcas que cederam ao seu pedido e ficaram.

Nos bastidores novamente a correria o tempo todo. Alana e a mãe dessa vez estavam menos atarefadas, pois seu trabalho tinha sido feito antes da festa. Mas estavam ajudando no que era preciso. De repente uma mocinha de cerca de quinze anos passou por Alana e chamou:

─ Senhorita Durval, tem uma dama chamando por você no jardim leste. Ela me pediu para te buscar, você vem?

─ Uma dama?

─ Sim, ela disse que é sua amiga, que te deu um vestido.

Alana arregalou os olhos: "Baronesa!"

─ Me leve até ela.

As duas se esgueiraram pelos fundos e chegaram até o jardim leste, mais afastado do centro do palácio. Estava escuro, a menina guiava apressada e chegou até um banco que ficava atrás de um grande arbusto podado em círculo.

─ Aqui está ela, senhorita.

Alana chegou mais perto. Tinha uma pessoa sentada no banco.

─ Baronesa?

Ao se aproximar a pessoa se levantou e virou-se para ela e então ela percebeu que não se tratava da baronesa. Era Henrique.

─ Alana. – Ele se levantou e a alcançou rapidamente. O olhar ansioso e suplicante. Antes que ela conseguisse raciocinar ele a abraçou e buscou seus lábios com desespero. Beijou-lhe os olhos e o maxilar e apertou-a murmurando: "Que saudades!"

Alana retribuiu o beijo, seu peito apertado numa dor física de paixão inexplicável. Mas então ela lembrou e se afastou fazendo uma mesura.

─ Alteza.

─ Para você sou sempre Henrique, meu amor.

Ele colocou uma mecha solta do cabelo dela atrás da orelha e acariciou seu pescoço. Parecia que ainda estavam em Rollinston e ela suspirou.

─ As coisas mudaram... o que está fazendo aqui? Me disseram que a baronesa Sanchez queria me ver.

─ Sim, foi o que me disseram também. Mas depois de ter uma conversa comigo, ela me deixou aqui esperando por você, dizendo que já tinha mandado te buscar.

─ Então foi uma armação! Ela sabe de nós?

─ Sim, mas não vai contar para ninguém.

─ Não estou entendendo.

─ Emma é uma romântica, uma boa amiga. Ela descobriu que você é a dona do meu coração e disse que não podíamos ficar mais nenhum dia sem nos ver. Como nenhum de nós dois conseguiu achar um jeito, ela encontrou. Este jardim é esquecido, ninguém nunca vem aqui e com uma festa acontecendo com certeza ninguém vai pensar em sair do palácio.

─ Mas sentirão sua falta.

─ Lucas e ela têm uma boa desculpa caso alguém pergunte de mim.

─ Agora você tem cúmplices no seu crime?

─ Crime? Que crime? É absurdo afirmar ser errado ficarmos juntos! Crime é olhar pra você e não te tocar, ou não te amar.

Ela riu. Inclinou a cabeça para trás preguiçosamente se divertindo com a resposta dramática de Henrique.

─ Você acha graça?

Os olhos dela, divertidos se abriram ao parar de rir e se fixaram nos dele. De repente ela ficou séria e passou o olhar dos olhos para os lábios dele. Entreabriu os seus e umedeceu-os com a ponta da língua num convite silencioso. Ele aceitou o convite, puxando-a para si pela nuca. Mas depois de saboreá-la, ele diminuiu o ritmo e mordiscou seu lábio inferior com ousadia e olhou para ela desafiadoramente. Ela respirou fundo em antecipação e então ele a tomou. Foi um beijo lento, quente, profundo, as línguas molhadas se entrelaçando e ambos ansiando pela pele um do outro, como dois viciados em abstinência.

A Lei e o destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora