Doce Tortura - Os Hérnandez 02

Capítulo 1

MARTIM HÉRNANDEZ

- Então quer dizer que o maior cretino da Itália vai casar?! - gargalho - Isso é estupendo. Não esqueça de me mandar o meu convite!

- Figlio di puttana. - Mathias rosna do outro lado da linha, enquanto eu esbanjo meu melhor e lindo sorriso debochado, mesmo que ele não possa apreciá-lo. - Meu pai fez esse enlace. Antes que pense, eu não levei ela pra cama, muito menos à conheço.

- Isso sim é uma verdadeira surpresa! Finalmente à uma mulher na Itália que Mathias Savóia não enfiou o pau.

- Tomar conta da sua vida, você não quer, né?

- Ah, não! A sua tá mais emocionante.

- Sinceramente, ela tá mais pra trágica! Um homem bonito, educado, inteligente, elegante, gostoso, lindo, rico, simpático, deslumbrante.. - rolo meus olhos, em total desinteresse nele em autoelogio. Nesse momento Giordana e Nádia entram na sala de estar e me olham curiosas, já que eu deveria está na sede da máfia e não na casa de Iago.

- Cala boca, Mathias. Já entendi que você se acha o maioral! - ele gargalha, mas nesse momento sua prima, Giordana, pega o meu celular e eu a olho com nojo.

- Mathias! Sim, sou eu.. Ah, sei.. Oras, ninguém havia me contado sobre isso! Meus parabéns.. Pare de drama... Tudo bem!... Nos veremos daqui alguns dias.. Beijos.. - ela desliga a chamada e me entrega meu celular.

- Valeu, ele não parava de falar. - me levanto, ajeitando minha calça jogger preta. Quando estou prestes a fazer meu percurso até a cozinha e devorar tudo de bom que a cozinheira fez, sinto a mão de Gio segurar meu braço.

- Onde pensa que vai?

- Comer? - pergunto como se fosse óbvio.

- Nada disso. Antes, quero saber o que você faz aqui, invés, de estar na reunião da organização. - a primeira-dama tem sua expressão seria e imbatível de sempre. Usando uma calça preta pantalona, uma blusa social branca por dentro da calça e com os cabelos soltos.

- Querida, Gio. - passo meu braço por seus ombros e sorrio, para a mulher baixinha ao meu lado, mesmo usando salto ela não consegue ficar na minha altura. - Sabe que eu odeio coisas importantes. Meu estilo de vida é ação, a parte chata eu deixo pra Iago e Adrian.

- Oras, assim fica fácil demais. - ela bate no meu peito, fazendo-me olhá-la ofendido. - Ótimo. Então ajude Tasha a ficar de olho nas crianças, enquanto eu e Nádia vamos ao shopping.

- Iago e Adrian não pagam babás? Pra que precisam de mim? - indago curioso, mas a mulher ao meu lado somente fecha a cara e estreita os lindos olhos verdes na minha direção - Tasha não é cozinheira? - tento mudar de assunto.

Além de cozinheira, é a mulher que me proporcionou o beijo mais doce e torturante da minha vida. Eu poderia negar isso fielmente, já que fazem dois anos, mas é impossível. Todo maldito dia eu me lembro, dos doces lábios encostando nos meus e se abrindo, permitindo que a explora-se com minha língua atrevida.

- Sim, ela é. Apesar de tê-la dispensado várias vezes, ela ama o que faz. - se afasta, indo até seu Tablet e o ligando em seguida. Nádia está sentada no sofá com o notebook no colo, de forma elegante, depois que entrou pra família e fez amizade com a cobra da Gio, ela se tornou uma mulher forte e determinada. - Mas esse não é o ponto. As babás estarão com vocês, e como hoje em dia não confio em ninguém, quero que Tasha fique com elas por precaução.

- E você.. - Nádia aponta na minha direção, e finalmente tira sua atenção do notebook à sua frente. - Ficará da Tasha e das crianças.

- E eu virei algum tipo de segurança? - ambas as mulheres mais poderosas dessa organização me olham de forma ameaçadora, mas eu não me deixo abater, mesmo com medo. - Já viram o diâmetro dessa mansão? Isso aqui, foi projetado para invasões. Aqui tem mais soldados de elite que o próprio exército.

- Não interessa. Você ficará, e espero sinceramente que quando eu retornar, não tenha acabado com a minha casa. - a primeira-dama sorri e logo se levanta, sendo acompanhada por Nádia que também me lança um sorriso antes de ir até a garagem.

Acho que sobrou para você, Martim.