Capítulo 31

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TASHA SLOAN

Respira. Não há nada que eu deva de preocupar, irei me casar daqui vinte minutos e não preciso me desesperar. É confuso pra mim? Demais. Desejo correr para o colo da minha tia e chorar? Muito. Mas estou aqui, firme e assim ficarei. Em poucos minutos serei a esposa de um conselheiro, tenho que mostrar firmeza e determinação, a antiga Tasha ficou pra trás.

A conversa que tive na noite anterior com Martim me ajudou bastante, fugimos para o lago atrás da casa do Chefe e lá ficamos até o sol aparecer no horizonte. Ele me reconfortou, mostrou que estará ao meu lado e o quanto me ama. Se chegassem pra mim à um ano atrás e dissessem que isso iria acontecer, eu com certeza riria da cara da pessoa.

Flashblack on

O leite está fervendo no fogo, e não consigo deixar de encará-lo e mesmo com os pensamentos longe dali, fico o admirando. Quem em sua sã consciência fica admirando um leite, às duas e meia da manhã? Eu estou ficando completamente louca, é a única opção plausível.

— Pensei que estava dormindo – me assusto com a voz de Martim logo atrás de mim, suas mãos circulam em minha cintura e da uma leve apertada, me fazendo arfar.

— E estava. – desligo o fogo e me viro pra ele. – Perdi o sono, em menos de quatrorze horas vamos nos casar e não faço ideia de como ainda não enlouqueci.

— Relaxe – ele dá um sorriso calmo, que falei rápido demais. Martim se curva, distribuindo beijos pelo meu pescoço. – Não com o que se preocupar, meu amor. Iremos nos casar, seremos felizes e contraíremos nossa família juntos.

— Essas palavras me acalmam.

mim também. – admiti – Sempre penso nisso quando estou tenso. Não sei como lidar com um relacionamento, muito menos com um casamento, teremos que dialogar e resolver nossas indiferenças na conversa.

— Eu concordo – abro um sorriso – Estou disposta a tudo para que dê certo. Você é a pessoa que quero na minha vida, o homem que tanto desejo e quero que seja o pai dos meus futuros filhos.

— Hm.. filhos, é? – ele sorri malicioso, fazendo meu corpo se esquentar.

— Isso . – fico na ponta do , beijando seu pescoço e dando uma chupada em seguida. Martim aperta minha cintura e adentra uma mão em meu moletom e chega até meu seio, apertando o mesmo. – Martim..

— Que tal um orgasmo para você se acalmar? Vai ajudar.. – ele não termina de dizer, me segura pela cintura e põe em cima da bancada puxando minha calça de moletom..

Flashblack off.

— Tasha? – disperto dos meus pensamentos, quando ouço me chamarem do lado de fora do banheiro.

— Já estou indo. – aviso.

Desço meu olhar até o pequeno pauzinho na minha mão. Duas listras, é, estou grávida. Não consigo ficar supresa com isso, já que tive minha primeira vez no período fértil e sem proteção. Depois daquele momento, eu e Martim não paramos de transar e ficamos iguais à dois coelhos por aí.

Se fosse em outra ocasião, eu já estaria em completo pânico com isso. Mas irei me casar em poucos minutos, estou vestida de noiva em frente ao espelho e não consigo ficar tensa. Minha preocupação é Martim não querer ter um filho agora, sempre conversamos em ter herdeiros e tudo mais, mas não agora.

Volto a me olhar no espelho. Meus cabelos negros estão preços em um coque elaborado com várias flores brancas em volta dele. Meu vestido é no estilo princesa, com as alças caindo em meus ombros e mais rendadas, pelo comprimento à um elevação e vários brilhos que deixam ainda mais iluminada.

Meu casamento vai acontecer no pôr do sol, por isso a cerimônia está marcada para às cinco da tarde, quando o sol bate no ponto mais alto para se pôr. Volto minha atenção para minhas mais e vejo a aliança de noivado que Martim em deu, não consigo evitar o sorriso e guardo o teste em minha bolsa, saindo do quarto em seguida e encontrando Giordana sentada no sofá do quarto.

Ela está linda usando um vestido justo na cor vinho, os cabelos loiros soltos em ondulações e um batom vermelho para marcar os lábios. Como já era de se esperar, Sara, Isabel, Asier e Aaron serão nossos padrinhos de casamento. Foi lindo ver Isabel e Sara usando os vestindos de daminhas, mostrando que nasceram para serem princesas.

— Algo lhe incomoda? – a primeira-dama questiona, ainda me avaliando.

— Por que à pergunta?

— Vejo em seus olhos. – se levanta, e vem até mim de forma elegante – Se eu puder lhe ajudar, estou aqui.

— É só uma curiosidade – engulo seco e ela arquea uma sobrancelha.

— Diga-me.

— Se por acaso um dia eu engravidar, e vier uma menina, quem ficará com o cargo de conselheiro?

— Normalmente o ideal é a mulher tentar ter mais filho, assim até ter um homem. – sorri, de forma que me acalma – Mas você não precisa fazer isso, se não quiser. A outra opção é que eu tenha outro filho, tentando ter um menino ou até mesmo Nádia.

— Se eu não conseguir, vocês que terão que reparar o meu erro?

— Erro? Jamais. Ter uma menina não é um erro, é a melhor coisa que pode acontecer na minha de uma mulher. – toca de forma gentil na minha mão. – Não se preocupe com isso, você terá um filho e não um objeto, você irá amá-lo independente do sexo ou da escolha dele.

— Obrigada – abro um sorriso e ela sorri também, solta minhas mãos e se afasta ainda até a porta.

— Cuide-se, Tasha. – me alerta – Aparentemente você ficará bem enjoada nessa gravidez.

— Com.. eu.. o quê? – fico nervosa com a sua insinuação, que fez ela gargalhar.

— Oras, acha que não percebi? Espero que esteja feliz, meus parabéns. – ela apenas diz isso e sai, me deixando sozinha com meus próprios pensamentos.

Ô Deus.

Ô Deus

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Doce Tortura - Os Hérnandez 02Onde histórias criam vida. Descubra agora