Doce Tortura - Os Hérnandez 02

Capítulo 13

MARTIM HÉRNANDEZ

— O que faremos? – pergunto, ansioso.

Iago nada diz. Ele anda de um lado para o outro, passando a mão em sua barba aparada. Adrian por outro lado, está sentado na proltona calado e esperando, assim como eu uma resposta do nosso primo. Sem aguentar, estou em pé olhando para o jardim de Iago que está repleto de seguranças.

Aquela vista de antigamente, tendo Tasha e os gêmeos brincando no jardim ficou para trás. Agora temos somente um quintal extenso, somente com os soldados fazendo altas rondas por todo o local iluminado. Não demorou nem  dia, e Iago já tinha voltado para a Espanha ao lado da sua esposa.

Sem realmente saber o que está acontecendo, acabou trazendo a cunhada e o filho juntos. Giana é irmã mais velha de Giordana, se casou um ano antes da irmã e teve o Riccardo. Ambos estão aqui, na casa de Iago com a primeira-dama. Tasha foi traga pra cá, e desde que chegou não larga de sua tia.

— Eles querem Tasha. Mas pra quê? Qual é a utilidade que ele tem, pra eles? – pergunta Iago, totalmente confuso.

— Algo valioso, eu presumo. Eles nos distrairam com a movimentação na Noruega, e escolheram logo o dia do noivado de Mathias. – meu irmão indaga – Eles planejavam isso à tempos. Foi tudo muito bem executado, se Martim e Isaac não tivessem descoberto.

— Quando você ligou pra Lennon, começamos a encaixar as peças. – respondo. – Já enviaram o corpo?

— Somente um olho. Queremos atiça-los, vamos ver até onde a ganância dele vá leva-los. – Iago responde.

— Agora com esse recado, estaremos em posição de ataque. Temos que proteger Tasha e as crianças. – Adrian esbranja – Ela aqui não está segura. Precisamos levá-la para um local seguro e distante, onde não irão achá-la.

— E o que você indica, Adrian? – Iago pergunta.

Nesse momento batem na porta, e depois que meu primo autoriza uma das empregadas informa que eu tenho visita. Sem entender, me levantei calmamente irritado por terem atrapalhado e saio do escritório. Caminhando até a sala de visitas, passo pelo jardim e vê-lo tão vazio não é a melhor coisa.

— Pilar? – não consigo evitar a careta se formar em meu rosto, assim que a vejo sentada no sofá da sala de vistas. Ela está com os cabelos preços no alto da cabeça, usando um conjunto de saia e cropped na cor vinho.

— Meu amor. – se põe de pé, sorridente. – Oh! Você não sabe como fiquei preocupada, quando disseram que a casa do seu irmão foi atacada.

Ela corre até mim, e se agarra em meu troco. O cheiro adocicado sobe até minhas narinas e me fazem querer vomitar. Pilar é uma mulher bonita, não posso negar, mas não faz o meu tipo de mulher. Se torna um cúmulo pra mim, assim que ela começa a chorar agarrada à mim.

— Estou com medo, mi amor. – começa a chorar – Não quero perdê-lo!

— Fique tranquila, Pilar. – seguro em seus braços à afastando do meu corpo.

— Isso não irá interferir no nosso casamento, não é? – os olhos ainda derramam falsas lágrimas, enquanto sua fase está intacta. Odeio falsidade.

— Pode ser que sim, tudo depende do meu humor. – sorrio sem mostrar os dentes, e observo o rosto dela entristecer, vir até mim novamente e eu me afasto rapidamente. – Depois nos falamos, Pilar. Preciso resolver alguns assuntos.

— Posso ir com você?

— Não! Você é uma mulher, não é seguro pra você. – começo a me afastar e aponto na sua direção – E vá pra casa, a primeira-dama não gosta de visitas.

Quando finalmente consigo me livrar dela, e retornar até o escritório. Adrian e Iago estão sentados na proltrona de forma relaxada bebendo um uísque. Quem olha assim, bem parece que acabamos de ser atacados e temos nossas vidas e de outras pessoas em total risco. Fecho a porta e vou de encontro com eles.

— Pela tranquilidade, presumo que já resolveram todo o problema.

— Todo não, metade. – Iago me responde.

— Então me diga, o que os gênios pensaram? – arqueo uma sobrancelha.

— Tasha irá para Madrid. – Adrian informa.

— Fazer o que lá? – questiono, com uma careta.

— Morar com você. – dou um passo pra trás – Prepare as malas!