Uma Danvers & Uma Luthor - Supercorp

15. Ainda vai ficar comigo?

Ola pessoal! Tudo bem?Eu espero que sim. Então... Eu terminei o capítulo agora a pouco e resolvi postar logo por motivos de... Sei que tô demorando pra att, gente. Mas calma, a história vai andar, eu prometo E como eu ando num mood muito musical ultimamente, recomendo que leiam escutando "A música mais triste do ano" - Luiz Lins, mas eu prefiro a versão do Lud Sessions com Glória Groove, vou até deixar linkado aqui. Vai fazer toda a diferença, acreditem. Apesar do nome o capítulo não é o mais triste da história, mas a letra casa muito bem. Confia, gente, haha Sem mais, boa leitura e nos vemos no final

"...É um pouco estranho olhar pra tudo isso agora. Olhar pra trás, pro passado, principalmente. Não foi tudo uma mentira, eu sei que não foi. Mas, da mesma forma, também não foi tudo verdade. E agora há esse véu com o qual eu sou obrigada a rever tudo, cada fato, e é impossível não ver mais através dele. É impossível ignorar toda essa nova perspectiva com a qual eu sou obrigada a lidar. É simplesmente impossível olhar pra minha vida da mesma forma que antes. É isso. Agora a minha vida é dividida em antes e depois de Lionel..."

Quando Lena voltou do quarto trazendo nas mãos um pequeno caderno, do tamanho de uma agenda, Kara não entendeu do que se tratava, a princípio. Só passou a entender depois que a morena lhe entregou nas mãos o objeto e lhe instruiu a abri-lo. Ela o fez, apreensiva, sem saber o que esperar. Mas, logo reconheceu a caligrafia da namorada. Percebeu que eram anotações que ela havia feito de próprio punho. Haviam datas e a primeira era bem recente, de semanas atrás. Então, finalmente se ateve ao conteúdo. Era uma espécie de diário, mas contando como a Danvers mais nova estava processando os últimos acontecimentos e as mudanças bruscas que sofrera na sua vida.

Kara a olhou surpresa e tocada.

― Oh! ― Exclamou enquanto passava os dedos levemente sobre a tinta seca da caneta. ― Tem certeza? ― Ela mesma não tinha certeza se estava pronta para adentrar uma dimensão tão íntima e particular da outra mulher.

― Hm, você compartilhou comigo um grande segredo quando não tinha motivos pra confiar tanto em mim. Apenas porque achou que era justo eu conhecer todas as suas partes antes de embarcar em uma relação mais séria. Acho que é justo... Você ter a oportunidade de entender, de saber o que eu tô sentindo. ― Suspirou ― Ainda é confuso, até pra mim. Mas quando eu contei o que aconteceu pra minha terapeuta e disse que tava fazendo essa viagem, ela sugeriu que eu fizesse isso. Que eu começasse a escrever, e talvez me ajudasse a ordenar os pensamentos, os sentimentos... Hm, ainda tô no processo, mas tem ajudado, de verdade.

― Eu tô honrada. ― Kara levou a mão livre para segurar a mão de Lena. ― Mas, antes de ler, eu preciso que saiba: Eu não vim até aqui atrás de explicações, nem te cobrar nada. Eu não te culpo por fugir. Só queria ver você. Eu tava com saudades, e preocupada.

― Eu sei. ― Lena retribui o gesto e segura a mão de Kara com as duas mãos, como uma forma de reforçar o que queria dizer. ― Mas eu quero. Eu.. realmente gostaria que você lesse.

― Ok ― Kara sorriu e voltou sua atenção para a leitura.

"...Toda a minha infância, sozinha com a minha mãe aqui na Irlanda, quando eu nem sabia que existia um pai do outro lado do oceano, ou em qualquer lugar desse mundo. Era só eu e ela nessa casa. Ela era o meu mundo. Então meu mundo se afundou naquele maldito lago. Eu o culpei por tanto tempo. Só muito anos depois entendi que foi uma fatalidade, sem culpados. Só quando realmente me senti uma Danvers e entendi que a vida podia me apresentar outro mundo, e esse também podia ser muito bom.