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"Mas sei que é tão fácil

Foi fácil perder a hora com você

Cabelo bagunçado

Você do meu lado Dois corpos desenhados pra não desgrudar"

Quando se trata de expressão, geralmente, palavras são usadas com tal finalidade, entretanto, nem sempre elas são as que dizem mais. Gestos, toques, olhares são capazes de colocar para fora qualquer sentimento que esteja queimando por dentro.

O amor, com sua singularidade, pode ser considerado o sentimento que não é proferido, mas, em silêncio, é dito de outras formas.

Maraisa nunca disse a Marilia que a ama.

Marília nunca disse a Maraisa que a ama.

E não era preciso.

Maraisa tinha em sua mente tudo o que a impedia de ter o seu momento mais íntimo com Marilia, e não faria absolutamente nada que não fosse consentido por ela. Quando, dentro do carro, a loira emitiu aquelas palavras com a voz carregada de desejo, seu controle foi findado. Tinha o consentimento, tinha o desejo mútuo, tinha absolutamente tudo para abrirem o jogo da maneira que esperavam.

Cada movimento feito gritava o que nunca havia sequer saído de suas bocas.

Devido às circunstâncias, Maraisa, que estava totalmente segura de si para quando a hora chegasse, podia sentir um resquício de receio. Havia até pensado em hesitar quando se lembrou de que a qualquer momento Marilia poderia sentir repulsa do que estavam prestes a fazer, porém, qualquer sentimento ligado a desistência esvaiu-se quando, já em seu quarto, enquanto suas mãos seguravam o corpo de Marilia junto ao seu, a loira passou a desabotoar com maestria botão por botão da sua blusa, sem cessar o beijo. Beijo esse que trazia consigo a demonstração do quanto se desejavam.

Marilia deslizou suas mãos pelos ombros de Maraisa para que sua blusa caísse, e assim que o fez, sentiu seu próprio vestido soltar-se do seu corpo vagarosamente quando a destra da morena descia abrindo o zíper lateral.

Maraisa desfez o contato de seus lábios para que pudesse distribuir beijos pelo pescoço da loira, e conforme suas mãos puxavam as alças para os braços, sua boca parou em seu ombro. O vestido caiu aos pés de Marilia, ao lado dos sapatos de ambas que haviam sido retirados às pressas assim que fecharam a porta do quarto.

Marilia conteu um sorriso quando Maraisa, ao se afastar, lhe deu um olhar que poderia jurar que leria sua alma.

- Você tem certeza que... - Marilia selou seus lábios aos dela de novo, dessa vez em um selinho rápido, apenas para lhe calar, e se afastou, sem sair de cima de suas pernas.

-Eu confio em você.

Segurando uma de suas mãos, Maraisa a guiou até a cama e a fez sentar-se na beirada, e sob um olhar de completo fascínio - coisa que nunca acabava para nenhuma das duas quando se tratava da outra -, retirou sua calça, essa que Marilia já havia feito questão de abrir também, no meio do corredor onde haviam ficado os casacos de ambas.

Marilia sentiu seu coração acelerar ainda mais quando subiu o olhar pelo corpo de Maraisa e seus olhos se encontraram. Não precisava vê-la para saber o quão linda era, mas a concretização havia causado um efeito maior do que esperava.

Sem dizer uma palavra sequer, Maraisa a beijou antes que desse o maior sorriso que poderia dar ao notar o olhar da outra sobre si. Suas mãos percorriam seus corpos buscando tomar conhecimento de cada canto da outra com urgência.

Maraisa dobrou uma perna de cada lado das de Marilia assim que ela parou no meio da cama. Encontrou o fecho do sutiã em suas costas e o abriu sem qualquer dificuldade. Marilia tirou as mãos da cintura de Maraisa para que seu sutiã fosse tirado por completo.

folhas de outono (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora