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- Olha só quem deu um jeito de vir ajudar a amiga. - Luiza abriu a porta do quarto da forma mais animada que conseguia, carregando nos braços outra roupa hospitalar, junto com um lençol e fronhas limpas, tirando Marilia dos seus devaneios.

Luiza é enfermeira no hospital no qual Marilia está internada, porém, sua área é a maternidade, Luiza sequer lembrou que a amiga de infância trabalhava ali.

As duas se conheceram no colégio, logo no primeiro ano, construíram a partir daí uma amizade que imaginavam ser inabalável, porém, com o tempo foi ficando mais fria, e agora na fase adulta se falavam poucas vezes por semana.

Marilia sorriu abertamente ao ver a amiga em seu uniforme branco. A mais baixa se aproximou da loira e então de forma delicada lhe deu um abraço.

- Você precisa fugir mais da sua ala para me tirar do tédio que é isso aqui. - Marilia disse fazendo Luiza rir.

- Vim todos os dias, mas a senhorita estava num sono profundo.

- E por isso minhas costas agora estão doendo. Não é tão legal quanto parece ficar deitada o tempo todo-reclamou.

- Vou te ajudar tomar banho e se vestir, você é só um pouquinho maior mas vai precisar colaborar comigo.

Com a ajuda da amiga, Marilia desceu da cama e sentou na cadeira de rodas, de modo que suas costas ficasse ereta para não prejudicar o abdômen.

Luiza a levou até o banheiro, e a deixou esperando enquanto pegava seus pertences pessoais trazidos por Ruth e Devyd. Assim que voltou, ajudou Marilia a se despir e a ficar de pé debaixo do chuveiro. O banho teria que ser rápido por conta da perna de Marilia que não podia ficar abaixada.

- Como ocorreu o acidente? - Luiza perguntou ligando o chuveiro e a água quente percorreu o corpo da loira lhe dando uma sensação satisfatória.

-Estava distraída, nervosa, no celular. Apoiada na barra, Marília se manteve firme enquanto Luiza passava o sabonete por seu corpo. Tem intimidade suficiente com a amiga para não sentir vergonha.

- Problemas com a grife? Faça o resto. - Luiza entregou o sabonete para que Marília lavasse suas partes íntimas e virou de costas dando privacidade para que a amiga o fizesse.

-Não, com o ex namorado intolerante. - Marilia revirou o olho ao pensar no mesmo. - Pronto. Disse quando acabou o que Luiza havia pedido.

- Você terminou aquele namorinho sem sal? Luiza pegou o shampoo, colocando na mão e o distribuindo sobre o comprimento do cabelo da amiga em seguida.

-Finalmente terminei, estava desgastante. Por um momento pensei que poderia manter da forma que estava, só por pura comodidade, mas me arrependo de cada pensamento do gênero.

- Você merece coisa melhor, Ari. Tudo bem que ele come na sua mão, mas ele é um idiota. Por favor, ache alguém do seu nível. - Dessa vez passava o condicionador no cabelo loiro, desembaraçando com os dedos.

-Namorados vem e vão, normal que uma vez na vida a gente fique com alguém idiota - Marilia disse enquanto Luiza tirava o produto do seu cabelo.

-Mas uma hora você vai encontrar alguém que te fará mudar essa ideia de que namorados vem e vão. E digo isso porque sei que alguém nesse mundo é digno de ter seu coração. - A ruiva desligou o chuveiro. Ajudando Marilia voltar a pisar sobre o tapete.

- Você e seus pensamentos positivos do país das maravilhas. Marilia riu.

- Ainda vai pagar sua língua, Mendonça.

As duas continuaram com as provocações parecendo duas crianças enquanto uma ajudava a outra se secar. Depois de também ajudar a se vestir com a roupa horrível do hospital que Marilia tanto detestou, voltou a cadeira de rodas.

folhas de outono (Malila)Onde histórias criam vida. Descubra agora