Capítulo 2

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Paulo André

Acordei com a claridade do sol batendo na minha janela, após voltar com minha rotina de treinos, despertar cedo era um hábito para fazer meu dia render ainda mais, porém, nas sextas me permitia ficar um pouco mais na cama porque ninguém é de ferro.

Levanto e vou até o quarto ao lado, abrindo lentamente a porta para não acordar o PAzinho que dormia em um sono pesado no seu berço. Era algo rotineiro desde que ele veio morar comigo. Ver o rosto do meu filho dormindo sereno era o combustível que eu precisava todos os dias. Fecho a porta e me tranco no meu banheiro, abrindo a ducha e deixando que a água gelada terminasse de me despertar. Instintivamente, começo a repassar meu ano na minha cabeça. Entre tantas coisas que eu e meus amigos jogávamos para o universo, nem nos meus maiores sonhos seria tão perfeito. Quando fui convidado para entrar no reality vi ali a oportunidade de dar uma virada em minha vida, e felizmente estava colhendo os frutos deste. Continuava apaixonado pelo meu esporte, mas poder me permitir transitar por outros meios que eu também amava, como a musica e a moda, me deixava extremamente feliz.  Lá no inicio eu não imaginava que realizaria tantos sonhos; conheceria pessoas maravilhosas como o Pedro e o DG, me tornaria amigo dos meus ídolos, como o Ret e o Neymar, e que encontraria a minha crush de adolescência. Foi bizarra a conexão que eu e a Jade tivemos desde o início, eu sabia quem ela era, óbvio, mas não sabia quantas ela era em uma só.

Ela mesmo se define tal qual um furacão, e não poderia ser mais certeira. Me bagunçou por inteiro, revirou tudo, passou e me deixou sozinho, só com o estrago. Saio do banheiro e percebo que o apartamento ainda está silencioso. Escolho uma roupa leve e sigo pra cozinha, vendo que o Patrick já estava de pé.

Patrick: Até que enfim bela adormecida.

PA: Você sabe que horas são e que dia é hoje? Porque tu já pulou? – Respondi enquanto procurava algo na geladeira pra comer.

Patrick: Não mexeu no celular ainda é? Não viu a mensagem do homem? Convocação. – Ele diz entusiasmado.

Lembro do meu celular que está no meu quarto e faço sinal pra ele continuar falando.

Patrick: Resenha naquele pique na casa do Neymar hoje lá no litoral do Rio. Nós vamos né? – ele perguntou eufórico.

Xxx: Nós vamos onde? – Thays entrou na cozinha me abraçando por trás e me dando um beijo na bochecha.

PA: O Tick tá me dizendo que hoje tem festinha lá no Neymar.

Thays: Finalmente vou ter a oportunidade de conhecê-lo né, Paulo André? – Ela disse atravessando a cozinha e pegando o pedaço da banana que estava na minha mão. Sempre espaçosa.

PA: Convidado não convida, eu já te disse um milhão de vezes que essas festas são exclusivas, nem o Patrick iria se ele não tivesse sido chamado.

Patrick: Ei – ele fala em protesto, mas desiste de completar a frase quando eu o olho repreendendo.

Thays: Não existe exceção nem pra sua... - ela diz com a voz melosa mas não completa, me roubando um selinho – fala pro Ney que eu mandei um beijo – ela disse sorrindo enquanto saia da cozinha. Eu não sabia mais o que fazer com ela.

A minha relação com a Thays, que sempre foi bem resolvida, depois que nos mudamos para São Paulo se tornou confusa e complicada. Ela só aceitou a ideia de vim com o meu filho, se pelo menos tentássemos ser uma família, o que não funcionou nem nos primeiros meses. Sempre tive um carinho enorme por ela e por tudo que vivemos quando o PAzinho chegou ao mundo e toda barra que seguramos juntos, porém, não conseguia passar disso. Nunca havíamos definido nada, nem estabelecido um status, mas acontecia de vez outra, por carência ou por qualquer outro sentimento que seja, acabávamos ficando e isso mexia ainda mais com a cabeça dela. Não me isento da culpa do quão constrangedora essa situação era, mas para mim valia o esforço tendo meu filho do lado. E enquanto eu estivesse solteiro, que problema teria? Ela era bonita, aquilo não era nenhum sacrifício.

Patrick: Então, já posso ir vendo as passagens pro Rio? – Ele perguntou com a boca cheia enquanto devorava um pedaço de bolo.

PA: Deve. Hoje é dia da maldade – ensaie uma dancinha rindo enquanto o Patrick já se esforçava pra achar um vôo pra nós dois.

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Parece que os dois estarão na mesma festa, será? 👀

Tudo tá tão no inicinho, mas comentem e me digam o que estão achando hihihi

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