Capítulo 18

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Paulo André

Busco em todo o apartamento e não encontro a Thays. PAzinho estava no meu colo inquieto, com o barulho dos trovões acabou acordando e agora estava agitado. Ando de um lado pro outro o balançando na tentativa frustrada de colocá-lo pra dormir.

PA: Anda filhão, colabora com o papai. – Falo com ele, que levanta a cabeça que estava no meu ombro e dá uma leve risada parecendo entender o que eu falava. – Tu ri seu danado? Dorme um pouquinho, ajuda o papai. – Ele ri ainda mais ainda e deita no meu ombro de novo. Se a Thays soubesse do meu encontro com a Jade, eu diria que ela tinha ensinado isso pra ele. Olho para o relógio no meu pulso, e estava próximo de dar 22:00 horas. Eu deveria mandar mensagem para a Jade me justificando e dizendo que não poderia ir ao encontro, mas quando pego o celular do bolso, desisto e tento outra coisa. Ligo insistentemente pra Thays mas ela não atende minhas ligações. Saio em direção ao quarto do Patrick com o PAzinho no colo mas ele não estava lá. Não era mesmo pra ser, sento no sofá com o neném voltando a cochilar e bufo para mim mesmo tentando me convencer que era melhor assim.

Xxx: O mundo tá começando a cair lá fora. – Ouço aquela voz e levanto num sobressalto quando vejo o Patrick entrando em casa. Nunca fiquei tão feliz em ver aquele pequeno.

PA: Fala baixo, ele tá começando a dormir de novo. Cadê a Thays? Achei que estivessem juntos. – Pergunto de uma vez.

Patrick: Eu já moro com ela, tu quer que a gente ande junto também? – Ele falou baixinho, enquanto abaixava e desamarrava os tênis molhados. – Não sei dela. – Ele me olhou de cima a baixo. – Tá chegando ou saindo?

PA: Saindo, toma conta dele pra mim? – Pergunto já ajeitando o PAzinho pra entregá-lo.

Patrick: Tu é maluco de sair nessa chuva. São Pedro abriu as torneiras lá fora com gosto.

PA: Eu não posso faltar, e já estou atrasado. – Respondo tentando encurtar a conversa.

Patrick: Todo trajado, todo cheiroso, quem é ela? Eu conheço?

PA: Não. Agora bora encerrar o interrogatório, mãe. Fica com ele ou não? – Pergunto e Patrick abre os braços para receber o PAzinho no colo, que já dormia sereno novamente. Dou um beijo na testa do meu filho, e pego as chaves do carro em cima do balcão da cozinha sem nem me despedir direito do Patrick. Imaginei que o trânsito estaria péssimo mesmo sendo domingo à noite, chuva trazia o caos para SP mas pelo menos eu e Jade morávamos perto. 

Estacionei meu carro na porta do seu condomínio e sai rapidamente pra não me molhar. A chuva ficava forte e fraca, e os relâmpagos e raios pintavam o céu. Enquanto estava me identificando para o porteiro, ouvimos um estrondo e tudo ficou escuro. Era uma queda de energia, e parecia ser geral naquela área. Subi correndo pelas escadas, o porteiro ficou entretido demais tentando atender o telefone que tocava sem parar, provavelmente dos moradores do prédio querendo saber sobre o apagão que nem interfonou para o apartamento da Jade. Mesmo no escuro, não demorou para que eu estivesse na porta dela. Toquei a campainha e escutei um grito vindo do lado de dentro da porta. Jade e a mania de se assustar fácil demais.

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