Capítulo 25

1.6K 122 74
                                    

Flashback on

Acordo com o som de uma risada fininha e infantil. PA e eu passamos toda a madrugada acordados, matando a saudade que nossos corpos sentia um do outro. Não adiantava, por mais que havíamos concordado em ser só amigos, nossos corpos eram viciados um no outro. Usamos todos os cantos daquele quarto, e quando não foi o suficiente, usamos todas as partes do banheiro. Quando peguei no sono, já era de manhã e meu corpo doía exausto. Estou agarrada a um travesseiro e tateio o outro lado da cama, constatando que estava sozinha. Quando abro meus olhos vejo PA sentado na ponta da cama com um neném no colo.

PA: Finalmente a titia Deja acordou. A gente já fez tanta coisa e a bela adormecida dormindo – Eu me sento na cama e ajeito meus cabelos desgrenhados. Eu poderia emoldurar aquela cena. O sorriso de cinquenta dentes do PÁ combinado ao sorriso doce e com apenas dois dentinhos do PAzinho. Senti meu coração apertar no peito, eu poderia explodir de amor naquele momento. – Vamos até a titia, filhão? – Ouvi o PA dizer, mas meus olhos não saiam da criança. Maternidade nunca havia sido um tópico sensível para mim. Eu não me via como mãe, e não alimentava aquela vontade em mim, eu era muito nova, tinha muitos sonhos e ser totalmente responsável por um novo serzinho não estava em nenhum deles. O PAzinho engatinhou na cama e sentou desajeitado, não tirando o sorriso do rosto. Ele soltava uns pequenos grunhidos e colocou suas mãozinhas no meu rosto, como se quisesse me conhecer. Ele passou uma na minha bochecha e com a outra apertava meu nariz, como se fosse massa de modelar. Que sentimento louco era aquele no meu peito, e que nó era aquele que estava se formando na minha garganta.

PA: Ih PAzinho, o gato comeu mesmo a língua da tia Jade. – Ele disse gargalhando e fazendo um gesto engraçado com a mão. PAzinho sorria tanto que os olhinhos ficavam apertadinhos. Ele era uma extensão do PA. Um PA em miniatura. Carismático, lindo, com os olhos mais expressivos que eu já havia visto.

Jade: PA eu estou apaixonada. – Consegui falar algo e alisei seu rostinho.

PA: Por mim? Eu sei – Ele piscou e eu não podia rebater, ele estava certo. – Viemos te buscar pra um passeio.

Jade: PA, já deve ter fotógrafos pela cidade. Podemos fazer alguma coisa aqui no hotel mesmo, ver um filme, sei lá.  – Falei enquanto alisava o rostinho do PAzinho, tirando risadas dele.

PA: Que hotel o que Deja. A tropa tá toda lá em casa te esperando. E você não vai dizer não pra esse rapazinho, vai? – PA fez bico se aproximado de nós.

Suspirei e soltei um sorriso. Eu conhecia alguns dos amigos do PA, mas a maioria eu ainda não tinha visto pessoalmente e com sua família, tinha me encontrado pouquíssimas vezes. Fiquei tonta só de imaginar toda a família dele junta me esperando.

PA: Deja? – Ele chamou me tirando dos meus pensamentos. – Vamos? – Ele disse me oferecendo sua mão. Eu o dei um selinho demorado e um cheirinho no pescoço do PAzinho, que reagiu engraçado.

Jade: Vamos – Eu sempre tive dúvidas sobre minha relação com o PA. Eu costumo ser livre, era apaixonada pela minha liberdade. Eu e PÁ éramos pessoas completamente diferentes mas parecidas em muitos aspectos. Tivemos criações diferentes, e exemplos de relacionamento diferentes em casa. O PA acreditava nesse amor paciente, duradouro, que acalma, que acalenta. Eu também acreditava nesse amor, mas não sabia na prática como era. Estava acostumada com o amor caótico, que machuca, ou com o amor adolescente, que não se arrisca, que não abre exceções. Mas ali, enquanto me arrumava e via o PA me esperando brincando com o PAzinho na cama, decidi arriscar. Decidi dar uma segunda chance. Decidi abrir exceção. Decidi voltar atrás.

Jade: PA? – O chamei.

PA: Tá pronta Deja? – Ele se aproximou.

Jade: Você está certo.

PA: Sobre o que?

Jade: Eu sou completamente apaixonada por você. – Seguro sua mão firme – Eu quero ser sua amiga sempre, mas também quero ser sua companheira, sua amante – Ele me interrompeu e completou.

PA: Minha mulher. – PA começou a alisar meu rosto com delicadeza enquanto eu completava.

Jade: Eu não sei se isso vai funcionar, e eu estou aterrorizada com o que estou sentindo mas eu estou sentindo. E se você disser que isso vai dar certo, eu vou acreditar porque eu quero muito você. – Ele tenta interromper – Deixa eu terminar antes que eu desista e saia correndo. – Coloco meus dedos em seus lábios – Eu quero você. Quero suas cicatrizes – Fico nas pontas dos pés para encher seu rosto de beijinhos – Quero seus sonhos, quero sua bagagem, quero a gente, mesmo que nós dois formos três as vezes. – Olho pra cama onde o PAzinho brincava com uma bolsa de acessórios minha.

PA: Eu me amarro em você Deja, e eu também quero você. Quero seus sonhos, quero sua bagagem, quero seus medos, quero a gente. Porra, eu me vejo, na moral, eu te vejo no meu futuro.

Jade: E eu te vejo no meu.

PA: Eu te amo Deja – Dou um suspiro e me assusto com o que ele havia acabado de dizer. Eu e o PA sempre nos declarávamos um pro outro mais nas atitudes do que em palavras, e nunca havíamos dito "te amo" claramente um para o outro. Eu sabia o que estava sentindo, porém não conseguia dizer.

Jade: Eu... – Ele me interrompe percebendo o quanto fiquei nervosa.

PA: No seu tempo, sem pressão. Eu não tô com pressa – Ele sorri me dando um selinho, e vai até a cama – Agora PAzinho, meu filho – Ele vira o PAzinho de costas pra nós – Fica olhando pro outro lado que o papai vai beijar muito a tia Deja.

Jade: PAaaaa, seu ridículo. – Digo o dando um tapa no ombro, e deixando que minha boca seja tomada pela dele. Eu te amo, eu te amo de todo meu coração.

____________________________________
Esse capítulo tem todo meu coração, e dedico ele pra meu grupinho @jadreCPI lá do twitter e principalmente pras meninas do whatsapp, amo vocês demaisss e pra @ficsbru_ amiga, obrigado pela força, leiam as fics dela porque são as melhores do mundo ♥️ o que acharam do encontro mais aguardado? 🥹🤍

DEPOIS DO FIMOnde histórias criam vida. Descubra agora