Capítulo 10

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Paulo André

Fomos saindo da festa pelas extremidades e o mais rápido possível pra não chamar atenção, mas naquele momento as pessoas já estavam focadas demais em si mesmas que mal viam um palmo a frente. Jade me acompanhava andando com um pouco de dificuldade pelo tamanho do salto que estava com ele. Pensei que teria que insistir mais para levá-la para casa, mas ela não retrucou. Não poderia a deixar pegar um taxi ou qualquer outra coisa sozinha, um pouco embrazadinha e pra completar com a mão machucada. 

Eu sempre me preocuparia com ela, independente das circunstâncias, diferente do que eu havia dito, para mim ela nunca seria qualquer pessoa. Assim que entramos no carro, ela se abraçou e encostou sua testa no vidro. A madrugada estava bastante fria, e as nuvens no céu estavam pesadas, parecia que ia chover. Tirei meu moletom e avancei até ela, que no mesmo instante, me olhou um pouco assustada.

PA: Você está tremendo. Veste isso. – Ela apenas levantou os braços e fez sinal para que eu a vestisse. Logo sua expressão passou de assustada para meiga, parecia uma gata manhosa. Mesmo com o cabelo bagunçado e com o rosto borrado, como ela era linda. Eu nunca me acostumaria com a beleza da Jade, não sei se era possível, mas a cada minuto que passava, aumentava. Liguei o carro e sai, e notei ela relaxando seu corpo no banco.

A viagem foi longa e silenciosa. Ninguém dizia nada, além das músicas saindo do som. Vez ou outra olhava de relance em sua direção mas ela parecia estar dormindo. A noite não havia sido nada parecida com o que eu esperava, mas no fundo eu estava feliz; não com a situação que eu havia a encontrado, mas por ela estar ali do meu lado. Tão perto e tão longe.

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