Paulo André
Chegamos no aeroporto praticamente próximo a hora do embarque, culpa do Patrick que decidiu ir para o after do after e apareceu no hotel na hora de sair. Felizmente não perdemos nosso voo, e eu fiquei calado durante todo o trajeto. Havia passado a madrugada inteira dirigindo, e quando cheguei no hotel, não conseguia dormir. Os olhos cor de mar da diaba me pedindo para ficar me assombravam. Se arrependimento matasse, provavelmente hoje seria o dia da minha morte.
Patrick: Ô peso morto, me ajuda aqui. – Patrick reclama enquanto pega nossas malas. Não passamos despercebidos pelo aeroporto, e paramos para atender alguns fãs que me esperavam. Eu amava o carinho que eles tinham por mim, ter eles me apoiando com certeza era um dos meus maiores incentivos pra sempre ser melhor em qualquer área que eu me propunha arriscar. Eles eram meu oxigênio. Depois de muitas fotos, vídeos e autógrafos, entramos em um táxi e seguimos direto para casa.
Naquela noite exausto da viagem, eu deitei cedo, mas não conseguia me desligar. Meu corpo estava cansado, mas minha cabeça estava girando. Parecia repetir nosso beijo como se fosse um disco arranhado. Depois de virar de um lado para outro na cama, decido levantar e ir para a sala jogar um pouco de vídeo game, talvez aquilo ocupasse minha mente e me fizesse esquecer do que havia acontecido. Patrick estava jogado no sofá tomando uma cerveja.
PA: Thays já se deitou? – Pergunto já que mal havia a visto depois que chegamos. Me tranquei no quarto com o PAzinho e quando ele dormiu, o coloquei no seu berço voltando para o único lugar que eu tinha privacidade de fato naquele apartamento.
Patrick: Já sim pô. Ela ficou preocupada. – Ele respondeu se ajeitando no sofá dando espaço para eu me sentar – Você quase não falou com ela.
PA: Falar o quê Tick? A gente mora juntos, se vê toda hora. O que eu vou falar? – Respondi com o tom de voz um pouco mais alto do que queria.
Patrick: Calma pô, tu dormiu de calça jeans é? – Fecho a cara pra ele e seu tom de sarcasmo dá lugar a um tom de preocupação. – O que aconteceu lá na festa? Você mandou mensagem dizendo que ia levar a Deja em casa e agora tá aí, como se quisesse matar um.
PA: Não aconteceu nada. Foi isso, dei Jade uma carona. – Respondo seco.
Patrick: E por causa de uma carona você tá todo mordido? – Ele me olha sério.
PA: Um beijo. – Respondo baixo.
Patrick: Sério? Pô, eu adoro a Deja, mas quando ela ferrou com você no teu aniversário eu achei que tinha acabado. – Ele disse recriminando o que eu havia acabado de contar. O contato dele com a Jade depois que nos afastamos ficou limitado a Nina; os dois sempre se falavam e se pegavam quando podiam. Era esquisita a relação dos dois, hora melhores amigos, hora ficantes, mas era bom ver que o meu encontro com a Jade também tinha servido para juntar duas pessoas tão legais quanto o Patrick e a Nina.
PA: E acabou. Foi só um beijo, ela tinha bebido, eu estava cansado, e rolou. Nada demais. – Respondi tentando encerrar o assunto, mas foi em vão.
Patrick: Nada demais, mas tu ta aí com essa cara de quem parece que vai explodir a qualquer momento. – Ele gargalha como se lembrasse de algo muito engraçado. – Espera só a Thays saber disso.
PA: Não enfia a Thays nessa história, aliás, nem tem história. Duas pessoas solteiras se beijaram e pronto. Acabou. E bora mudar de assunto que isso já deu. – Nem chego a ligar o vídeo game, solto o controle no sofá e levanto – Sabe o que eu vou fazer? Dormir, cama que me falta. Boa noite pra você. – Digo levantando e voltando para o quarto, deixando o Patrick reclamando e falando sozinho para trás. Eu precisava dormir, nem que fosse para sonhar com ela.
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DEPOIS DO FIM
Romance"Talvez seja a maneira como você diz meu nome, talvez seja a maneira que você joga o seu jogo, mas é tão bom, eu nunca conheci ninguém como você, mas é tão bom, eu nunca sonhei com ninguém como você. E eu ouvi falar de um amor que vem uma vez na vid...