capítulo 14

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Boa leitura!!

Sadie

- Está bem, queridas, o que importa é que estão aqui agora. Juntas. - diz olhando entre nós, sua expressão suave e esperançosa outra vez. - no casamento não pude fazer muita coisa, mas, não abro mão de oferecer uma recepção à altura para apresentar a senhora Sink à sociedade paulistana. - Sinto o corpo de Millie ficar tenso.

- Realmente não é necessário, senhora. - diz parecendo em pânico. Isso me intriga. Que menina da sua idade não gosta de festa?

- Bobagem, querida. E me chame de vovó, ou Magnólia. - minha avó exige.

- Ah, certo. Obrigada, Magnólia. - Millie balbucia ainda sem jeito.

- Ei, bonitinha! - eu quase rosno com a voz de Lilia. Ela vem para a frente e abraça Millie também. Por que diabos ela é tão dada assim? É irritante essa sua mania de abraçar todo mundo, porra.

- Lilia, Que bom ver você de novo. - Millie responde e toca o colar no pescoço delicado. - obrigada pelo colar e brincos. São lindos. - diz suavemente.

O quê?! Foi presente dela? Lilia sorri e pisca para ela, toda charmosa. Minha irmã é uma fodida!

- Por nada. Uau. - assobia acintosamente, olhando-a de cima a baixo. - você está ainda mais encantadora, querida. - se inclina e sussurra numa voz que deve achar sedutora: - ainda dá tempo de fugir  com a irmã mais bonita...

Millie gargalha e eu bufo, me recriminando por não ter tido essa ideia antes da idiota. Vou corrigir isso amanhã. Convocarei os melhores designers de joias para ela escolher, porra. Até porque preciso mantê-la satisfeita e maleável para que abra as pernas para mim sempre que eu quiser.

- Vamos, o juiz de paz está nos esperando. - eu digo friamente, não me importando se soou grosseiro.

Enlaço sua pequena cintura e a mantenho do meu lado todo o percurso até a tenda no jardim. Tudo é muito rápido. Juramos amor eterno e inabalável até que a morte nos separe e trocamos as alianças. O desavisado do juiz de paz me manda beijar a noiva e eu fico tensa. Porra, havia esquecido dessa parte. Millie também fica tensa. Cada uma por seus motivos. Ela, provavelmente está achando a ideia repugnante. Eu? Eu sou uma filha da puta que não se importa com beijos. Adoro beijar uma boceta, mas, não sou adepta de beijar bocas. Não, beijar na boca é algo muito íntimo e não tenho essa intimidade com ela. Não quero ter essa intimidade com ela. Millie Brown é linda, deliciosa, mas, é apenas um corpo que vou foder e encher com o meu esperma. Apenas isso. Não tem porque ficar floreando a coisa. Suprimindo um rosnado de frustração, a puxo pela cintura e colo seu corpo delicado de bailarina no meu. Suas mãos se apoiam em meus ombros, os olhos castanhos arregalados. Seu cheiro flutua até meu nariz, provocando meus sentidos de predadora. É algo floral, com uma nota cítrica que me deixa louca. Inalo quase rosnando de tesão, sentido o corpo macio, todo firme, colado no meu. Meu pau está tão duro agora que dói. Ela ofega, sentindo minha ereção, certamente. Os lábios cheios entreabrem trêmulos, molhados, seduzindo-me. Seguro sua nuca, amparando sua cabeça e aproximo minha boca da sua.

Os últimos raios de sol estão refletindo diretamente em seus olhos, deixando-os ainda mais bonitos. Mais uma vez posso ver o maldito apelo do cenário quando minha avó disse que a cerimônia aqui fora seria melhor. Ela queria esse resultado. O que minha inocente avó não sabe é que nada disso me toca. Esse circo todo é apenas para garantir meus direitos legais para usar a menina em meus braços, do jeito que eu quiser, até que me dê meu herdeiro. Não posso dizer que será um sacrifício, porém. A menina é lindíssima. Estou procurando as palavras certas para fazer-lhe justiça desde que a vi descendo a escada, mas, não estou encontrando. Suas pupilas estão dilatadas e ela lambe os lábios, levando minha atenção para a boca suculenta outra vez. Apoio minha mão aberta na parte baixa de suas costas, puxando-a ainda mais contra mim e a faço sentir tudo que a espera mais tarde. Nossas respirações estão um pouco alteradas enquanto nos encaramos fixamente. Os cantos da minha boca inclinam cinicamente e eu decido dar o que a plateia quer. Colo meus lábios nos dela. Então, as palmas ecoam. Poucas, mas, insistentes. Millie abre a boca, o hálito doce me inflamando, deixando-me louca por ela. Me afasto, recusando seu convite para mergulhar em sua boca. Não a olho, enquanto nos viro para os outros. Mas, posso sentir sua confusão e talvez um pouco de humilhação. Ela vai superar. Zombo.

A DÍVIDA - SillieOnde histórias criam vida. Descubra agora