capítulo 56

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Sadie

Eu ando pelo terraço, correndo o olhar pelo amplo espaço à procura de minha avó e Millie. Eu as vejo no lado oposto, ainda perto da mesa dos Albuquerque. Meu cenho franze ao ver Millie rindo de algo que Felipe, o caçula da família e playboy assumido, está lhe dizendo. Ele está no final dos vinte e ainda não faz nada da vida a não ser torrar o dinheiro da família. Eu paro, observando a interação dos dois. Minha avó está perto, conversando com a avó do babaca. Meu sangue esquenta, ciúme feral me invadindo. Estou mudando o passo para ir tirá-la de perto do fodido desprezível, quando uma mão segura meu antebraço. O perfume conhecido se infiltra em minhas narinas. Verônica.

- Não, mi cariña. - sussurra em meu ouvido. - Não vá até lá fazer uma cena. Você é Sadie Sink, está bem acima disso.

Sua voz sedutora me faz olhar de lado, seu rosto está bem perto. Ela está muito bonita hoje. Merda. Ela sempre está. Olho-a, analisando os prós e os contras. Infelizmente meu pau não dá nenhum sinal de vida com a sua proximidade. Estarei fodida se não tomar uma providência urgente. É hora de colocar o pé no freio ou as coisas vão desandar de vez.

- Venha me visitar amanhã. Me deixe provar que ainda posso satisfazê-la na cama, mi amor.

- Não sei se é uma boa ideia...

Ela ri como uma hiena vendo meu vacilo.

- É uma excelente ideia. Se deixou enfeitiçar pela menina porque não está tendo sexo de qualidade com outra... - sua voz é carregada de sensualidade.

- Olhe para ela. Olhe bem para Felipe Albuquerque. - meu sangue ferve ao ver o idiota colocando uma mecha de cabelo de Millie atrás da orelha. É um gesto íntimo e ela o permitiu, porra! - Por quanto tempo acha que Millie vai resistir aos avanços de outros homens, Sadie? Não estou dizendo para parar de fodê-la, já que está claro que você aprecia a boceta jovem. - ela zomba.

- Mas você é Sadie Sink, pode ter quantas mulheres quiser, mi querida. Por que está sendo fiel a uma menina sem eira nem beira? Tome de volta as rédeas ou essa pirralha vai dominá-la de vez. Todos em nosso círculo estão comentando que ela a transformou em uma fraca.

- Isso não é verdade. Quem diabos está dizendo isso? - pergunto friamente.

- Muita gente. Se não quer ser vista como fraca, pare de agir como uma. - os olhos castanhos estão determinados nos meus. - Essa menina é esperta demais, uma boa bisca envolvendo você dessa forma. As mulheres aprendem rápido, mi amor. Não me espantaria se o próximo passo da espertinha fosse declarar amor eterno a você. - diz com deboche.

Eu franzo o cenho, a ideia me assustando pra caralho.

- Não. Ela não faria isso. Nosso acordo não envolve amor.

Ela sorri, satisfeita com a minha resposta.

- Exatamente. Não se deixe enganar por essa pirralha. Esteja atenta a cada passo dessa menina. Você é uma das mulheres mais ricas do Brasil e da América Latina, não pode se dar ao luxo de cair na armadilha de uma amadora. Veja Ramon... Pobre hombre...

- Solte o meu braço, Verônica.

Estou muito puta com Millie e seu poder indesejado sobre mim. Deixei me dominar completamente por uma garota de dezoito anos, porra! Uma menina inexperiente em tudo, mas que está me dando uma surra bem dada e eu, como uma pateta fodida, adorando cada momento. Onde diabos estava minha cabeça? Não sou essa mulher patética, fraca. Não. Isso vai acabar a partir de hoje.

Encaro Verônica com desprezo, sentindo raiva dela também por me fazer perceber que estava sendo ridícula, babando pela menina. Millie deve estar muito contente consigo mesma por ter virado o jogo, me fazendo sua. Tenho andado como uma idiota, sempre louca por ela, tentando adivinhar cada desejo seu para que eu possa satisfazer. Estou tão enfeitiçada que nem olho para outras mulheres com desejo. Tem sido apenas ela, tudo tem sido sobre ela e minha loucura por essa menina. Meu humor, que estava leve no começo da noite, azeda completamente.

A DÍVIDA - SillieOnde histórias criam vida. Descubra agora