capítulo 68

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Boa leitura!!

Sadie

- Bonitinha! - ouço a voz animada de Lilia recepcionando-a.

O babaca fala com minhas irmãs e então eles param em minha frente.

- Sadie. - quase fecho os olhos e gemo em deleite ao ouvi-la chamar o meu nome.

Sua voz está um pouco tensa, talvez pelo fato de eu estar comendo-a com os olhos na frente do seu namorado. Ou o fato de que ela também não é imune a mim como se esforça para que eu acredite.

- Feliz aniversário! - diz, parecendo sem jeito, estendendo a mão.

- Millie... - minha voz sai baixa, engrossada de tesão, posse, amor, e também raiva por ela ter vindo na porra do meu aniversário com seu namorado.

Eu engarrafo tudo isso e pego a mão delicada, o contato fazendo meu corpo inteiro vibrar. Qualquer ínfimo contato hoje em dia me deixa a ponto de bala, porque nós mal nos tocamos em nove meses. Eu tenho tido um comportamento exemplar. Jamais me forçando sobre as suas vontades. Já basta minha covardia e arrogância em tomar tudo dela desde o começo.

- Obrigado por ter vindo, amor. - sussurro asperamente em seu ouvido e a sinto estremecer, arfando baixinho, então ela se afasta e eu sou obrigada a soltá-la.

- Senhora Sink. - detecto certa provocação na voz do fodido médico, quando puxa a minha menina para junto de si, os olhos duros nos meus. - Espero que seja uma noite feliz.

Ele não me estende a mão, o que eu agradeço, porque nesse momento eu quebraria seus malditos ossos.

- Também espero uma noite excelente, rapaz. - e meu olhar volta para Millie.

Acabo de decidir que ela não sai daqui com esse imbecil. Vai para casa comigo. Nem que para isso eu tenha que sair na porrada com ele. Meu Deus, a que ponto cheguei. Será que está transando com ele? Deixou outra pessoa tocar no que é meu? Me sinto morrendo apenas pensando a respeito. Não, não. Debato-me internamente, em agonia.

- Me acompanha até o bar? Quero discutir um assunto com você. - falo para Henry.

Decido parar de vez com minha atuação de boa moça. Tudo tem limite, porra. Esse infeliz veio com a minha mulher para o meu fodido aniversário. Que tipo de homem faz isso?

Os olhos dele estreitam um pouco, desconfiados.

- Que assunto? - a voz de Millie denota sua apreensão em me deixar sozinha com seu querido médico.

Eu a encaro, levantando uma sobrancelha irônica. Ela arfa levemente e meu olhar se torna mais perverso. Sim, neném, você ainda me quer. Aceite logo essa merda e pare de tentar me substituir por esse infeliz.

- Assunto nosso, amor. - digo condescendente, me congratulando pela irritação que vejo nas íris castanhas.

É meio fodido, mas, o clima de animosidade sempre nos encheu de tesão. Isso não mudou pelo que estou vendo. Isso nunca vai mudar porque ela é minha.

- Tudo bem, querida. - o idiota diz e eu o olho.

Ele está de fato me provocando, esfregando sua intimidade com a minha mulher na minha cara. Eu me viro em direção ao bar no canto da ampla área vip, sem conferir se o imbecil está me acompanhando. Ele está. Ele não quer mostrar fraqueza diante de Millie. Não me sento nos bancos vazios, me mantenho de pé, levantando um dedo para o garçom, pedindo que reabasteça meu copo de uísque. Henry não demora a chegar do meu lado direito. O garçom providencia minha bebida e eu tomo um gole, meus movimentos lentos, metódicos, deixando-o apenas com o meu silêncio por enquanto.

A DÍVIDA - SillieOnde histórias criam vida. Descubra agora