capítulo 52

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Boa leitura!!

Duas semanas depois... São Paulo, Brasil.

Millie

Ouço a Sadie abrindo a porta e então me empurra suavemente para dentro. Uma mão grande está cobrindo meus olhos e a outra segurando a minha cintura. Eu rio, ondas de amor explodindo em meu peito.

- Pronta? - sua voz tem um toque de diversão bem no meu ouvido.

- Você sabe que sim. Pare com o suspense, por favor. - reclamo com um sorriso de criança recebendo seu presente de Natal antecipado.

- Eu imaginei que sim, pequena bailarina. - murmura, dando um beijo suave em meu pescoço e enfim, retira a mão dos meus olhos.

O amplo cômodo está reluzindo em todas as superfícies. Meu coração salta com força. Meus olhos se enchem de lágrimas de pura felicidade.

É o estúdio mais bonito e requintado em que já pus os olhos, então caio em prantos. Não sei o que está havendo comigo, ultimamente até filmes de comédia me fazem chorar. Meu Deus! Eu rio entre lágrimas. Seus braços enrolam em minha cintura e ela fuça minha nuca, deslizando o nariz com suavidade.

- Isso significa que você gostou? - sussurra ternamente em meu ouvido.

Eu acho que ela me ama. Tenho sentido isso em cada olhar, cada toque, cada palavra que trocamos no último mês. Sadie Sink me ama. Uma felicidade sem tamanho se espalha em mim. Viro meu rosto para o seu e lhe dou um breve beijo na boca.

- Eu amei. - olho-a apaixonada, louca para lhe dizer as três palavras. - Eu amo tanto, Sadie... - minha coragem me abandona no último momento. Os olhos glaciais cintilam, quentes e fixos nos meus. Minha voz sai emocionada, não consigo evitar, quando completo: - Obrigada. Não sei nem o que lhe dizer ou fazer para agradecer. - Um sorriso lindo e completo se abre em sua boca.

- Você poderia dançar para mim? Estou louca para ver a minha pequena bailarina em seu elemento. - Eu rio, parecendo uma menina boba.

Uma mulher fria, dura como Sadie Sink, quer me ver dançando balé, uma dança considerada tediosa para a maioria das pessoas. Sim, eu sei que tenho tocado seu coração. Sinto isso.

- Podemos providenciar isso, senhora Sink.

Me desvencilho dela, andando em direção à enorme parede espelhada na lateral onde há uma barra de exercícios. A parede do fundo é toda de vidro, como na biblioteca e outros cômodos desse lado da mansão. Um estofado branco em forma de L com almofadas vermelhas e amarelas dá um toque alegre à sobriedade do ambiente clássico. Um divã em couro negro e sofisticado está bem do lado da vidraça. Tem uma vista encantadora para o lago também, onde cisnes brancos estão deslizando nas águas plácidas nesse exato momento. Parece uma moldura contra o pôr do sol.

Suspiro, limpando meu rosto. Uau! É perfeito! Sadie não me deixou entrar aqui enquanto a equipe estava reformando, queria que fosse uma surpresa. E está sendo. Só na escola de Nova York que vi um estúdio tão moderno e equipado.

- Tudo ficou lindo demais. - digo, olhando-a por cima do ombro. - Você exagerou, no entanto. Era só um espaço para eu me exercitar e não virar uma baleia rapidamente, dado o ritmo com que estou engordando longe dos treinos. - Ela ri.

Enfia as mãos nos bolsos e anda para mim, toda elegante em uma camiseta gola polo preta e calça jeans escura. Fica linda com cores escuras. Como pode ser tão intimidante e linda ao mesmo tempo? Estou tão apaixonada por essa mulher. Babo nela, não escondendo como a desejo. Seu olhar fica mais intenso, penetrante, então ela para na minha frente.

- Você está sendo dramática. Os quilos recém-adquiridos lhe deram mais curvas. - sussurra em um tom perigosamente suave. - Você está linda, amor.

- O que quero dizer é que uma simples sala me serviria...

- Não. Eu quis lhe dar o melhor, Millie. - diz em tom mais sério, seus olhos prendendo os meus de forma hipnotizante.

- Desculpe, não estou desfazendo da sua intenção. - murmuro envergonhada. - Eu apenas me contentaria com menos... - Suas mãos grandes seguram minha cintura e me puxa para ela.

- Nunca se contente com menos, bebê. - murmura, aproximando o rosto perfeito do meu. - Em nenhum aspecto da sua vida. Sempre exija a excelência. - Eu rio levemente. É praticamente impossível tirá-la do modo CEO.

- Obrigada. - é tudo que consigo murmurar de volta.

- Vamos fazer um igual para você atender suas crianças carentes lá na fundação. - sua mão sobe, tocando minha face direita e eu derreto. - Obrigada por isso também.

Sinto uma lágrima descendo pela minha face. Seus olhos suavizam, me fitando tão intensamente que perco o fôlego. Seu polegar pega a lágrima com delicadeza.

- Desculpe, não sei o que está havendo comigo. Deve me achar tão boba.

- Não, amor. - nega baixinho e esfrega a boca na minha.

Esse gesto tanto me excita quanto me toca. É íntimo e um pouco doce também. Outra coisa que tenho percebido, minha libido está completamente descontrolada. Quero sexo o tempo todo. É quase vergonhoso o estado em que fico quando a Sadie me dá um simples olhar. Se me toca então, me transformo em uma poça derretida.

- Sua ideia de levar uma perspectiva de vida para crianças pobres é linda. - seus olhos ficam mais quentes, me fitando com intensidade.  - Você é linda. E está ainda mais linda nesse último mês, com os quilinhos que ganhou.

- Você é uma mentirosa... Estou ficando barriguda. - reclamo e ela amplia o sorriso, me dando um beijo leve na boca. Eu me recordo de outro surpreendente motivo para agradecê-la. - Obrigada por me deixar organizar o jantar de Natal aqui. - sussurro.

Ela nunca teve uma ceia de Natal aqui, pelo que Rosa e vovó Mag me disseram. Lilia achou a ideia o máximo quando contei a ela na semana passada e até se ofereceu para me ajudar a escolhera maior árvore de Natal já vista. Palavras dela. Eu a adoro. Desde o primeiro contato, a irmã da Sadie tem sido nada além de gentil comigo. Certo, ela é muito paqueradora e galanteadora também. Faz isso apenas para provocar a Sadie, no entanto.

A DÍVIDA - SillieOnde histórias criam vida. Descubra agora