Capítulo 47.

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*Miguel díaz*

Passei pela porta giratória do restaurante onde havia marcado de encontrar Anthony díaz e o avistei sentado na mesa me encarando.

- Oi.. - digo sentando-me na mesa.

- Oi, como você está Miguel? - olhei em seus olhos sentindo meu coração apertar e desviei o olhar.

- Estou bem. - digo.

- Fiquei sabendo de tudo que passara, as notícias correm solta.. - diz receoso e assenti.

- Foram dias difíceis, mas as coisas estão melhorando..

- Fico feliz em saber.

- Fica mesmo, Anthony? - perguntei ríspido vendo seu semblante ficar triste.

- Fico, Miguel.. não quero tomar muito do seu tempo, então peço que me escute. Não há como eu mudar tudo que fiz, eu abandonei você e eu sinto muito por isso, não consegui lidar com a morte do amor da minha vida.. - vi seus olhos encherem de água e ele continuou - Sua mãe era meu pilar, era meu tudo. E quando eu perdi ela, meu mundo desabou completamente.. nada mais fazia sentido. Eu me entreguei para o álcool e as drogas, achando que isso poderia suprir o vazio que havia se instalado dentro de mim, mas esqueci completamente que eu ainda tinha uma parte dela bem na minha frente.. - ele tocou minha minha mão de forma cautelosa e fiquei tenso por alguns segundos - era você, Miguel. Eu devia ter te dado amor e cuidado de você, mas não o fiz.. e eu sinto muito!

Mordi meu lábio inferior contendo a vontade de chorar e respirei fundo.

- Eu esperei você voltar durante anos. - confesso em um sussurro trêmulo - eu esperei tanto por você..

- Me desculpe..

- Me machucaram, arrancaram minha inocência de mim, me quebraram. E você não estava lá para me defender, você me deixou sozinho, Anthony. Eu tive que aprender a me virar só. - lágrimas escorreram em seus olhos e toquei em sua mão a apertando chamando sua atenção - mas eu te perdoo, você está perdoado, Anthony. Você está livre.

Meus lábios tremerem, as mãos suaram e chorei me levantando para abraçá-lo, um abraço de despedida, mas que mesmo que eu não quisesse, havia aquecido meu coração. Porque era por esse abraço que eu havia procurado durante anos. Seus braços apertaram meu corpo com mais força, como se ele também quisesse se prender a esse momento e esquecer toda a desgraça do nosso passado e enterrei o rosto em seu ombro chorando.

Me afastei relutante e voltei a me sentar enxugando o rosto assim como ele.

- Estou orgulhoso do homem que se tornou. - diz fungando e sorri para ele me sentindo leve.

- Não sou tão bom assim.. - solto uma grande lufada de ar ao me lembrar dela e levanto meu olhar para ele - perdi minha garota. - digo o vendo sorrir.

- Eu não me lembro de você desistindo das coisas assim tão fácil.. - diz e sorri fraco - lembra daquele cavalo difícil de montar? da fazenda do seu avô..

- Lembro - sorri com as memórias invadido minha mente.

- Ele era muito zangado, eu lembro que você havia gostado dele.. e não desistiu até domar o bicho - deu um gole no seu café e sorri. - você nunca aceitou sair por baixo de nada, Miguel.

- Eu a perdi, vacilei com ela.. descontei algo nela que a mesma não merecia e agora acho que ela já não me ama mais. - deixo meus ombros caírem e suspiro fraco.

- Bom, se ela ama você da mesma forma como vejo que você também a ama, tenho certeza que ainda há espaço para você no coração dela.. mas cuidado! mulheres são rancorosas - diz me fazendo rir.

Por uma noite - Livro 2 da saga: Os cavalheiros Onde histórias criam vida. Descubra agora