Capítulo 24.

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*Ana Clara*

Faz exatamente três dias que Miguel está sumido. Ele não me ligou, não me procurou, não mandou uma mensagem ou respondeu as que eu havia mandado a ele, que agora encarando nosso chat, foram muitas e nenhuma delas havia chegado ao seu destino. Mandei mensagem para todo mundo, nossos amigos, os pais dele. A única coisa que Hendrick disse é que ele mandou um "estou bem, em breve apareço, não faça um alarde" para ele, e para mim? nada.

Eu estava angustiada, não estou brava nem nada, só queria que ele estivesse mesmo bem como disse que estava. Por alguns momentos pensei que talvez ele estivesse buscando espaço de mim, não sei.. a gente passa muito tempo junto, então suspeitei..

Respirei fundo e Júlia afagou meus cabelos.

- Vai ficar tudo bem, ele está bem, deve está fazendo alguma coisa. - assenti pegando minhas coisas e me despedi dela indo para o trabalho.

Eu estava no modo automático, fiz três sessões de fotos e parece até que foi rápido, meu peito apertava a cada segundo que se passava, eu estava me contorcendo por dentro de preocupação, medo, raiva.. Eu sei que ele tem uma boa explicação para isso, com certeza ele deve ter, mas isso não faz com que eu não sinta raiva dele. Talvez eu esteja sendo egoísta, vai que ele tá mal? e eu aqui pensando apenas em mim..

Bufei irritada e Matthew parou me olhando.

- Está tudo bem, querida? está tão abatida.

‐ Problemas Matt.. - digo cansada.

- É o ceo ricasso? - perguntou e olhei para ele.

- Como sabe? - ele sorriu para mim maneando a cabeça e franzi o cenho.

- Você namora com o homem mais falado e conhecido de Nova York e acha que ninguém ia saber? o que mais anda sendo falado nessas redes sociais ultimamente é vocês. Eu inclusive sou super fã do casal.. - sorri para ele e encostei na cadeira. - Querida, escute.. problemas no relacionamento sempre irão aparecer, mas lembre-se sempre que conversar é a melhor solução, não importa qual seja a situação. Gritar e espenear só vai trazer dor de cabeça a você e ele..

‐ Acho que você tem razão, matt.. - suspiro baixinho mexendo na minha pulseira de concha.

- Faz o seguinte, você já fez três sessões hoje, né? vai para casa e descanse, tente comer algo, banhar e se distrair um pouco. - Matt me abraçou encostando minha cabeça em sua barriga e depositou um beijo no topo da mesma.

- Obrigada, Matthew. - peguei minhas coisas e voltei para casa pelo caminho mais longo, dirigindo lentamente olhando para a estrada e pensando em como resolver essa situação.

Cheguei em casa e estranhei Júlia estar aqui ainda e Helena também, as duas estavam tensas e me olharam assustadas. Meu coração errou uma batida e senti minhas mãos gelarem..

- O que aconteceu? - perguntei em um fio de voz, quase inaudível.

- Você ainda não.. viu? - perguntou Helena receosa e apertei as sobrancelhas confusa.

Ela me esticou o celular e o peguei, sentindo a ansiedade me comer viva, minhas mãos trêmulas, o coração saindo para fora e sendo estilhaçado com a foto que vi do Miguel com a Cristhina, ela segurando a mão dele enquanto andavam por algum lugar que eu não sabia onde era, parecendo bem íntimos.

Era isso? todos esses dias? era com ela que ele estava?

As perguntas não paravam de surgir em minha mente e senti minha cabeça começar a doer, as meninas me ajudaram a sentar no sofá e continuei olhando para aquela foto, estagnada. Buscando por respostas que eu não conseguia arrancar de nenhum lugar. Ele seria capaz?

Maria Júlia me abraçou forte e chorei, chorei confusa, com medo, minha mente se passava tantas coisas ao mesmo tempo.

- Por que? - perguntei em um sussurro.

- Talvez haja uma explicação para isso, Ana, não sofra tanto por antecipação.. - diz Júlia e assenti, mas agora, nesse momento, eu só queria chorar. A ideia de que ele estava todos esses dias com ela me acabava por dentro.

- Quero ficar sozinha.. - pedi secando meu rosto, uma atitude inútil. Já que eu não conseguia conter as lágrimas..

- Você tem certeza? - perguntou Helena.

- Tenho.. eu preciso ficar sozinha.

Elas assentiram meio relutantes mas saíram depois de me abraçar e depositar beijos no topo da minha cabeça.

Tranquei a porta e subi para o quarto rumo ao banheiro, eu precisava de um banho, era só o que eu queria agora. Enchi a banheira e fiquei lá dentro, encolhida durante horas, buscando entender como as coisas podem sair do controle tão rápido assim..

Olhei para minha pulseira e chorei a levando aos lábios dando-lhe um beijo, pelo menos ele estava bem..

Saí do banho me enrolando em um roupão e peguei meu celular, eu estava decidida a tentar ligar uma última vez. Disquei seu número com meus dedos tremendo e o coração apertado, segurando o choro preso em minha garganta e pus o celular no ouvido.

tocou.. tocou.. mais uma vez.. outra..

- Alô? - meu coração parou por um segundo e voltou a bater quando ouvi a outra voz do outro lado.

- Cristhina? - perguntei depois de ouvir a voz da mesma e engoli o choro ‐ O Miguel.. ele está ?

- Está, claro que está - ela riu baixo e continuou - mas está ocupado agora.. você sabe..

- Com o que? - a cada minuto dessa ligação eu sentia meu coração ser esmagado.

- Não seja boba, Ana.. eu avisei você que ele gostava de mim, eu o tenho.

Não disse mais nada, apenas desliguei a ligação e sentei na cama, olhando para o nada. Então era verdade?

Deitei na cama devagar, era como se a qualquer movimento brusco eu fosse ser quebrada e abracei o travesseiro, me entregando de vez as lágrimas e a dor que eu sentia em meu peito cada vez mais forte, ele havia me traído?

talvez eu não tivesse sido o suficiente..

Acho que no fim, meus pais sempre tiveram razão enquanto à isso.. eu nunca vou ser o suficiente.

Meu peito estava sendo esmagado por dentro, eu tinha dúvidas, dúvidas que ninguém era capaz de tirar além dele, mas como serão tiradas se nem comigo ele está falando?

Solucei baixinho apertando o travesseiro até meus dedos ficarem brancos e soltei um grito silencioso, cheio de dor, amargura e confusão..

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Boa leitura! ❤

Lendo esse capítulo assim:

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Por uma noite - Livro 2 da saga: Os cavalheiros Onde histórias criam vida. Descubra agora