Capítulo 43.

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*Miguel díaz*

Ouvi passos adentrando a minha sala e logo Robert, o detetive que estava me ajudando entrou no meu campo de visão.

- Diz para mim.. – peço cauteloso.

- Conseguimos, encontrei algo que vai lhe interessar muito, mas também irá lhe enfurecer.

- Em que nível? – perguntei.

- Acho melhor você mesmo ver.. – estendeu uma pasta preta em minha direção e a peguei.

Havíamos passados semanas trabalhando nisso ate que conseguíssemos achar algo do pai de Ana. No começo ela não desconfiou das minhas chegadas tardes em casa, mas depois passou a ser mais atenta e a desculpa de que estava ocupado demais já não estava servindo.

Abri a pasta retirando as folhas e comecei a ler.

- Como o esperado, lavagem de dinheiro.. não me surpreende. – digo rindo.

- Não é isso que vai te surpreender. – olhei para ele que estava sério e assenti.

A cada palavra que eu lia, eu me sentia cada vez enjoado, a raiva subindo dentro de mim a cada segundo e larguei os papéis sobre a mesa respirando fundo.

- O caso está sendo investigado por baixo dos panos, por ele ser uma pessoa importante. – Robert encostou na cadeira me olhando atentamente e continuou – Uma mulher o denunciou, alegou ter visto ele abusando da vítima, mas.. no dia seguinte retirou seu depoimento e diz que já não sabia se era mesmo ele.

- Imagino que isso não foi o suficiente para convencer vocês.. – digo, já que agora ele quem estava no comando do caso.

- Claro que não, investigamos a mulher e ela é uma moradora de rua, provavelmente foi subornada, levando em consideração a sua vida financeira..

- Faria de tudo por dinheiro, até o imperdoável. – completo.

- Não vamos parar até ter todas as provas, Miguel.

- Eu posso ficar com esses arquivos? – perguntei – quero lê-los melhor.

- Se a sua mente brilhante conseguir arrancar alguma informação disso, por mim tudo bem.

- Vocês já identificaram a vítima?

- Ainda não, a mulher não conseguiu enxergar direito, a única coisa que temos são datas e horários.

Acenei para ele que se retirou e peguei o telefone que me ligava direto com Mabell.

- Cancele tudo o que eu tenho para hoje. – digo e desligo a chamada me entregando naqueles papéis.

Tinha que ter alguma coisa aqui, algum mínimo detalhe que estava passando despercebido, talvez..

Já eram oito da noite e ainda estava sentado no mesmo lugar relendo os arquivos mais uma vez quando uma coisa me chamou a atenção. Levantei abruptamente sentindo meu corpo gelar e minhas mãos tremerem e peguei meu terno o vestindo e saindo da empresa.

Desci do carro passando pelos seguranças do orfanato e bati na porta do quarto de Merlia, que por enquanto era separado dos outros por ela não conseguir confiar em fechar os olhos perto de alguém.

- Miguel? – ela correu pulando em meu colo e a peguei – Não sabia que viria hoje, mas que bom que veio.

- Quero conversar com você, linda.. – sorri fraco para ela que franziu o cenho em uma cara fofa e confusa e senti meu coração despedaçar enquanto a colocava sentada na cama ao meu lado – Merlia.. eu preciso da sua ajuda e preciso que você seja forte, querida..

Por uma noite - Livro 2 da saga: Os cavalheiros Onde histórias criam vida. Descubra agora