Capítulo 2 - Qual o problema em ser gorda?

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Segundo capítulo!

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Capítulo 2

Manuela

Ok, vai ser meio difícil de explicar situação atual, onde estou com gelo na testa e Enzo com gelo entre as pernas, então vamos voltar um pouquinho no tempo...

...

— Quem você pensa que é pra chamar a minha mãe de vaca?

— E quem é você para me chamar de vaca? Ora, tenha mais educação, marombinha. O excesso de testosterona no seu cérebro te deixa babaca?

— Manu, por favor... — Marcos segura um dos meus braços e Edu o outro. Liz está pronta para pular na minha frente.

— Ah, você quer ofender? Por que não volta pro oceano, onde é o lugar das baleias?

— Olha, o gênio sabe onde as baleias vivem. Inteligente ele, né, pessoal? — a essa altura, estamos rodeados de pessoas. — Tão inteligente que tá no primeiro colegial faz três anos. Daqui a pouco tá vindo pra escola de carro, assim cata as putas com mais facilidade.

Cadê a menina doce de dentro ser mim? Resposta: sumiu!

— Eu te jogo pela janela em dois segundos.

— Tá bom. Um... dois! Dois segundos e nada. Argumento inválido, favor tentar outro.

Uma veia salta na sua testa.

— Vadia...

— Não me chame de vadia, não sou como as garotas que você sai. Não sabe nem tratar bem os outros, vai ser um fracasso na vida.

— Eu vou te estrangular. — Dá um passo na minha direção. Engulo em seco, mas continuo com a cabeça erguida.

Por que ele tem que ser tão alto?!

— Vamos dar o fora daqui, Manu. Por favor. — diz Liz.

— Tenta a sorte. — e então acontece o pior.

Enzo tenta acertar um soco em mim, mas desvio. Morrendo de medo, acerto um chute bem nas bolas dele, o fazendo se atrapalhar e bater o braço em mim. Caio e bato a cabeça, fazendo um pequeno corte.

...

E foi isso que aconteceu.

— Manuela, se fosse o Enzo quem tivesse começado a briga, eu poderia lhe dar um desconto. Mas há testemunhas de que foi você que iniciou tudo.

Meu rosto queima em vermelho.

— Essa doida chegou me xingando.

— Você tava brigando com crianças do sexto ano! — aponto o dedo para ele.

— Unha bonita, tomara que alguém dê quebrante.

— Monstro.

Ele ri, mas geme de dor quando se mexe. Acho que meu chute é bem potente.

— O que eu faço com vocês dois? — a diretora nos encara. Dou de ombros. Não é como se uma briga fosse destruir a minha vida. — Manuela, você não pode sair por aí bancando a justiceira. Devia ter chamado uma autoridade.

Ah, tá. O seu Jorge não aguenta nem com a vassoura dele, imagina xingar um cara de aproximadamente um metro e noventa.

— Enzo, você quer fazer a prova para passar para o terceiro colegial no meio do ano, certo? — assente. — Então recomendo que não brigue mais.

— Mas foi ela que começou!

— Ela não tem um histórico escolar complicado.

Cheque mate.

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