Capítulo 6 - Quem vai ceder?

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Oi!

Gente, estou tão feliz que estejam gostando do livro! Vocês estão aquecendo meu coração! Beijão!

Boa leitura!

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Capítulo 6

Manuela

- Dessa vez vocês não vão escapar de levar um castigo. - cruza os braços. A olho apreensiva.

De todas as pessoas para o Enzo acertar a cadernada, ele tinha que justamente acertar no benfeitor da escola? O nariz do homem tá sangrando!

Não acredito que vou ficar de castigo por causa desse idiota. Minha vontade é de lhe dar mais um chute no saco. Um que comprometa sua capacidade de ter filhos.

- Você devia voltar para o mar, baleia. - cuspe as palavras. Reviro os olhos. O apelido de baleia já está ficando fraco.

- E você para o inferno. - ele trinca os dentes.

- Fiquem quietos! - grita, chamando nossa atenção. Ficamos em silêncio. - Tenho o castigo perfeito para vocês fazerem as pazes.

Ela vai fazer ele me dar uma biblioteca?

- Qual? - pergunto. Ela sorri de lado.

Medo.

- Temos uma biblioteca precisando de assistentes.

Antes que eu diga qualquer coisa, Enzo dispara ao falar:

- Para queimar os livros e tornar o lugar um míni bar, com cerveja e bilhar?

Que?

Esse cara é idiota ou só se faz?

- Você é retardado? Queimar livros é...

- Fica quietinha que a conversa ainda não chegou no chiqueiro.

- Enzo, sem piadas. - respira fundo. ELA CONSIDERA ISSO PIADA? O cara acabou de ser preconceituoso comigo e ela fala "sem piadas"? Ah, vai pro inferno! - A Marisa,a bibliotecária, viajou, então estou sem ninguém para cuidar da biblioteca. Vocês vão ficar lá, cuidando de tudo e, principalmente, fazendo as pazes. Serão apenas duas semanas.

Essa diretora é bem iludida. Como ela acha que ficar duas semanas ao lado do Enzo pode ter um bom resultado? Um de nós - provavelmente eu -, vai sair de lá direto pra cova.

- Qual o horário dessa palhaçada?

- Três horas depois das aulas. Terão um cronograma de atividades.

- Como assim, atividades?

- Clube do livro. Cada sala indo pegar um livro. Entre outras. Vocês vão dar conta, pode ter certeza.

- Eu aceito se tiver seguro de vida. - digo debochada. Depois de uma vassourada e uma quase cadernada, tenho medo da próxima arma. Será que eu devia deixar meu testamento?

- Sem piadas, Manuela.

AH, AGORA EU QUE SOU A ERRADA!

Vai para puta que pariu.

- Vocês vão se divertir, tenho certeza.

Certeza...

Inferno.

Saímos da sala dela. Como vamos para o mesmo caminho, tenho andar atrás dele para evitar contato visual. E, meu Deus, que vista. É um bumbum perfeito mesmo.

- É impressão minha, ou você tá olhando para a minha bunda? - meu rosto esquenta. Uma boa parte de ser negra, é que é difícil o tom rosado de vergonha transparecer.

- Impressão. - Para à minha frente. Tenho desviar, mas ele não deixa. - Quer me deixar passar?

- Qual é a sua, Manuela?

- Como?

- Você tá infernizando a minha vida por quê? Eu não fiz nada. Para quê se intrometer na minha vida?

- Você é quem está infernizando a minha. É um brutamontes que resolve tudo no soco.

- Hum... tive uma ideia. - sorri de lado, os olhos verdes cintilando. - Vamos ver quem inferniza mais a vida um do outro.

Após dizer isso, se vira e volta a andar.

Filho da puta.

...

- Eu não acredito! - grita Edu, enquanto faz tranças no cabelo da Liz. - Menina, ele vai te matar.

- Vai mesmo. - diz Marcos.

- Odeio ter que concordar, mas é verdade. Enzo é doido da cabeça, vai te matar.

Ele não é doido, é apenas esquizofrênico.

- Eu não tenho outra escolha. Mas ele vai infernizar a minha vida, isso é uma merda. Eu devia fazer o mesmo?

- Deveria tentar, mas não terá sucesso. - espera, quem disse isso? Não foram meus amigos, então quem...

Alguém joga um copo de água na minha cabeça.

- Enzo! - levanto. Encaro ele, que sorri.

O que eu faço?

O QUE EU FAÇO?

- Eu devia te dar uma progressiva de presente. Seria bem aproveitado, né...

Clap.

O som do tapa silencia todos no pátio. Eu estou com raiva, querendo matar.

Do meu cabelo, ninguém fala.

- Primeiro tire esse estilo vaca-lambeu, depois venha falar do meu cabelo. - saio correndo para o banheiro. Chuto com tanta força a lixeira, que sinto pena dela.

INFERNO!

Meu cabelo é igual ao do meu falecido pai, eu amo isso. Amo meu afro. Não vou deixar alguém falar dele. Eu amo meu cabelo.

Quando já estou recuperada, volto para a mesa com meus amigos, que estão me olhando sérios.

- Ele vai ter o que merece

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