Capítulo 11 - Abuso

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Oi!

Esse capítulo contém gatilhos.

Boa leitura!

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Capítulo 11

Manuela

Estou deitada na minha cama, chorando. Não consigo acreditar em tudo que aconteceu. É assustador, desesperador, terrível.

Do lado de fora do meu quarto, minha mãe conversa alto com meus tios, quanto minhas primas se divertem com o Gustavo.

Como eles podem agir como se nada tivesse acontecido? Eu acho que eles são... são... monstros.

Minha cabeça está doendo. Fiz vários pequenos cortes, então está tudo costurado. Fico pensando como vou esconder isso dos meus amigos. Vai ser um grande problema.

As risadas fora do meu quarto estão cada vez mais altas. Estão bêbados.

Monstros.

Pego meu celular é faço um Twitter:

Eu: inferno de vida! Pessoas são más. Não confie em ninguém.

Horas se passam e eu não consigo dormir nem por um segundo. Quando tudo se silencia, agradeço. Finalmente paz. Se passam duas horas e de repente, a porta do meu quarto é aberta lentamente. A pessoa entra no quarto e eu fico assustada ao ver meu tio.

Ele tranca a porta.

Meu corpo inteiro congela.

— Oi, princesa do tio. — Vai desabotoando a camisa branca.

Não, não, não, não!

— O que você quer? — me encolho.

— Vamos nos divertir um pouco? — Sua camisa vai ao chão.

— Não! Sai daqui! — aponto para a porta. — Eu não quero nada com você, velho nojento!

— Eu vou sair, mas depois que brincarmos um pouco. Você tem peitos maravilhosos, sabia?

Ótimo, ele está me assediando.

Estou com medo, ele está chegando cada vez mais perto.

Isso não vai acontecer. Não pode. Ele não pode ter me feito levar pontos na cabeça e agora tentar abusar de mim. Me recuso acreditar nisso.

Reparo na sua virilha, um volume enorme. Excitado.

— Não chega perto de mim! — fico desviando dele pelo quarto. — Mãe! — grito o mais alto possível. — MÃE!

— Estão todos dormindo de tão bêbados, não adianta gritar.

— Gustavo! — subo na cama, encurralada. — Gustavo! Mãe! Socorro!

— Isso, grite, pequena. Adoro ver você gritar.

— Mãeeee! — jogo o travesseiro na sua cara e tendo passar correndo. Mas para o meu azar, ele agarra minha blusinha e a rasga. — Mãe! Mãe, socorro! — me agarra por trás. Eu me debato, tento fugir de todas as maneiras possíveis. — Para! Me solta, tio! Mãe!

— A gente vai brincar um pouquinho, Manu. Você vai se divertir. — Ele é muito mais forte do que eu, é impossível fugir.

— Por favor, não! Me solta! Gustavo! — caímos na cama. Sobe em cima de mim e começa a arrancar minha roupa. — PARA!

A porta é arrombada.

— Solta a minha irmã! — lá está o Gustavo, com um pedaço de ferro, vindo na nossa direção.

— Estamos só brincando, Gustavinho. Pode sair, não pode interromper.

— A Manu disse não! Então ela não quer! Se afasta! Ou eu vou te acertar!

Nunca fiquei tão feliz em ver o Gustavo.

Minha tia e mãe aparecem na porta e arregalam os olhos. Quando penso que vão gritar com meu tio e me acolher, minha tia Angelina me agarra pelo cabelo.

— Você estava seduzindo o meu marido, sua vadia Mirim?

Arregalou os olhos.

— Não! Ele que pulou em cima de mim!

— Que pouca vergonha, Manuela. Angelina, tem minha permissão para fazer o que quiser com ela. — antes que saia, Gustavo segura seu braço. — O que foi, menino?

Estou na esperança que ele me defenda, mas então o olhar de Gustavo se apaga e ele abaixa a cabeça.

— Nada. — sai do quarto, soltando o pedaço de ferro. Minha tia o pega e vem para cima de mim com ele em mãos.

Acho que eu nunca fui tão rápida em toda a minha vida: desviei de alguns golpes da minha tia, peguei meu casaco e fugir de casa.

Estou sem celular, então preciso aparecer de surpresa na casa de um dos meus amigos. O escolhido é o Edu.

Quando chego no bairro dele, caminho pelas ruas, até que percebo que estou totalmente perdida.

Me sento na frente de uma padaria e começo a chorar até cansar.

Eu quase fui estuprada e ninguém moveu um dedo para me defender.

Isso doeu. Doeu muito.

— Não é seguro ficar chorando à essa hora na frente de uma padaria fechada. — escuto uma voz. A pessoa se abaixa na minha frente. — Tá tudo bem, Manu?

É o Daniel.

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