Capítulo 23 - Suicídio

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Oie!

Confesso que chorei escrevendo esse.

Boa leitura!

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Capítulo 23

Enzo

— MANU! — pulo da cama e saio gritando seu nome. Abro com tudo a porta do quarto da minha mãe e vejo só ela dormindo. — Manuela! — corro para o banheiro, nada. — DANIEL! MÃE!

— O que foi, filho? — minha mãe aparece com cara de sono.

— Para de gritar, Enzo. — aparece Daniel.

— Cadê a Manu? — entreolham-se.

— Eu escutei ela levantar, pensei que tinha ido ao banheiro. Por que essa preocupação?

— Ai meu deus! — começo a ficar desesperado. — Olha o que ela postou no Instagram!

Os dois olham pelo meu celular.

— Não! Ela vai se matar! — grita minha mãe. — ONDE ELA TÁ?

A esse ponto, estamos todos gritando.

— Não sei. Enzo, liga pra Luciana e pros amigos da Manu. Eu vou dar uma volta no bairro. Se tivermos sorte, ela ainda não fez nada.

— Certo.

Entro no Instagram e ligo para Eduardo, o gay da turma.

Eduardo: Enzo? O que tu quer?

Enzo: Você viu o stories da Manu? Ela acabou de se despedir! Ela vai se matar!

A linha fica muda por alguns segundos.

Eduardo: Onde você quer que eu procure? Eu vou te ajudar.

Enzo: Procura nos lugares que você sabe que ela gosta de ir. Qualquer coisa me liga, vou mandar meu número.

Encerro a chamada.

Ligo para a Luciana. Depois ir explico para ela a situação, ela grita:

Luciana: COMO É QUE É? TO INDO PRA AÍ!

Pensa, Enzo. Onde ela poderia ir para se matar?

Corro para a casa do vizinho.

— Dona Cleide! — Eu grito várias vezes. A senhora de meia idade aparece. Explico rapidamente o que está acontecendo. — Precisamos achar ela o mais rápido possível. Você me empresta seu carro?

— Claro! Entra, vou te dar as chaves! — pego o carro saio da garagem. Começo a rodar o bairro, mas nada. Resolvo procurar em pontes, vai que ela esteja planejando se jogar de uma. — Por favor, esteja bem.

Nada.

Ela não está em nenhuma ponte.

Cadê você Manu? Aparece, por favor.

Paro o carro e fecho os olhos em oração.

Se ela sair viva dessa, eu vou para a Cidade de Aparecida e subir a escadaria de joelhos.

Volto a dirigir. Eu não tenho carteira, mas aprendi a dirigir cedo.

Preciso beber um copo d'água, estou muito nervoso.

Espera...

Água!

Tem um açude por aqui! Ela pode estar por lá!

Piso no acelerador e vou rumo ao lago/açude. Quando chego lá, dou voltas pela margem, mas nada.

Até que então, eh vejo uma pessoa negra entrando lentamente no açude.

— MANUELA! — paro o carro e corro até ela. Ela não se vira para mim, continua se afundando nas águas geladas. — Não faz isso! Volta!

Tento nadar, mas esse lugar é ruim para se matar, é muita lama e o fundo é cheio de plantas que prendem os pés no fundo.

— MANUELA! VOLTA! — A essa altura, eu estou chorando. — MANU!

Nada. Ela continua se afundando no açude. A água está passando de seus ombros.

— MANUELA! — Ela vira o rosto para mim, surpresa. — NÃO FAZ ISSO! VOLTA, POR FAVOR!

— Enzo...

Quando ela se vira para mim, seu pé escorrega, a levando para o fundo das águas. Entro em desespero.

Mergulho. Manu é muito pesada, então eu não estou conseguindo tirá-la d'água. Reforço minha promessa em pensamento.

Eu nem sou de acreditar em Deus. Mas nesse momento. Por favor, Deus, me ajuda.

— Enzo! Manu! — viro o rosto para trás, é a Luciana. Ela mergulha e vem nadando até nós. Juntos, tiramos o rosto da Manu debaixo d'água. — Respira, amiga!

— Vamos levar ela pra margem!

— Vamos... ah! — Quando ela grita, levo um susto. — Câimbra!

— Merda! — coloco a Manu nas minhas costas e dou meu jeito para ela não escorregar com uma mão, com a outra, seguro o braço da Juliana e puxo ela para vir conosco.

— Estamos quase. — Ela diz. Me ajuda a segurar a Manu, mesmo com a perna travada. — Vamos!

Com muito esforço, chegamos à margem. Manu está sem respirar, então começo a gritar para tentar acordá-la.

— ACORDA!

— Deixa comigo! — posiciona as mãos no peito dela e começa a massagem cardíaca. — Enzo, faz respiração boca a boca nela!

Nem penso se isso é o que quero, apenas fecho seu nariz, abro sua no a e sopro ar para o seu pulmão.

Ela acorda e começa a cuspir água sem parar.

— Você tá viva! — grita Luciana. — Nunca mais me mate do coração assim!

— Gente... Eu tô viva?

— Sim! Sua maluca, eu quase tive um treco procurando você! Pensei que iria morrer! — Quando noto, estou chorando. — Você não pode assustar as pessoas desse jeito!

— Desculpa...

Aperto ela nos meus braços.

Essa foi a experiência mais traumática na minha vida toda.

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