Capítulo 24 - Europa

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Oie!

Boa leitura!

.......

Capítulo 24

Enzo

— Enzo! — minha mãe aparece no hospital, ao lado de Daniel. — Como está a Manu?

— Tá viva, mas desacordada.

— Cadê a Manuela? — vejo Eduardo, Marcos e Elizabeth aparecerem correndo no corredor.

Elizabeth me pega pelo colarinho da camiseta.

— O que você fez com a minha amiga, seu maldito? — percebo que ela está pronta para me dar um soco. — Responda!

— Eu não fiz nada, japa! — afasto-a de mim.

— Ele salvou a Manu. — diz Juliana, se pondo ao meu lado. — Ela estava se afogando no açude quando eu apareci, o Enzo estava tentando tirar ela de lá. Mergulhei também para ajudar, mas minha perna teve câimbra e acabou que ele teve que ajudar nós duas. — suspira. — O Enzo foi um herói. A Manu estaria morta se não fosse por ele.

Todos ficam em silêncio.

— Eu não aguento mais ver a Manu sofrer! — grita Eduardo. — Todo dia ela passa por um sofrimento diferente! Chega disso! Um dia é racismo, no outro gordofobia! Ela não pode ser ela mesmo sem ser julgada!

— Sabemos disso, Eduardo. — digo com dor no coração. — Eu já machuquei muito a Manu. Mas agora não quero ver ela triste nunca mais. Sou capaz de tudo para vê-la feliz e livre desses merdas!

— Eu concordo. — Fala Marcos. — Mas o que podemos fazer? Não dá pra defender a Manu sempre. A vez da chuva de farinha conseguiram segurar todos nós. E a vez do açoite, precisaram da força da Juliana para salvar ela.

— Eu tenho a solução. — levo um susto quando a nossa diretora aparece. Ela faz pose de seria e se aproxima da minha mãe.

— Diretora? O que faz aqui? — pergunto.

— Primeiramente, vim ver o estado da minha aluna e dizer que a escola vai dar todo o apoio que ela precisar. — c4uza os braços. — E por segundo, venho sugerir quê mandemos a Manuela para um intercâmbio na Europa.

Todos ficam em silêncio por alguns segundos, até que eu digo:

— Você quer tirar a Manu da gente? — minha voz é calma. Preciso manter o controle.

— Não, longe disso. Eu só quero tirar a Manuela desse inferno que ela está vivendo. Não é normal uma menina de apenas quinze anos sofrer tanto pelo seu corpo e cor de pele.

— Mas... diretora, a senhora falou com a mãe da Manu? — pergunta minha mãe. — Eu sei que ela nao está presente nessas situações na vida da Manu, mas é muito importante o que ela acha.

— Sim, eu sei. Eu já conversei com ele. Sua resposta foi simples. "Faça o que quiser com aquele estorvo" — arregalo os olhos.

— Como ela p9de ser tão cruel?

— Mais um motivo para levarmos ela para a Europa. Senhora, você é quem está cuidando da Manu, então vou pedir sua opinião: o que você acha certo?

Todos olhamos para a minha mãe. Ela para para pensar por um bom tempo, então responde:

— Longe daqui não irão ter tantas pessoas fazendo mal para a minha garota, certo? — vejo lágrimas se formarem nos seus olhos. — Se ela concordar, eu darei minha permissão.

Eu não questiono, porque sim, eu sei que isso é o certo.

— A Manuela acordou! — grita uma enfermeira. Em questão de segundos, estamos todos dentro do quarto. Manu está sentada, com o rosto um pouco amassado.

— Manu! — damos um abraço coletivo nela.

— Que bom que você que você está viva. — digo sorrindo.

Conversamos com ela por alguns minutos, até que ela se solta para contar o que aconteceu.

— Eu só queria acabar com o sofrimento... — meu coração se aperta. Como pode uma coisa doer tanto ao ponto de te fazer querer morrer?

— Há outras maneiras de acabar com isso, minha querida. — conta minha mãe. — Agora temos que falar sobre algo importante.

Depois de explicar tudo, Manu dá sua resposta:

— Eu aceito.

Diz sem exitar.

— Você tem certeza, Manu? — Juliana segura a mão dela.

— Sim. Me mandem para a Europa. É disso que eu preciso.

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