14- conexão

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P. O. V. Lexa Alycia

                     

Naquela noite eu estava acabada, fazia quase uma semana dá noite em que saí com Clarke. Da noite em que tudo acabou errado. Depois daquele dia, todas as manhãs, Christopher me dava flores e um pedido de desculpas. Eu ainda sentia meu corpo doer, ainda era difícil dormir e alguns hematomas ainda eram visíveis em meus braços e barriga.

                     

Nesta semana, decidi não sair, nem para mercado e nem para lugar algum, e Christopher pareceu entender a decisão, não me pedia tanta coisa. Porém, ele estava saindo todas as noites da semana e voltava na madrugada, quando eu estava com sono demais para ver seu estado.

                     

Em uma das noites, ele chegou a me acordar, bem na madrugada. Beijos leves eram depositados sobre minha bochecha e pescoço, e eu sentia suas bochechas molhadas, ele estava chorando. Me pedia desculpas, mas eu conseguia sentir um forte cheiro de álcool e maconha. Neste dia, tive que acordar e deitar a cabeça de Christopher no meu colo, fazer carinho em seus cabelos até ele adormecer de tanto chorar. Acordei com as pernas e costas doendo pela posição, ele já não estava mais lá, eu ainda estava encostada na parede e sentia fortes dores no pescoço quando virei para o lado e vi, em cima da escrivaninha, um bilhete e um buquê de flores. Naquele dia, eu revirei os olhos em todos os momento e todo o meu tempo que foi tomado para ler aquele bilhete que dizia o quanto ele me amava e se sentia feliz por me ter. Mas mesmo assim, meu coração não deixou de disparar e meus olhos não deixaram de derramar lágrimas verdadeiras de saudades.

                     

A semana tinha sido lenta e tediosa, eu ficava em casa, dormia, acordava, comia e chorava. Essa era minha rotina quando eu não tinha coragem de levantar e pegar meu violão escondido para tocar algo até o final da tarde. Até meus dedos cansarem e meu corpo pedir por descanso.

                     

Eu já havia me distanciado de minhas amigas desde meu casamento, Christopher não gostava delas e dizia sempre para eu marcar depois, até elas ficarem irritadas e jogarem na minha cara o quão frustrante isso era. Eu não as culpava, era realmente chato se afastar de suas amigas tão próximas, apenas por um casamento. Essa é uma das escolhas que eu também me arrependo. Mas agora, eu não tinha coragem de chamá-las, dizer quanta falta eu sinto delas e como eu gostaria de sair com elas e rir, conversar de verdade.

                     

Fiquei a semana toda me remoendo, me sentindo culpada e pensando em uma maneira de pedir desculpas para Clarke. De mostrar à ela que, mesmo com tudo, ela não é a culpada, e sim, eu.

                     

Quando pude perceber, já era tarde demais, eu já lhe havia enviado mensagens, e ela tinha respondido. Meu corpo agora parecia em transe, um choque eterno com sua mensagem.

                     

(Clarke♡): Eu vou te dar atenção, meu amor.

                     

Meus olhos não cansam de ler e reler a mensagem que me fora enviada. Minhas mãos tremiam. Eu não sabia muito bem do porque esta reação, mas eu estava... contente. Um sorriso se formou em meus lábios e meus olhos estavam marejados, o que isso significava?

                     

(Lexa): Por favor, tente me encontrar amanhã

                     

🄲🄻🄴🅇🄰 ✓ • THE MOTEL • 𝐺𝐼𝑃Onde histórias criam vida. Descubra agora