Parte 4

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- Aquela loja ali, Chay?

- Sim, Phi, foi aonde eu vi da última vez que viemos aqui.

Tankhun desejava uma bota nova e esse era o único motivo de sairmos de casa a essa hora da tarde para nos enfiar em um shopping center, rodeados de seguranças e com centenas de pessoas gritando ao redor.

Aparentemente estava tendo algum evento de uma produtora de BL's e o grande volume de pessoas ao redor estava deixando os seguranças meio paranoicos. No entanto Tankhun não estava nem aí.

- Ali está ela! - ele gritou de felicidade ao reconhecer a tal loja e se virou para Pol. - Estou com sede. Compre algo para mim. Agora, vamos, vamos, eu quero aquela bota.

- Pode entrar sem mim, Phi, eu vou com o Pol.

- E porque? Ele pode trazer algo pra você.

- Eu vou no banheiro também.

- Oh, tudo bem. Vocês três, acompanhem Porschay. Se acontecer algo com meu irmão mais novo eu mato cada um de vocês com a minha bota nova.

Rolei os olhos para Tankhun ameaçando a vida de alguém no meio de várias pessoas e com um sorriso no rosto enquanto ainda encarava a bota na vitrine da loja.

- Eu volto logo.

Pol e os seguranças andaram ao meu redor por todo o caminho até o banheiro. As pessoas nos encaravam, mas isso era algo que, com o tempo, eu havia me acostumado. Claro que eu preferia sair apenas com Kim porque, além de ser quase como um encontro normal, ele era mais protetor que vinte guarda-costas juntos e nunca deixava ninguém se aproximar de mim.

- Chay!

Me virei assustado porque não esperava encontrar ninguém ao sair do banheiro, ainda mais que essa pessoa segurasse o meu braço. Mas era apenas o Macau, que surgiu do nado e recebeu um soco na costela por me assustar.

- Porra, Porschay, isso doeu.

- Ao menos aquelas aulas de boxe serviram pra alguma coisa. Você me assustou.

- Foi sem querer. Me desculpe.

O idiota sorridente que não parecia arrependido tentou me abraçar, mas um dos seguranças colocou os braços entre nós.

Sabendo que eu sairia de casa com Tankhun, Kim deve ter repassado as instruções de sempre. Macau revirou os olhos para o segurança e apontou para a praça de alimentação logo a frente.

- Não sei o que você veio fazer aqui, mas eu estou indo comer. Quer me acompanhar?

- Tenho que encontrar Tankhun na loja de sapatos. 

- Ah, ele está aqui também? - Macau olhou para os lados e não conseguiu encontrar a loja na direção que eu apontava por causa daquelas pessoas no caminho, mas se aproximou mais de mim mesmo assim. - Que ótimo. Vou com você.

- Isso é fome te fazendo delirar, certo?

- E porque isso?

- Hum, Tankhun te odeia. Kim não gosta de você. Os seguranças pouco se importam se você é parente, eles são leais apenas ao meu namorado. Você quer mesmo ir?

- Você e eu somos amigos. Isso é tudo o que me importa.

- Não se esqueça que a escolha foi totalmente sua.

Fiz sinal com a cabeça para que Pol, que havia voltado com um copo de alguma coisa para Tankhun, liderasse o caminho para o seu chefe na loja. Ele deixou que outro segurança liderasse e se pôs ao meu lado enquanto os outros dois se colocaram um do meu outro lado e o outro atrás de nós, não deixando margem para Macau se aproximar. Não liguei e apenas segui em frente.

KimChay e a Saga do PãoOnde histórias criam vida. Descubra agora