KimChay e a Saga do Pão

Parte 6

- E o que acha dessa? - perguntei e dei uma voltinha na frente dele, já sabendo a sua resposta.

- Não gostei.

- Você não gostou de nenhuma roupa que eu vesti na última meia hora e eu já estou ficando atrasado.

- Não tem necessidade de ir. Eu mesmo posso te ajudar.

- Sério? E você não tem que ir para a sua razão de viver?

- Porschay.

- Estou mentindo por acaso? Você me trocou por aquele estúdio a semanas e não adianta passar alguns dias grudados em mim que isso não será esquecido.

Entrei de volta no closet e troquei a camisa cinza por uma verde que pertencia a ele, porque sabia que dessa ele não reclamaria, e saí não o encontrando mais no quarto e fui direto para o escritório para pegar minha mochila com as coisas da faculdade.

- E saiba que eu estou indo encontrar o Macau, sim! - Kim não estava a vista, mas eu falei alto para ele escutar mesmo assim.

As provas finais estavam chegando enfim e eu havia marcado de estudar com o Macau porque não entendia a necessidade de álgebra em um curso de música, mas se eu era obrigado a aprender isso antes de começar a fazer instrumentos (que eu também não entendia a necessidade) então eu iria ser um dos melhores dessa turma. Mas Kim não gostou dessa ideia e não queria que eu fosse. Como se ele conseguisse me impedir de fazer qualquer coisa.

- Deixa eu te levar, ao menos.

Olhei para Kim, que se pôs a minha frente no momento que eu alcancei a porta, com aquele falso olhar de derrota dele que sempre me dizia que ele estava aprontando algo.

- Você vai mesmo me levar para a casa do Pete?

- Não.

Cruzei os braços e o idiota veio me abraçar.

- Liguei para o Vegas e combinei de nos encontrarem na mansão. Tankhun está organizando um brunch então nós conversaremos enquanto vocês estudam e, se precisarem de ajuda, podem nos chamar.

Me deu vontade de arrancar aquele sorriso satisfeito do rosto dele, mas a ideia não era de todo mal e, ao menos, ele não estava me impedindo de encontrar Macau para estudar.

- Vamos logo, então.

Kim me beijou e quis aprofundar ainda mais esse beijo, mas eu conhecia as táticas desse idiota.

- Tem certeza que..

- Sim. Vamos de uma vez.

Ele dirigiu mais devagar de propósito. Os quinze minutos entre a nossa casa e a mansão se tornou quase uma hora porque ele pareceu adivinhar as ruas que havia trânsito ou obra. Mas, enfim, chegamos à mansão. Infelizmente para mim, a primeira pessoa que eu vi ao entrarmos, foi o rei dos gados.

Porque diabos ele estava ali e porque eu sinto que eu vou passar raiva?

- Não o convidei. Juro.

- Para o seu bem, é melhor que não.

Me desvencilhei dos braços de Kim e passei direto pelo Tay para abraçar Tankhun. Fazia alguns dias que eu não via o meu novo irmão mais velho e eu estava com saudade.

- Eles já estavam aqui quando o Kim ligou. - ele se desculpou porque sabia que eu voaria no pescoço do Tay no momento que ele tentasse qualquer coisa. - Prometo deixá-lo longe de você.

- Tudo bem. Pete e o marido dele já chegaram?

- Nos jardins, com Venice e o filhote de demônio. Aliás, porque eu aceitei receber esse idiota aqui?