Capítulo: 7

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Felipe Narrando

Peguei o elevador e apertei o botão do segundo andar, entrei no quarto vinte e dois e Colin estava sentado em sua cama olhando para o nada.

- bom dia Colin, como se sente ?- perguntei vendo ele sorrir apenas - a partir de hoje eu vou cuidar de você, consegui te tirar das garras da Gilda

Dava para perceber pelos olhos dele que me agradecia profundamente. Peguei a prancheta que estava em cima do criado mudo, e estava na hora dele tomar os calmantes dele, mas resolvi fazer uma coisa totalmente diferente.

- então Colin, pelas leis do hospital você devia tomar os calmantes, mas não vou fazer isso por que imagino que não vai me dar trabalho. Agora vamos tirar esse pijama - falei me aproximando da gaveta de roupas e pegando um short branco que o hospital disponibilizava, junto com uma camisa da mesma cor.

Assim que me virei me deparei com Colin em pé. Se me lembro bem, os sedativos deixavam alguns pacientes sem conseguir andar, mas pelo visto, ele agiu de forma diferente ao corpo do Colin. Sim, ele ainda estava catatônico, mas conseguia se mexer e sorrir.

Com muita facilidade consegui colocar a camisa nele, e logo abaixei a calça de seu pijama,  e assim como a Gilda havia mencionado, Colin tinha um corpo magnífico. Ali estava eu encarando as pernas do homem, coloquei o short em suas pernas e me levantei

- consegue andar ?- perguntei obtendo respostas em forma de passos - Colin você consegue me ouvir ?, se realmente consegue, pisque os olhos duas vezes para mim - pedi e assim ele fez piscou duas vezes os olhos

Eu não sei o que estava acontecendo, ou alguém tinha dado um sedativos que não era para ter aplicado no Colin, ou então, o corpo dele quase não reage aos sedativos. Olhei na lista rotineira, e a primeira tarefa do dia, seria levar ele para passear no jardim dos fundos do hospital.

- vamos dar um passeio - falei segurando no braço dele

Devagar e calmamente, Colin percorreu suas mãos pelo seu braço, até conseguir localizar a minha, ali ele pegou e desceu minha mão até a sua, me fazendo segurar ali. Sim estávamos de mãos dadas, eu estava surpreso, mas de nenhuma forma conseguia soltar minha mão da dele.

Saímos do quarto assim, e todos os enfermeiros que passavam olhavam para as nossas mãos juntas, eu estava cagando para eles.

Andamos alguns minutos e devemos alguns lances de escadas, e logo estávamos no jardim dos fundos. Na parte da manhã no jardim, ficam apenas pacientes que não necessitam mais de sedativos ou calmantes, mas ainda assim  precisam ficar internados no hospital. Estávamos a alguns minutos andando por ali, até que uma mulher nos para

- bom dia seu doutor - falou ela sorrindo abertamente

- bom dia, como esta se sentindo ?- perguntei educadamente

- estou muito bem, faz dias que não vejo alucinações

- que maravilha, e cadê o seu enfermeiro particular ? - perguntei olhando para os quatro cantos do jardim

- ele está ali parado me observando de longe - falou ela apontando para um homem que estava com os braços cruzados e com a cara fechada - mas então, o que ele tem ?- perguntou apontando para Colin que analisava os pássaros que voava no céu

- ele é novo, chegou ontem,  e ainda está sobre o efeito dos sedativos e calmantes

- vou ser sincera com o senhor doutor.  Esses sedativos são uma bosta, parece que ficamos drogados - falou ela dando uma risadas exagerada

- ok senhora, agora precisamos ir. Aproveite bem o seu passeio - falei sorrindo e saindo dali

Olhei na prancheta que estava em minha mão, e a próxima tarefa seria levar o Colin para a massagem. Entrei no hospital, e entrei no elevador logo em seguida. Apertei o botão do sétimo andar, e as portas se abriram revelando aquele andar maravilhoso e calmo.

Segui até a sala de massagem e dei algumas batidas na porta, e logo ela é aberta por uma enfermeira que eu conhecia bem

- vim deixar o paciente Colin na massagem - falei encarando a mulher

- ok, volte para pegar ele daqui trinta minutinhos - falou a mulher segurando no braço de Colin

O homem não queria de jeito nenhum soltar a minha mão, por mais que a enfermeira conversava e tentava puxar ele vagarosamente, mas ele não queria ir

- só um minuto enfermeira, deixa eu falar com ele - falei recebendo um olhar curioso da parte da enfermeira

Entrei na frente de Colin que logo me encarou

- ei, pode ir com a enfermeira, te prometo que ela vai cuidar bem de você- falei vendo a enfermeira concordar com a cabeça- não vai demorar daqui trinta minutos eu venho te buscar, vai passar rapidinho, você vai ver - falei fazendo ele sorrir para mim

Logo Colin soltou minha mão, e segui até a enfermeira que lhe segurou pelo braço

- não vou perguntar como fez isso, afinal cada enfermeiro tem sua técnica para tratar um paciente. Até logo doutor - falou ela sorrindo e fechando a porta

Não tinha nada para fazer, então decide ficar esses trinta minutos minha sala resolvendo os arquivos do dia.




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