Capítulo: 27

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Colin Narrando

Por muito anos eu fiquei pensando, se eu merecia realmente ter nascido. Quando eu era criança sofri muito Bullyng na escola, vários garotos ficavam de zoação comigo por conta do meu corpo. Naquele tempo eu era um pouquinho gordo e ainda usava óculos.

Depois de um tempo sai da escola. Eu já sabia que eu era gay, mas nunca tive a coragem de assumir para ninguém,  comecei a entrar em sites e aplicativos de namoro. Arrumei alguns encontros mas nenhum deles deram certo por que as pessoas queriam apenas transar e eu estava procurando alguém para relacionamento sério.

Eu morava com minha mãe e meu padrasto. Celso era uma ótima pessoa, sempre me dava tudo que eu queria, sem nem questionar, eu gostava do jeito que ele me tratava. Segundo minha mãe, meu pai morava em outro estado, assim que nasci ele disse que eu não era filho dele, tanto que ele nem quis me registrar no nome dele. Nunca procurei saber muito sobre ele.

Depois de meses, acabei descobrindo que meu padrasto gostava de estuprar meninas menores de idade. Acabei descobrindo isso em uma das minha saídas ao mercado. Contei para minha mãe e ela não acreditou nas minhas palavras, tentei ao máximo separar ela daquele homem, mas parecia cada vez mais impossível. Eu acabei levando aquelas coisas para mente, o que fez com que eu piorasse. Eu já tinha ansiedade muito forte naquela época, e com isso, acabou evoluindo para uma depressão

Certo dia eu estava dormindo em minha cama, quando senti alguns dedos invadindo minha cavidade anal. Ao abrir meus olhos percebi que era meu padrasto que estava ali, tentei ao máximo me livrar dele, mas ele era um pouco mais forte que eu. Em uma de suas distrações, me soltei dele e consegui finalmente gritar. Nesse momento minha mãe entrou em meu quarto, e viu meu padrasto tentando colocar o membro dele dentro de mim a força.

Rapidamente ela tirou ele de cima de mim. Ele até tentou se explicar, mas minha mãe não deu tempo, rapidamente ela colocou ele para fora de casa. Após alguns dias do acontecido, minha depressão acabou piorando, eu ficava a todo momento com medo de retornar e continuar o que ele parou.

Um dia quando eu não estava aguentando mais a depressão, implorei para que minha mãe me internasse em um hospital psiquiátrico, pois lá eu poderia ter mãos segurança do que dentro de minha casa. Mesmo a contra gosto, ela fez, quando os médicos vieram me buscar em casa, eu dei algumas esperneadas para que eles pensassem que eu era realmente um louco.

Aplicaram um sedativo em mim, e eu logo senti como se estivesse deitado em nuvens. Dentro do hospital enquanto estava aos efeitos dos sedativos e calmantes, eu conseguia mover algumas partes do meu corpo, mas fazia isso apenas quando o doutor Felipe aparecia.

Não sei o que aconteceu, mas de alguma forma eu vi naquele homem, uma boa pessoa. Sabia que nele eu poderia confiar e que ele nunca iria fazer o que meu padrasto tentou fazer comigo.

Após um tempo naquele hospital, eu fui abusado pela enfermeira que estava aos meus cuidados, mas por sorte o doutor Felipe conseguiu tirar ela daquele hospital. Depois disso ele passou a cuidar de mim, e confesso que eu gostava de ver alguns enfermeiros encucados por eu só me mover na presença do Felipe.

Alguns dias depois meu padrasto conseguiu me encontrar ali naquele hospital. Eu estava com medo do que ele poderia fazer comigo, mas os sedativos não me deixaram falar quem era aquele homem. Até que em um de meus banhos, ele colocou o cabo do rodo em meu ânus. Eu não conseguia me mover, mas conseguia sentir a imensa dor que vinha do meu ânus. Com muita dificuldade, eu consegui empurrar ele que caiu no chão.

Sai daquele quarto e fui seguindo pelo corredor, vários enfermeiros me pararam para saber o que estava acontecendo e onde estava o meu enfermeiro particular,  mas apenas o que eu tinha em mente era procurar onde Felipe estava. Algo em meu subconsciente me pediu para descer para o primeiro andar, e assim eu fiz, desci as escadas e fui andando pelo corredor. Acabei encontrando uma sala onde na frente estava o escrito nome do Felipe. Girei a maçaneta, e lá estava ele olhando para a tela do computador.

De início ele achou que fosse o cara das câmeras que estava o interrompendo, mas quando ele tirou os olhos daquela tela, suas feições mudaram por completo. A única coisa que consegui fazer foi falar o nome do Celso e cair nos braços dele.

Depois de algumas horas acordei em uma cama de hospital. Tive a visita da minha mãe, e depois ela foi embora deixando o Felipe comigo. Em nenhum momento daquele dia eu imaginava que seria cuidado na casa do Felipe. Fui descobrir isso quando estava quase tendo alta do hospital.

Meu primeiro dia naquela casa foi bom. Tirando o amigo dele que me dava medo, mas fora isso eu gostei muito de estar sempre perto dele. Em um dos meus banhos, eu pedi para tomar banho com ele abraçado, igualmente ele faz quando estávamos no hospital.

Assim que saímos do banheiro, eu fiz a pior coisa da minha vida. Pedi para que Felipe me beijasse, de início eu sabia que ele não iria fazer por ser heterossexual, mas depois ele se aproximou de mim, e quando estava quase para me beijar se afastou, fiquei com medo do que viria a seguir, mas ele apenas me pediu para dormir ali, e saiu me deixando ali sentado confuso.

Pela noite eu dormi o famoso sono de picadinho, as vezes acordava na madrugada e contastava que ainda estava sozinho naquela cama. Acabei sonhando com Felipe me deixando, e no sonho eu o encontrava e perguntava o por que ele tinha fugido de mim.

Abri meus olhos, e me deparei com o quarto ainda vazio. Segui até o banheiro, e passei um pouco de pasta na boca, sai do quarto e desci as escadas, na sala estava apenas uma mulher, a qual eu não conhecia.

- bom dia, onde está o Felipe ?- perguntei encarando as costas da mulher

- oh garoto, eu acho que você devia sair um pouco do pé do Felipe, ele se sente preso com você

- como assim ?, quem é você ?- perguntei encarando a mulher

- eu me chamo Laila, sou ex namorada do Felipe. Então, ontem a noite eu havia descido para tomar um copo de água, o Felipe estava no escritório conversando com alguém. Eu parei para ouvir a conversa, e ele te chamou de problemático

- não, o Felipe nunca falaria isso - disse sem acreditar no que aquela mulher dizia

- sim, ele disse, e eu tenho como provar - falou ela pegando o celular

A garota colocou um áudio para tocar, e nesse áudio estava Felipe conversando com alguém no telefone. Eu escutei ele me chamando de problemático assim como a menina tinha dito. Deixei lágrimas caírem de meus olhos, corri até a porta abri a mesma e sai, ouvi apenas a garota gritando.

- vai pela sombra

Comecei a correr pela rua sem rumo. Não estava chovendo e nem estava sol, o tempo estava nublado, eu estava apenas com a camisa gigante do Felipe e de cueca. Não ligava para como estava vestido, mas ouvi aquelas palavras doeu em minha alma.

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