Capítulo: 28

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Colin Narrando

Estava andando pela calçada, todo mundo que passava olhava para a roupa que eu estava vestindo. Lembrar das palavras de Felipe, só me faziam querer chorar.

Andei alguns quilômetros e logo parei em uma igreja, entrei na mesma, e me sentei em um confessionário

- me conte meu garoto, me fale seus pecados ?- perguntou o padre do outro lado

- padre, eu gostaria de saber, por que o ser humano sofre tanto ?

- meu garoto os seres humanos estão fadados ao sofrimento, seja ele qual for - falou o padre sem me olhar

- padre eu posso lhe contar uma história ?- perguntei sorrindo

- meu jovem, tudo que você falar vai ficar aqui nesse confessionário

Contei minha história para o padre, confesso que anulei algumas questões como o estupro e mais algumas coisas, e troquei o pronome ele por ela.

- pequeno jovem, a sua história é bastante conturbada. Mas não se preocupe você vai conseguir ter a menina de quem tanto gosta. Afinal o sofrimento é as desilusões faz parte do amor, dê tempo ao tempo tudo vai se resolver

- muito obrigado padre, agora eu tenho que ir, fique com Deus - falei me levantando

- e você vá com ele também

Sai da igreja e voltei para a rua. A frente um pouco de onde eu estava tinha algumas crianças brincando em um parquinho, me sentei em um banco que tinha ali próximo e fiquei vendo os pequenos se divertindo.

NARRAÇÃO EM TERCEIRA PESSOA

Felipe ainda estava andando pelo shopping, ele imaginava que como Colin estava dormindo, ele tinha um momento para poder olhar algumas vitrines ou comprar algumas coisas.

O homem comprou alguns sapatos sociais, camisas e shorts para Colin, e mais algumas coisas, como um celular novo para o garoto, e também alguns mimos. Ele saiu do shopping e entrou em seu carro. Quando chegou em casa logo subiu para seu quarto para poder entregar as coisas para o garoto,  e pedir desculpas pela noite passada, mas ao abrir a porta de seu quarto ele dá de cara com a cama vazia.

Felipe desce as escadas, e encontra Bernardo e Laila conversando na cozinha

- onde está o Colin ?- perguntou já se sentindo preocupado

- eu achei que ele estivesse dormindo, acabei de chegar do banco - falou Bernardo encarando o amigo

- não esta, eu acabei de entrar no quarto e esta vazio

- ele deve ter saído sei lá, deixa aquele moleque um pouco de lado Felipe- falou Laila sorrindo vitoriosamente

- Laila, ele faz parte do meu trabalho, se alguma coisa acontecer com aquele garoto eu perco meu emprego - falou Felipe

O moreno não estava apenas preocupado com o seu emprego, ele também estava preocupado com Colin, Felipe não sabia se ele estava passando por algum perigo, ou pior que já tenha ido para um hospital e dado como indigente.

- eu vou procurar por ele - falou o homem dando as costas para a ex namorada

- eu vou com você- disse Bernardo encarando a mulher que bufou de raiva

Os dois entram no carro, e começaram a procurar Colin pelo quarteirão

- eu tenho certeza que a Laila fez alguma coisa com o Colin - falou Bernardo adivinhando o acontecido

- como assim ?- perguntou Felipe que estava concentrado no volante e nas calçadas

- como eu te falei, depois que você saiu, eu saí para ir no banco, tinha que resolver algumas coisas importantes por lá. Quando voltei para a sua casa, Laila estava conversando com alguém no telefone bem animada, e quando ela me viu mudou totalmente o rumo da conversa

- não se preocupe, eu vou achar o Colin,  e ele vai me explicar direitinho o que aconteceu - falou Felipe pensativo

O mais velho estava com medo de não poder beijar Colin, de não conseguir ter um momento íntimo entre eles. Ele se arrependia profundamente por não ter beijado o garoto na noite passada.

A alguns quilômetros dali estava Colin.  O garoto ainda visualizava as crianças, até que uma delas se aproxima.

- por que você está vestido assim ?- perguntou uma menininha que segurava um urso todo sujo de terra

- está um pouco calor - falou Colin se abanando com as mãos

- quer brincar com a gente ?- perguntou outro garotinho

Já fazia anos que ele não sabia o que realmente era se divertir, a sua infância não foi das melhores, e ele sabia disso. Colin acena positivamente com a cabeça, as crianças levam o homem para a caixa de areia que havia ali.

- olha, estamos fazendo castelhinho de areia, você pode fazer também- falou a menina entregando um pazinha e um baldinho para o maior

Colin colocava a terra no balde e logo em seguida virava sorrindo alegremente. Longe dali estava Felipe e Bernardo, o homem estava quase se descabelando por não conseguir encontrar o menino.

- não sei mais onde procurar, já procuramos pelo quarteirão inteiro e nada dele - falou Felipe saindo de dentro de uma banca de jornal

- Lipe, pense bem. Quando vocês estavam no hospital, onde Colin gostava de ir ?- falou Bernardo fazendo o amigo pensar

- uma vez eu levei ele até o jardim do hospital, e naquele dia eu percebi que ele gosta muito de lugares com muitas flores, árvores bancos para se sentar - falou ele sorrindo ao lembrar do momento

- que tal se olharmos em algumas praças ?

- acho melhor, por que ele não deve estar em nenhum estabelecimento, e o sol já está começando a ficar muito quente - falou ele caminhando

Os dois entraram no carro novamente, e recomeçaram a sua busca, dessa vez pelas pracinhas.

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