Felipe Narrando
Coloquei o celular no bolso, e segui até a cadeira ao lado de Colin, me sentando logo em seguida.
- pronto, agora me conta o que você iria falar quando o doutor nos interrompeu
- nossa, eu estou com fome - falou ele acariciando a barriga
- daqui a pouco vão passar nos quartos, servindo alguma coisa para os pacientes comerem. Mas não mude o assunto - falei em tom natural
- foi a Gertrudes. Aquela mulher é louca, ela me disse que era bem melhor eu me afastar de você, ou ela iria fazer eu me arrepender de ter te conhecido- falou ele olhando para baixo
- eu sabia que aquela mulher estava escondendo alguma coisa. Um dia eu estava no elevador junto com a Selma e ela, e a mulher sorriu para mim, e eu estava achando quer era coisas da minha cabeça
- não, eu acho que ela sempre foi afim de você. Não sei, você tem um jeito diferente de cuidar de um paciente, isso faz com que alguns pacientes se apaixonem, pelo menos os que ainda estão bons da cabeça - falou ele me encarando
Eu percebi que o que Colin disse foi meio que uma indireta, mas eu não questionei, afinal ainda precisava entender melhor os meus sentimentos. Ficamos ali naquele quarto, e Colin estava me contando o que se lembrava dos nossos momentos juntos. O que ele não lembrou foi quando tomamos banho juntos, e do nosso abraço que teve dentro.
TRÊS DIAS DEPOIS
Dias haviam se passado. Colin passou umas cinco vezes pelo urologista, ele sempre me falava como estava o estado do ânus dele. A mãe dele sempre que podia, vinha no hospital visita-lo. É claro que nesse meio tempo nós sempre dormíamos agarradinhos. As vezes ia em casa, mas era apenas para buscar algumas roupas, ou tomar um rápido banho.
Hoje seria a última sessão dele com o urologista seria o dia em que o doutor iria nos dizer se Colin já poderia ser liberado. Mais uma vez estávamos ali naquele corredor seguindo para a sala do urologista. Dei algumas batidas na porta, e logo escuta um "entra"
- como está hoje Colin ? - perguntou ele encarando o garoto que apenas sorriu
Deitei Colin na maca, e me retirei da sala. Por que não podia ficar ali enquanto o doutor estava examinando o garoto.
Fiquei andando pelo hospital, avaliando alguns enfermeiros, que corriam de um lado para o outro para salvar um paciente que estava tendo uma parada cardíaca, no quarto mais a frente.
Após algumas horas, retornei para a sala do urologista, e como de costume Colin estava acabando de colocar a sua roupa.
- já iria mandar alguém procurar por você. Bom, sente-se vão gostar da notícia- falou ele sorrindo
Me sentei na cadeira, e Colin se sentou ao meu lado encarando o doutor.
- bom, os resultados que eu tenho após algumas semanas são extremamente magníficos. O ânus do Colin cicatrizou, mas ele não vai poder fazer esforço físico por um tempo, em casa de alguma dor, eu vou receitar alguns remédios- falou o doutor fazendo uma receita médica
Peguei a receita da mão do médico, e ele disse que Colin já poderia retornar para casa por que ele estava de alta. O garoto deu sorriso totalmente feliz.
Ele estava achando que iria voltar para o hospital. Não conseguir contar para ele que ele iria para a minha casa, acho que minha cabeça estava preocupada com outras coisas.
Voltamos para o quarto, e arrumei as coisas de Colin, e nesse mesmo momento a mãe dele aparece
- como está meu bebê ? - perguntou ela abraçando Colin que retribuiu o abraço
- estou bem mãe, e a senhora ?- perguntou ele encarando a mulher a sua frente
- estou bem meu querido
- senhora Maclain, me desculpe interromper o momento. Mas queria lhe dizer que Colin recebeu alta hoje, já estamos livre para ir para minha casa - falei dando uma piscadela para Colin que ficou corado
- co..como assim sua casa ?- perguntou ele com vergonha
- eu não te contei, mas depois de tudo que aconteceu, o diretor permitiu que eu cuidasse de você em minha casa, por tanto e lá que você vai viver até conseguir se curar de seus medos - falei sorrindo para ele
- que notícia maravilhosa. Não se preocupe meu querido, sempre que possível eu vou ir te ver - falou a senhora Maclain beijando a bochecha do filho
Terminamos de arrumar tudo que estava ali no quarto, e logo saímos daquele hospital. Do lado de fora pegamos um taxi, dei meu endereço ao motorista, e logo ele dá partida.
A senhora Maclain me chamou com a mão, e logo em seguida encostou em meu ouvido para cochichar as seguintes palavras.
- eu não sei o que o Colin sente por você, mas eu sei que está cada dia deixando ele melhor e mais feliz. Então eu te peço doutor, não faça o meu filho sofrer como aquele crápula fez - falou ela cochichando
- nunca farei, isso eu posso te garantir- falei cochichando no ouvido dela que sorriu para mim.
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Manicômio Do Amor
RomansaFelipe, um homem de vinte e cinco anos, trabalha quase o dia inteiro em um hospital psiquiátrico, e as vezes faz plantões na madrugada, ou noturnos. O homem nunca duvidou da sua sexualidade, pois em sua cabeça ele gostava de mulheres desde quando na...