Capítulo: 9

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Felipe Narrando

Eu não havia conseguido fechar os olhos, enquanto Colin dormia profundamente, eu estava ali pensando na probabilidade de eu estar me tornando gay ou bissexual.

O garoto se virou na cama, e acabou me abraçando, colocando a sua cabeça em meu peito. Confesso que fiquei surpreso com aquela atitude, pois não esperava nada. Não o acordei, apenas o que fiz foi fazer um carinho em seus cabelos.

Logo a porta do quarto e aberta e eu acabo me assustando, mas se tratava de Francis.

- o que foi Francis, aconteceu alguma coisa ?- perguntei acalmando o coração

- eu tirei uns dez minutos de pausa, ficar na frente daqueles computadores é extremamente horrível- falou ele se sentando na cadeira que fica ao lado da cama

- mas o que veio fazer aqui ?, por que não foi aproveitar a sua pausa ?- perguntei encarando ele

- por que eu precisava de falar algumas coisas - falou ele olhando para Colin que estava totalmente agarrado a mim

- fale

- eu estava verificando algumas filmagens antigas, quer dizer de dois dias atrás. E eu parei na filmagem do quarto vinte dois, no caso esse quarto. Eu não consigo falar Isso em voz alta, eu acho melhor você ir na minha sala ver com seus próprios olhos

- tudo bem, eu vou dar almoço para o Colin e eu aparece lá logo em seguida- falei dando um meio sorriso para ele

- ok, eu vou estar lá te esperando, até logo - falou ele abrindo a porta e se retirando de dentro do quarto

Fiquei mais alguns minutos ali parado olhando para o teto, e decide que já estava na hora de acordar Colin para comer alguma coisa.

- ei Colin, acorde, está na hora de você se alimentar- falei sacudindo o garoto que abriu os olhos e me encarou

Me levantei da cama, e coloquei o jaleco que eu não havia colocado ainda, dobrei a coberta da cama, e dei a mão para Colin poder levantar, e assim ele fez.

Eu pretendia leva-lo no médico, mas deixarei para fazer isso mais tarde, por que estou curioso para saber o que tanto o Francis quer me mostrar. Dei uma leve penteada nos cabelos do homem, e logo em seguida saímos do quarto, entramos no elevador, e pela primeira vez no dia estava cheio de médicos com seus paciente.

- boa tarde doutores - falei sorrindo

- boa tarde- falou todos em uníssono

- douto Felipe, por que esse paciente só anda agarrado a sua mão ?- perguntou uma doutora que cuidava de um homem que tinha apenas um olho

- não sei doutora, eu já tentei colocar minha mão no braço dele, mas ele sempre leva minha mão até a dele. Acho que é um impulso

- tenha cuidado, outros médicos podem interpretar de outra forma - falou ela me alertando

Os outros que estavam ali apenas concordaram com a cabeça

- pode deixar, se algum dia, chegar algo aos pés do ouvido do diretor, eu vou ter o prazer de esfregar na cara de todo mundo que não esta rolando nada demais

- é assim que se fala homem- falou um doutor que estava atrás de mim

As portas do elevador se abriram nos dando visão do terceiro andar, que pelo milagre de Cristo estava em um silêncio maravilhoso.

- até mais doutor- falou a mulher entrando em uma sala com seu paciente

Apenas acenei com a mão, segui até o sofá e sentei Colin que ficou olhando para a paisagem que a janela disponibilizava. Segui até a enfermeira chefe que estava organizando alguns papéis como sempre

- boa tarde enfermeira, onde que os cozinheiros deixaram as marmitas ?- perguntei gentilmente

- está ali atrás na copa, tem a conta certinha para cada paciente- falou ela apontando para uma porta atrás dela

- obrigado

Entrei na copa, e em cima da pia estavam as marmitas, peguei uma e parecia meio gelada, coloquei no micro-ondas e adicionei trinta minutinhos, fiquei ali encostado na pia, e logo o aparelho apita. Abri a porta e retirei de dentro a marmita. Sai da casa e segui para a sala onde os pacientes ficavam.

No meio do caminho sou surpreendido por Colin que me abraçava fortemente. Por sorte eu consegui segurar a marmita para que não caísse no chão.

- o que foi ?, por que não ficou sentado ?- perguntei acariciando os cabelos dele com a mão que estava livre

Devagar Colin levantou sua mão, e apontou para uma paciente que estava sentada no seu lugar. Andei com o homem colado a mim, e notei que se tratava da senhora Gertrudes.

- onde que está a enfermeira Selma ?- gritei vendo Selma sair de um dos corredores

- o que aconteceu doutor Felipe ?

- eu que te pergunto, meu paciente estava sentado nesse sofá e sua paciente fez alguma coisa com ele

- ah doutor, é por que a senhora Gertrudes gosta de se sentar em frente a janela, e acho que seu paciente estava no lugar dela

- e você estava onde ?- perguntei com desdém

- fui no banheiro fazer minhas necessidades. Mas acho que não deveria ter saído- falou ela abaixando a cabeça

- concordo plenamente- falei dando meia volta com Colin que ainda estava agarrado a mim

Me virei para ele, e dei um pequeno sorriso, ele agarrado a mim daquele jeito estava muito indefeso, e parecia que eu era a única pessoa no mundo capaz de o livrar de qualquer perigo

- ei, pode me soltar, não tem mais perigo, nós vamos voltar para o quarto- falei vendo ele me soltar e pegar em minha mão que estava livre

Pegamos o elevador e descemos para o quarto, sentei ele na cama, e me sentei na cadeira ao lado, abri a marmita e o cheiro da comida me lembrou que eu ainda não tinha almoçado. Peguei a colher e enchi levando até a boca de Colin logo em seguida.

Após alguns minutos já não tinha mais nada na marmita. Agora eu precisava realmente sair para comer alguma coisa pois estava morrendo de fome, deitei Colin na cama, e me levantei da cadeira, e mais uma vez ele me segura me impedindo de sair.

- eu tenho que me alimentar, prometo que não vou demorar, em questão de minutos eu já estou aqui - falei sentindo ele soltar minha mão aos poucos

Sai do quarto, mas antes verifiquei Colin que estava com os olhos fechados, desci de escada até o térreo, e sai do hospital, segui para o restaurante de sempre, e pedi o prato do dia.

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