Felipe Narrando
Após alguns minutos de estrada, o taxista para em frente a minha casa. A senhora Maclain efetuou o pagamento da corrida, mesmo comigo insistindo para pagar, sai do carro e dei espaço para a senhora Maclain descer seguidamente de Colin.
Os dois pararam na calçada e ficaram admirando minha casa
- olha doutor Felipe, não é interesse nem nada, mas a sua casa é magnífica - falou Colin me encarando
- também concordo - disse a senhora Maclain sorrindo para o filho
- por dentro e melhor ainda - falei seguindo na frente
Estava morrendo de medo do desmiolado do Bernardo ter bagunçado a casa inteira. Abri a porta, e me deparo com a casa impecável, Bernardo estava sentado no sofá e logo se aproxima de mim.
- nossa, achei que iria morar naquele hospital- falou ele me encarando
- não se faça de bobo, eu te avisei que não sabia quando que iria voltar para casa
Meio envergonhado Colin entrou na casa, acompanhado da senhora Maclain que observava tudo com muito cuidado e delicadeza.
- Colin e senhora Maclain, esse é o meu amigo Bernardo, ele vai passar uns dias aqui em casa por que discutiu com a esposa
- me chame apenas de Luísa querido, acho que já está na hora de esquecermos as formalidades- falou ela sorrindo e apertando a mão de Bernardo que não parava de encarar Colin
Por fim ele foi apertar a mão de Colin, mas o garoto rapidamente recuou para trás de mim.
- ei, ele apenas quer te cumprimentar, não se preocupe ele não vai fazer nada com você, se alguma coisa acontecer eu mato ele - falei apertando levemente a bochecha dele
Vagarosamente, Colin saiu de trás de mim, e estendeu a mão para Bernardo que apertou levemente. Ficamos ali sentados no sofá conversando sobre algumas coisas da vida.
- Bernardo, você poderia nos deixar a sós por um momento- falou Luísa encarando o garoto que estava com os olhos na televisão
- como quiser senhora - falou Bernardo saindo da sala
- você também Colin, vá dar uma volta pela casa, tomar uma água na cozinha- falou Luiza encarando o filho que estava agarrado a mim
- não, não estou com sede e nem quero sair daqui - falou o garoto apertando levemente o meu braço
A senhora Luiza deu uma respirada profunda, e me encarou esperando que eu resolvesse o problema.
- por que não sobe lá pro meu quarto e me espera lá, afinal tenho que arrumar algumas coisas por lá- falei sorrindo para ele
Colin corou por alguns minutos, logo ele soltou meu braço e se levantou do sofá
- primeira porta a esquerda- falei vendo ele desaparecer na escadas
- então agora que estamos sós. Eu queria te pedir mais uma vez para cuidar bem do meu menino, eu sei que você vai fazer isso, por que querendo ou não ainda faz parte do seu trabalho
- não se preocupe, eu vou cuidar muito bem dele - falei sorrindo para ela
- bom, outra questão que eu queria levantar, é sobre quando nós chegamos. Eu percebi que Colin ficou com um pouco de medo do seu amigo, mas quando você falou ele cedeu e superou o medo. Acho que você pode conseguir fazer ele se curar dos traumas, ele confia muito em você
- sobre essa questão, eu poderia começar a trabalhar com ele, não tem problema acrescentar mais algo a minha lista de tarefas - disse encarando ela
- bom, é apenas isso. Eu vou me despedir do meu menino - falou ela se levantando do sofá e subindo as escadas
Segui para a cozinha, enchi um copo de água e tomei um gole, colocando o copo em cima da mesa. Bernardo estava comendo um bolo que provavelmente ele tinha feito.
- qual é a do garoto ?- perguntou ele se referindo a Colin
- bom, ele é meu paciente, eu te disse pelo telefone que ele passou por algumas coisas dentro do hospital, e agora eu tenho que cuidar dele dentro da minha casa
- Felipe, eu estou sentindo que não está me contando tudo exatamente- falou ele me encarando
- sim, estou te escondendo coisas. Mas é por que são muito fortes para mim falar, e acho que não quero tocar nesse assunto por agora, em outro momento eu te conto - falei saindo da cozinha
Subi as escadas e entrei em meu quarto, Colin estava sentado na cama com uma camisa minha perto do nariz
- uma perguntinha. Por que você gostava de dormir agarrado a mim ou ao meu jaleco ?- perguntei curioso
- por que você me faz sentir mais segurança, eu sinto que com você nada pode me afetar, e também meus pensamentos focam em outras coisas, e sobre o jaleco. Bom, é por que ele tem seu cheiro, e parecia que você estava ali dormindo comigo, mesmo quando não estava- explicou ele calmamente
Não sabia o que falar, estava surpreso por saber que Colin se sentia seguro comigo. Não sei se isso era bom ou ruim.
- não sei se me acostumo com você falando - disse coçando a nuca
- ah, amanhã você vai no hospital psiquiátrico buscar os calmantes e alguns sedativos, então provavelmente eu voltarei a ficar catatônico - falou ele me surpreendendo
- como você sabe que vou ter que ir no hospital amanhã buscar calmantes e sedativos ?- perguntei curioso
- apenas liguei os pontos - disse ele sorrindo
- então, eu vou ir sim amanhã no hospital psiquiátrico buscar calmantes e sedativos, mas não vou aplicá-los em você. Esses meios são para pacientes inquietos, e você não me dá trabalho. Vou buscar apenas por emergência- falei sorrindo e me sentado ao lado dele
- nunca fui do tipo paciente surtado. Eu cheguei no hospital agitado, por que eu não tinha gostado nada quando minha mãe me falou que iria me internar em um hospital psiquiátrico
- pois bem, chega de papo. Agora você vai tomar um banho, e eu vou procurar alguma coisa para você vestir, já que sua mãe ainda não trouxe suas roupas- falei encarando ele
- mas você devia me dar banho - falou ele corado
- acho que você já consegue tomar banho sozinho. Mas eu vou inspecionar tudo- falei seguindo para o guarda roupa
Peguei algumas peças de roupas, e logo em seguida entrei no banheiro que tinha em meu quarto.
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Manicômio Do Amor
DragosteFelipe, um homem de vinte e cinco anos, trabalha quase o dia inteiro em um hospital psiquiátrico, e as vezes faz plantões na madrugada, ou noturnos. O homem nunca duvidou da sua sexualidade, pois em sua cabeça ele gostava de mulheres desde quando na...