-Chris o que aconteceu? - Cas estava me ajudando a ir para o carro. Eu tinha que ir para o hospital porque o corte no meu braço estava profundo e precisava costurar. Entrei no carro segurando uma toalha para estancar o sangue e Cas pisou no acelerador rapidamente nos levando para o Hospital das Águas.
-Eu já disse. - Aquele corte estava doendo muito. -Eu tenho certeza que foi aquele homem. A mão dele criou uma garra e me arranhou. Por que motivo eu ia me cortar com uma tesoura. E anda logo porque eu não estou aguentando essa dor.
-Tudo Bem. Digamos que você está falando a verdade. Como esse homem entrou na sala e ninguém viu? Todos viram você fazer.
-EU NÃO ESTOU MENTINDO. - Eu disse me exaltando um pouco com o tom de voz. -Ele disse que me conhecia e que Deus apagou minhas memórias e que eu tinha que escolher um lado em uma semana. Eu estou confusa. Olhei para fora com os olhos lacrimejando e percebi que já tínhamos chegado ao hospital. Ele abriu a porta para mim e me ajudou a ir até a recepção.
-Gostaria de fazer uma ficha. Minha colega machucou o braço. -Cassiel disse para a enfermeira do outro lado do balcão. Ela aparentava ter seus quarenta anos.
-Deixe me ver. -Ela puxou a gaze que cobria o corte- Aqui não tem nada. É no outro braço?
-Não, é aqui. -Eu disse já um pouco irritada.
-Garota, veja com seus próprios olhos. Não tem nada aqui. -Olhei para onde deveria estar o corte e concordei com a senhora. Meu braço estava intacto.
-Eu me machuquei. Eu vi! Como você acha que esse pano se sujou de sangue?
-Sabe como eu sei? Porque vocês estão zoando com a minha cara. Esse hospital é sério e se vocês não se retirarem eu vou chamar a segurança.
-Obrigado- Cas disse antes de me puxar levemente rumo a saída do hospital.
-Como isso aconteceu?-Eu disse um pouco atordoada. - Cas, você viu não viu?
-Pra ser sincero, eu nem sei mais em que acreditar. -Ele entrou no carro e eu entrei logo depois. Apoiei minha cabeça no vidro e pensei no ocorrido. Será que isso tudo é um sonho? Se for, é um sonho muito louco. Foi então que eu me lembrei de algo que aconteceu comigo na minha infância.
Eu tinha oito anos quando meu pai me levou a um playground que havia na escola onde eu estudava. Eu estava balançando, quando uma garotinha que estudava comigo me derrubou sem querer. Eu cai no chão e ralei o joelho. Rapidamente eu comecei a chorar e meu pai veio me prestar socorro. Quando ele olhou meu joelho, que eu pensava que estava machucado, não havia um sequer arranhão ou gota de sangue. Meu pai deu um beijo no meu joelho e me ajudou a se levantar.
-Me desculpa. O meu irmão me empurrou. -A garota simpática que havia me empurrado se desculpou.
-Tudo bem. Nem me machuquei. Qual o seu nome?
-Eu sou Lilith e o seu?
A partir daquele dia eu ia Lilith nos tornamos melhores amigas e tudo por causa de um empurrão. Falando nela, acho que vou ligar para ela. Avisar que está tudo bem. Disquei 666-3766 e logo ela atendeu.
-Chris, esta tudo bem?
-Esta sim. Na verdade muito bem. A enfermeira viu meu braço e era como se nada tivesse acontecido. Você se lembra de quando nos conhecemos? Foi do mesmo jeito. Eu me machuquei, mas quando vi o braço não tinha um arranhão.
-Que estranho. Talvez você tenha um dom de não se machucar. Por que você não se joga na frente de um carro? Vai que você para ele com os seus peitos. -Ouvi a risada de Lilith e fiz uma sarcástica.
-Nossa muito engraçado. Morri de rir. Minha barriga está doendo de tanto rir. Socorro.
-Cala a boca e deixa-me e te falar uma coisa. Entrou um gatinho na escola e você tem que conhecer ele.
-Lilith para de tentar arrumar namorados pra mim. Nunca da certo seus encontros as cegas.
-Mas ele é legal. Amanhã vocês vão se conhecer e vão ter filhos e morrerem juntos em um quarto de hospital.
-Tudo bem Lilith.Amanhã eu falo com ele.Já estou chegando em casa.Até.
-Até pudinz..
Desliguei na cara dela e guardei meu celular. Olhei para a rua e percebi que faltava menos de duas quadras para chegar em casa.
-Pode me deixar aqui Cas.Ai você não vai precisar dar ré pra voltar.
-Tem certeza?
-Tenho sim. -Eu disse dando um beijo na bochecha dele. -Tchau.Até amanhã.
-Até. -Sai do carro e fui para casa. Já eram três da tarde e eu ainda tinha que fazer um trabalho de álgebra.Quero saber como vou fazer esse trabalho com o acontecimento de hoje de manhã na minha cabeça.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Pecado Escondido-Livro Um
RandomChristine não pode reclamar da vida. Filha de um professor de biologia, Chris tem a casa perfeita, o pai perfeito, o namorado perfeito. Bom, ela tem a vida perfeita. Mas isso até ela completar seus dezesseis anos terrestres. Nessa data, Chris começa...