Capitulo Sete

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Fui até o refeitório um pouco atordoada pelo que aconteceu. O que aquela coisa queria? Ele é mesmo Lúcifer? Estou um pouco confusa. Fui até uma maquina de comida e coloquei dois dólares. Selecionei um pacote de Doritos e fui para uma mesa comer. Sentei-me e comecei a comer. Olhei a hora no grande relógio que tinha perto do arco que dizia Jesus está aqui. Eram 18h30min. Daqui a meia hora iram distribuir o jantar nos quartos. Sorte que eu peguei um pacote pequeno.

-Com licença minha jovem, posso sentar aqui?- um simpático senhor me perguntou com um sorriso no rosto. Sua barba era um pouco grande e seu cabelo branco como a neve o que fazia aparentar uns quarenta ou cinquenta anos.

-É claro. - Dei um lugar para ele se sentar e devolvi um sorriso.

-Qual o seu nome pequena garota?

-Meu nome é Christine. Christine Patterson.

-Prazer em conhecê-la Senhorita Patterson.

-O prazer é meu- Disse apertando-lhe a mão- O senhor é..

-Johnson. Senhor Johnson.

-Muito prazer Senhor Johnson.

-O que aconteceu para a vida te trazer para cá?

-Pneumonia. Graças a Deus ela esta no começo. Acho que em uma semana já estou fora daqui. E o senhor?

-Câncer. Sendo mais específico, leucemia.

-Oh meu Deus. Eu sinto muito.

-Tudo bem. Não sinta. É o querer de Deus e assim ele fez. Já estou velho e cansado. Mesmo que eu mereça o inferno, quero um descanso.

- Mas como o senhor sabe que vai para o inferno? Ninguém sabe sobre isso. Deus é justo e não vai deixar um senhor como você, que deve ter sofrido por causa do câncer.

-Me desculpe minha jovem, mas eu não sofro por causa disso.

-Não? Me diga como faz isso, porque eu já terminei vários relacionamentos e sempre acabo sofrendo.

-Minha filha, somos nós que causamos nossos próprios sofrimentos. Não os outros. Nós matamos as pessoas a nossa volta todos os dias verbalmente. As guerras fomos nós que causamos. Somos nós que matamos a vida, não ela que nos mata.

-Talvez o senhor tenha razão. Mas a vida é dura.

- Mas Deus nunca ira te dar uma cruz maior do que você possa carregar. Ele sabe da sua vida e você sabe da dele. Lembre-se, sempre teremos um amigo lá em cima para nos ajudar quando ninguém aqui em baixo quer te ouvir.

- O senhor tem razão- Dei um sorriso e olhei para baixo. Estou com vergonha, porque esse senhor com um pé na cova me deu uma lição de vida. Mas tudo o que ele disse é verdade. E eu aqui chorando porque o meu amor não me quer. Oh vida sofrida- Mudando de assunto, o senhor mora aqui?

-Não. Eu moro muito longe. Vim visitar meu filho a alguns dias e descobri a doença. Agora estou preso nessa cidade.

-Tenho dó do senhor.

-Não tenha. Gosto dessa cidade. Tem muita gente boa e é bem calma. É um bom lugar para morrer.

-Não diga isso. Se o senhor merecer, Deus vai te ajudar.

- Esse é o problema. Eu não mereço. - Ele olhou seu relógio analógico que estava em seu pulso e se levantou. - Já vai dar o horário do jantar. Posso acompanhá-la até seu quarto?

- É claro. - Eu disse o acompanhando rumo à saída do refeitório.

O Pecado Escondido-Livro UmOnde histórias criam vida. Descubra agora