Capítulo Três

152 7 0
                                    

Acordei um pouco disposta hoje. Estou um tanto curiosa quanto conhecer esse tal de Joseph de tanto Lilith falar dele. Ontem quando cheguei em casa, tive a surpresa de Lili estar aqui para fazermos o trabalho de álgebra. Acabamos pegando um texto da Internet e conversando sobre esse tal de Joseph. Ela combinou com ele de nos encontrarmos nos fundos da escola na aula de biologia. E tudo isso sem a minha permissão. Quem precisa de privacidade quando se tem Lilith como amiga?

Levantei e me arrumei apressadamente. Estava um pouco atrasada para a aula, mas o bom de ser filha de um professor é que você pode entrar a hora que quiser. O problema é que o meu pai não gosta que eu acorde tarde e esbanja o poder de ser filha de um professor.

Desci as escadas e fui direto para a cozinha para tomar o café da manhã. Meu pai estava sentado na cadeira e apoiado na bancada da cozinha me encarando com um olhar um pouco intimidador.

-Atrasada de novo Chris.

-Desculpa, mas não é minha culpa. O monstro da minha professora passou um trabalho gigante.
-Ah é? Então porque vocês pegaram um texto da Internet?- Meu pai disse me mostrando a folha do nosso trabalho.

-Pai, claro que a gente não pegou da Internet. Nós jamais pensaríamos nisso.

-Por que você está mentindo para mim Chris. Você nunca foi disso.

-Pai, me deixa em paz. -Eu disse pegando minha bolsa que estava em um canto da sala. Essa conversa está me casando. -Fui até ele e puxei o trabalho da mão dele o rasgando e jogando no lixo. -Já que você não gostou, problema resolvido.

-Filha, só estou falando que você nunca mentiu para mim. - Ele fez uma pausa como se estivesse pensando e continuou. - Eu sabia que a Lilith era uma má influência.

-PARA COM ISSO. -Eu disse já no meu limite de paciência. -VOCÊ NÃO É MEU PAI DE VERDADE. E ME DEIXA IR PRA ESCOLA PORQUE JÁ ESTOU ATRASADA. -Sai de casa e bati a porta. Fui a pé para a escola mesmo. Não que eu não saiba dirigir, mas ainda não tenho 16 anos.

Cheguei na escola e fui direto para o meu armário guardar minha bolsa e ir para os fundos da escola.Minha primeira aula é de biologia,e como Lilith tinha combinado com Joseph,nós iríamos nos encontrar lá nessa aula.Fui direto para os fundos da escola e me sentei na grama.Foi um milagre vir para cá sem Cassiel me ver.Ele é muito grudento e vive no meu pé. Peguei meu livro e comecei a ler enquanto Joseph não chegava. Passaram-se uns quinze minutos até alguém fechar meu livro bruscamente.
-Beijada por um anjo? Você gosta de anjos Chris? -Olhei para cima e me deparei com o ser mais gato que já tinha visto no colégio. Joseph tinha os cabelos negros armados em um topete que deixaria qualquer garota na puberdade babando. Seus músculos eram facilmente visíveis através daquela camiseta preta colada ao seu corpo.
-Um pouco. Acredito neles. Você é o Joseph? -Perguntei jogando o livro na grama e me levantando.
-Prazer Chris. -Ele disse me cumprimentando com um simples beijo na minha bochecha. -Pega suas coisas. Vou te levar em um lugar para ficarmos a sós. - Peguei meu livro, coloquei na bolsa e a coloquei nas costas - Pode deixar que eu levo para você. - Ele disse pegando minha bolsa e a colocando. Ele pegou minha mão e me levou rua a baixo.
Estava tentando pensar no que eu estaria fazendo esse momento se não estivesse com um desconhecido totalmente gato me arrastando para algum lugar que eu não conheço. Estaria dormindo na aula de biologia, porque a voz do meu pai da muito sono. Depois iria para a aula de álgebra e teria que aguentar a múmia da minha professora. Depois teria aula de literatura e iria embora. Quando me acordei do pensamento, percebi que estávamos na praça do bairro. A esse horário só estava alguns idosos fazendo exercícios e algumas mulheres que eu não conheço numa caminhada.
-Vem cá. -Ele me chamou para a casinha que as crianças brincavam. Estava com receio de entrar. Talvez medo? Eu não o conhecia e não sabia se ele tinha uma faca na blusa ou intenções de me machucar. Acabei o seguindo e deixando meu lado rebelde no comando. A casinha era um pouco grande e cabia no máximo cinco pessoas adultas sentadas. Era até um pouco confortável. -Então, me fala sobre a sua vida. -Ele disse se sentando em perna de índio na minha frente.
-Bom, me chamo Chris e sou adotada. Meu pai é professor de biologia na escola e minha vida é a mais monótona possível. E a sua? Você é novo no colégio.
-Sim. Meu pai costuma viajar muito, então eu vivo me mudando. Geralmente é de ano em ano, mas eu até que gosto um pouco disso. Meu nome é Joseph e minha vida pode ser tão monótona como a sua.
-Isso eu acho difícil. -Eu disse colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. Eu tenho mania de fazer isso sempre que eu estou nervosa. Não que eu não goste, mas é irritante e automático. -Bom, acho que não viemos aqui para discutirmos qual das vidas é a mais monótona. -Senti minha pele ficar vermelha e quente devido a vergonha. Aposto que ele deve estar achando que sou aquelas garotas que beijam e vai embora.
-Nem um pouco apressada. -Ele disse me deitando no chão gelado da casinha e me beijando com uma voracidade inigualável. Minha vontade naquele momento era guardar aquele beijo em um pote para poder saboreá-lo quando quiser. Ele segurou minha cintura e foi aprofundando o beijo. Fomos assim até uma criança aparecer e chamar sua mãe falando que tinha duas pessoas se engolindo dentro do brinquedo.


O Pecado Escondido-Livro UmOnde histórias criam vida. Descubra agora