Capítulo Quinze - Parte Um

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Acordei bem mais disposta do que da última noite. Não tive nenhum sonho estranho. Levantei rapidamente e tomei um banho rápido só para poder realmente acordar. Sai do quarto já vestida e fui para o grande refeitório. Na verdade era gigante. Um andar inteiro cheio de mesas e almas comendo as melhores comidas que podiam existir. Sentei-me em uma das mesas ao fundo e me servi com uma salada de frutas e um copo de suco de maracujá.
-Pronta para nossa busca?- Castiel se sentou ao meu lado. Pensava que anjos não dormiam, mas mudei a opinião ao ver a aparência dele. Seus olhos estavam vermelhos de sono e o cabelo bagunçado. Ele até que estava fofo se não tivesse parecido com um zumbi que acabou de voltar dos mortos.
-Mais ou menos. Aonde vamos?
-Depois daqui, vá para a sala do trono.
-Tudo bem então. - Eu disse sem obter minha resposta. Ele se levantou e foi em direção a saída do refeitório.
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Entrei na sala do trono e Deus e meu pai estavam em volta de uma grande mesa que eu nunca tinha percebido. Eles estavam a observando. Eu ia perguntar o que era a mesa enquanto andava na direção deles, mas Deus me interrompeu.
-Não se preocupe Chris. Suas dúvidas serão respondidas. Nessa mesa podemos observar o mundo inteiro.
-Você sempre faz isso?- Me referi a interrupção que ele fazia respondendo minha pergunta antes de eu mesma fazê-la, mas ele me olhou com uma feição de como não tivesse entendido. Esquece. Bom, como vai ser?
-Aqui esta a sua espada. - Meu pai disse me entregando Rainsoul. Ela estava na bainha. E era linda. A bainha era de couro preto assim como a lâmina da espada. A peguei e prendi no meu cinto. Estava vestida com uma calça de couro e uma jaqueta do mesmo tecido. O cabelo estava armado em um rabo de cavalo e uma bota preta em meus pés.
-Bom, - Deus começou a dizer. - A primeira chave é a chave da gula. Nesse momento ela se encontra, acredite se quiser, em restaurante do MC Donalds.
-Nossa. E eu pensando que ela estaria em algum lugar digno. Mas em qual MC Donalds a chave está? São tantos que até perco a conta.

-Bom, a lanchonete onde a chave esta é a da rua W Adams, 180. Vá com seu pai e Castiel rápido. Não sabemos se Lilith já esta a caminho ou não.

Saímos eu e meu pai rumo a saída da casa. Castiel se encontrava escorado no batente do grande arco que marcava a entrada da casa. Estava um pouco mais arrumado do que de manhã. Usava uma linda jaqueta de couro e uma calça jeans. Sua espada estava ao lado esquerdo da calça e no seu cabelo estava um chapéu preto. Cumprimentei-o e seguimos para fora da casa.

-Como saímos do céu?- Pergunto enquanto sigo os dois rumo à margem do grande mar que cercava a praia.

- Simples. Faça isso. - Castiel disse enquanto corria e mergulhava de cabeça na água e sumia. Me pergunto como ele fez isso sendo que ele estava na margem, mas como aqui é o céu, acho que tudo é possível.

-Esse Castiel. - Meu pai disse rindo enquanto fazia o mesmo que meu anjo da guarda.

-Bom, acho que não tenho escolha- Então pulo de cabeça na agua me arriscando.

Bom, acho que muitos nunca pularam de cabeça no mar e afundaram como uma bigorna, mas posso afirmar que se você fizer isso no céu, será algo deslumbrante. Aquele mar era como um poço de pedidos. Dos mais variados. Enquanto cai, pude encontrar diplomas, carteiras de trabalhos, brinquedos, remédios. Provavelmente eram as coisas que as pessoas pediam todos os dias incansavelmente para Deus. Era ali que ficavam guardados.

-Pai! É aqui que Deus guarda os pedidos das pessoas?- Perguntei a ele enquanto nadava e ficava a seu lado.

-Mais ou menos. Aqui é onde ficam os pedidos materiais das pessoas. Pedidos que não são necessários espiritualmente. As pessoas as vezes pedem coisas estupidas. Por exemplo. - Ele estica a mão e pega uma carteira de trabalho.- As pessoas pedem um emprego diretamente, mas poderiam pedir capacidade e sabedoria para poder ter um emprego. Elas pedem uma faculdade ou para passar em uma prova, mas podem pedir a inteligência para conseguir. As pessoas apenas pedem, mas até mesmo pedir elas não sabem fazer.

Atingimos uma parte onde tudo ficou escuro e gelado. A luz tomou conta dos meus olhos e na mesma hora estávamos de baixo da Cloud Gate. As pessoas agiram como se nem estivéssemos lá. Também seria bem estranho ver três pessoas saírem de dentro de um feijão de metal gigante. Seguimos até um carro e logo eu estava no banco de trás e Cas no banco da frente ao lado do meu pai que dirigia.

-Bom pessoas, a caça começa agora.- E meu pai da partida.


O Pecado Escondido-Livro UmOnde histórias criam vida. Descubra agora