Mike and The Beach Day

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Encarei as ondas cristalinas indo e voltando, indo e voltando, indo e... Dei um pulo com uma notificação no meu celular, já que estava bem distraído com a água celeste cristalina. Esperava Keith a pouco mais de cinco minutos ali, mas não estava impaciente como normalmente eu ficava, apenas curtia a brisa leve, o sol quente e a areia macia em meus pés. A natureza parecia conversar comigo sempre que eu ficava um bom tempo nela, como uma amiga distante, pronta para me dar conselhos e me abrigar com seu manto invisível e quentinho.

Era a última semana de férias, logo começariam as aulas e o novo ano, o que me deixava levemente apreensivo. Isso significava que minha rotina iria voltar a ser completamente catastrófica, com meus compromissos esmagando um ao outro em um curto espaço de tempo. Entre as aulas, os diversos encontros que eu tinha com o time de beisebol, as novas audições dos times profissionais de beisebol e ainda o tempo dos meus treinos, eu não conseguiria fazer nada. E o pior era, estava com medo de não ter mais tempo para Keith, como Diana havia apontado como erro dos meus últimos relacionamentos. Não queria cometer o mesmo erro, especialmente porque Keith era um namorado completamente diferente de todos que eu já tive.

Eu amava estar com ele, precisava disso porque me fazia tão bem, mas ter tantas obrigações e compromissos faziam com que meu tempo fosse quase curto o suficiente para eu não conseguir dormir, e esse era o começo do último ano, eu precisava levar as coisas mais seriamente do que antes. Mas também, talvez eu devesse flexibilizar melhor o que eu preciso fazer para que eu pudesse ver quem eu gosto, sem realmente me culpar por não estar aperfeiçoando minhas habilidades.

Chequei a mensagem e sorri ao ver que era de Keith, me perguntando onde da praia que eu me colocava. Me virei para trás para poder ver exatamente onde eu estava, vendo que tinha uma concessionária relativamente perto, mandando uma foto dela para ele. Demorou alguns minutos até que eu visse o carro de Keith se aproximando da faixa de areia, estacionando do lado de fora e saindo do mesmo, me levantei sorrindo. Ele estava bem bonito, apesar de comum, com um calção preto e uma camiseta também preta com alguns desenhos de caveira, o que fez com que eu risse, era engraçado ver um gótico pronto para dar um tchibum na água.

Esperei ele se aproximar de mim um pouco mais, correndo até ele e tomando seu corpo em um abraço apertado, fazendo com que ele soltasse um som desconhecido pela natureza de tão estranho que foi, eu apenas ri.

— Ai, Mike! Tu vai me matar assim, mano. — Ele reclamou, me afastando levemente, fazendo com que eu risse mais.

— Desculpa, é que você é tão fofo que eu não consigo me aguentar! — Disse animado, vendo ele respirar fundo.

— É impossível tu me ver e não ficar me elogiando desse jeito, né?

— Completamente impossível! — Falei e vi ele bufar, então cruzei levemente os braços. — Não é como se você não gostasse das minhas cantadas pra cima de você. Foi o que te conquistou no fim das contas. — Dei de ombros.

— Tá bom Myers, agora shiu! Não vim aqui pra ficar ouvindo tu se gabar, vim pra me jogar nessa água. — Ele comentou, e eu dei um pulinho animado, vendo ele rir. — Tu parece um cachorrinho quando vai pra praia pela primeira vez.

— Ai me deixa!

— É fofinho! — Ele retrucou com uma voz aguda, fazendo um biquinho na minha direção, como quem fala com um cachorro. Eu peguei em seu pulso e me aproximei, lhe dando um selinho, fazendo com que ele perdesse a compostura. Ah, como a vingança era doce.

— Tá, chega de papo! Eu quero ver você se molhar. — Falei, apenas rindo depois ao ver o quão estranha aquela frase tinha saído. — Digo... Vamos ir pra água logo, vai. — Ele concordou.

Mike, Keith and the...Onde histórias criam vida. Descubra agora