Capítulo 1

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Vamos começar logo com alguns avisos. :)
Deixei algumas coisas em aberto para que vcs fiquem a vontade de imaginar da forma que preferirem. Em algumas situações não vou especificar lugares e times.
Os outros capítulos serão maiores que esse.
Enfim, espero que gostem.

Itália. O que eu pensei da minha vida em me mudar pra cá do nada? Essa é uma pergunta que só eu poderia responder. Se eu soubesse a resposta e claro que eu não sabia.

Minha vida no Brasil estava um furacão. Fui traída pela minha, agora, ex-noiva e por minha melhor amiga. Pegá-las na minha própria cama com certeza foi um baque e tanto. Poderia ser esse o motivo da minha partida.

Mas, aí eu me lembro do meu chefe, ou melhor: ex-chefe. Ele era insuportável, sempre com aquelas piadas machistas e homofóbicas. Sem contar todas as vezes que ele me assediava nas festas da empresa.

Não dava mais! Eu não precisava passar por aquilo e então, me demiti.

Só isso era motivo de mudar de país?

Eu não sei se toda a bagunça dentro de mim é a resposta para a pergunta inicial. Mas sim, eu tenho um tornado de problemas internos. A começar pelo meu complexo da idade.

Sim! Eu realmente achei que essa altura do campeonato eu já estaria casada e teria uns três filhos aprontando por aí. Mas aí voltamos para a questão "traição". Será que ela me traiu porque minha melhor amiga era mais nova do que eu? Ou ela só a amava mais do que eu? Será que ela realmente a amava? Ou era só sexo casual? Tenho tantas perguntas ecoando na minha cabeça e poucas respostas.

Eu não sei se já mencionei antes, mas também tem o caso da minha mãe. Ela finge que eu não gosto de mulher. Ou melhor, acha que é só uma fase e toda aquela baboseira. Mas no fundo é só negação dela. Ela apenas não quer enxergar o óbvio: eu gosto, definitivamente, de mulher.

Todo esse combo e fora o que eu não estou lembrando agora me trouxeram até aqui.

Me encontrava na porta do prédio onde estava morando nos últimos três dias. Ele não tem muito luxo e nem porteiro. O movimento na frente dele não é muito grande. Eu estou apenas parada observando tudo ao redor dele. Estou tentando ainda assimilar essa mudança.

Com as sacolas do supermercado em mãos, resolvo avançar até a entrada do prédio onde uma moça também entrava. Gritei em italiano para ela segurar o portão, mas ela não segurou e eu acabei levando uma porta na cara.

- Italianos! Belo cartão de visita... - esbravejei irritada.

Porém, no segundo seguinte um rangido me fez notar que a mulher abriu o portão e foi logo tratando de se desculpar.

- Me desculpa? - fez uma cara de culpada. - Eu só ouvi sua voz quando já tinha soltado o portão. - ela diz, num português claro.

- Você é brasileira? - foi a única coisa que passou pela minha cabeça ao ouvir ela falar.

- Sim. Eu ouvi você falar sobre italianos e então deduzi que você também era brasileira. - ela disse.

- Ah, me desculpe por isso. Eu achei que tinha tomado uma portada na cara de alguma italiana sem educação. - eu falei bem humorada. - Mas, aparentemente, disso os italianos não têm culpa. - falei e rimos juntas.

- Não. Dessa vez, eles não têm essa culpa. - ela falou em meio a risadas. - Desculpa mesmo. Você é nova aqui no prédio?

- Sem problemas. Sou sim. Faz só três dias que me mudei do Brasil para cá. Pode me chamar de Carol. Já que Caroline parece mais que estão me dando um sermão. - falei rindo e estendendo minha mão para ela que aceita o cumprimento.

- Rosamaria. Muito prazer. - ela fala simpática.

Seguimos até o elevador numa conversa amigável e descobrimos que íamos para o mesmo andar. Uma grata surpresa, pois eu era sua nova vizinha.

Depois de mais alguns minutos trocando gentilezas na porta do meu apartamento nos despedimos. Ela me fez prometer que a procuraria se precisasse de algo. O que eu agradeci bastante.

Com esses poucos minutos de conversa pude perceber que a Rosamaria era muito simpática e gente boa. Não pude deixar de notar também o quanto ela era linda. Lindíssima. Seus olhos claros tinham uma das tonalidades mais bonitas que já vi. O piercing no nariz a deixava ainda mais sexy. Selvagem.

Ela era um perigo para minha sanidade ou de qualquer outra pessoa que cruzasse seu caminho.

Nuovo Inizio - RosattazOnde histórias criam vida. Descubra agora