Estamos de volta!
Sem mais.
Espero que gostem.------------------------------
A tarde passava tranquila na cafeteria. Eu já tinha respondido todos os e-mails que a empresa havia mando e checado minhas ações no mercado financeiro. De longe, eu observava Léia passear pelas mesas e conversar com alguns clientes. Ela era sempre muito atenciosa e prezava bastante pelas pessoas que passavam por ali. Sempre fazia questão de questionar se estavam sendo bem tratados e servidos. Talvez por isso o lugar fosse tão bom. Pela dedicação que ela tinha diariamente no seu trabalho.
Quando Priscila chegou e sentou-se a minha mesa já era final de tarde. Ela tinha vindo de uma reunião de trabalho e discorria de forma indignada sobre algo que tinha ocorrido. Ela trabalhava num escritório de advocacia onde a maioria de seus colegas eram homens. O que causava algumas discussões calorosas pelo comportamento inapropriado de alguns deles.
Algum tempo depois, Léia se aproximou com uma bandeja trazendo o lanche favorito de sua esposa e sentou conosco. Iniciamos um papo descontraído sobre alguns costumes italianos que achávamos estranhos. Nós chamávamos atenção com as gargalhadas que Daroit dava e eu acabava rindo ainda mais da situação. Mal percebi quando uma figura acanhada se aproximou de nossa roda. Era Rosamaria. Ela direcionou um oi e nos cumprimentou com um aceno de cabeça.
- Olha só se não é minha jogadora de vôlei favorita... - falei rindo da cara de entediada que ela fazia. - Meninas, essa é a Rosamaria minha vizinha e Rosa, essas são minhas amigas Léia e Priscila. - elas acenaram com um sorriso gentil para a recém chegada.
- Ela é bonita mesmo, bem que você falou. - Léia falou rindo e me deixando sem graça enquanto Rosamaria me dirigia um olhar divertido.
- Puxa uma cadeira para sentar aqui com a gente. - Pri falou.
- Ah, obrigada. Mas não quero atrapalhar a conversa de vocês. - ela falou receosa.
- Ih, mas aqui não tem isso, não. - falei me levantando e puxando a cadeira para ela. - Pode sentar aqui e preparar pra rir muito.
E foi isso o que aconteceu a seguir. Logo, todas estavam conversando animadas e Rosamaria já não estava tão tímida. Ela havia se entrosado rapidamente, graças a boa recepção dada pelo casal. Léia até questionou se ela queria provar algo do cardápio o que foi negado, gentilmente, pois ela já tinha se alimentado no centro de treinamento do clube.
Eu observava todas ali dialogando e sentia algo bom. Pela primeira vez, eu via que a minha ideia louca de mudança estava me ajudando a não pensar nos problemas. Não que eles tivessem ido embora. Mas era um alívio ter pessoas que gostavam de mim ali e que me distraíam o suficiente.
Quando a noite chegou, minha vizinha e eu, nos despedimos das meninas. Tínhamos conversado tanto que acabamos indo embora somente quando Léia fechou o estabelecimento.
- Gostei muito das meninas. - Rosa disse quando chegamos a porta do meu apartamento. - Elas foram muito gentis comigo.
- Elas são muito receptivas. - concordei com ela. - Foi assim comigo também. Em um dia, eu estava lá sentada sozinha, no outro as duas já estavam tagarelando comigo. - falei rindo.
- Fico feliz que você tem mais amigas por aqui. - ela falou sincera. - Não é fácil mudar para outro país sozinha. Eu que o diga. - ela falou com um tom reticente e isso me deixou em alerta.
- Rosa, cê quer entrar? - perguntei apontando para a porta fechada. - Eu ainda tenho uma garrafa daquele vinho que cê gostou e posso fazer algo para jantarmos.
- Eu vou aceitar sim, Carol. - ela falou me encarando. - Só porque eu sei que você vai insistir e eu não vou conseguir recusar.
Enquanto eu ajeitava as coisas na cozinha, Rosa foi até seu apartamento para deixar sua mochila e trocar sua roupa por algo mais confortável. Aproveitei para ir adiantando os preparativos do jantar, colocar nossas taças e vinho na mesa.
Depois de ter colocado uma travessa no forno, sentei-me no sofá e esperei até a hora que ela deu duas batidas e empurrou a porta já aberta.
- O cheiro tá tão bom. - ela disse. - Dá pra sentir do corredor.
- Você vai gostar mesmo é do sabor do meu risoto de frango gratinado. - eu avisei. - Mas ainda vai demorar um pouco a ficar pronto. - Peguei a garrafa de vinho e enchi nossas copos, entregando-a uma.
- Eu quero ver mesmo se é tudo isso. - ela riu e agradeceu pelo bebida. - Pelo menos bom gosto para vinho você tem. - ela disse com um meio sorriso.
- Eu tenho bom gosto para várias coisas, Rosamaria. - eu falei rindo com o tom malicioso da minha frase.
- Bom saber, Caroline. - ela disse me encarando com um olhar divertido.
- Me conta como foi seu início aqui na Itália? - questionei depois de alguns segundos em silêncio.
- Não posso dizer que foi fácil. - ela pausou. - No começo eu me sentia muito sozinha, não conhecia ninguém além das meninas do meu time. - suspirou. - Tinha dias que eu chorava com saudades da minha família e das minhas amigas no Brasil. Principalmente nos dias mais difíceis. - ela parou e olhou pra cima. Percebi seus olhos, ligeiramente, molhados. - E não é como se eu não tivesse sido bem recebida aqui, mas era diferente. - ela virou pra mim. - Sabe aqueles dias que você só queria ter um colo? Ou alguém que te dissesse que ia ficar tudo bem? E eu não queria ligar pros meus pais e nem demonstrar aos meus amigos que eu estava triste aqui.
Estiquei minha mão até a dela que estava livre. Fiz um leve carinho enquanto aguardava o tempo dela. Ela parecia ter segurado aquilo por muito tempo.
- Era mais difícil quando eu cheguei. A liga era diferente e eu tive um pouco de dificuldade até me adaptar ao jogo e isso me incomodava ainda mais. Me deixava frustrada e com raiva. - ela desabafou.
- Você ainda se sente assim? - perguntei.
- Triste? Não. - ela falou.
- E sozinha? - a olhei.
- Não como era antes. - ela sorriu levemente. - Tenho alguns amigos por aqui e também criei uma boa amizade com algumas meninas do time.
- Fico mais aliviada por ouvir isso. - sorri.
- Obrigada por me escutar, Carol. - ela entrelaçou nossos dedos. - Eu sei que é algo besta, mas eu nunca tinha contado pra ninguém.
- Nada que te faz se sentir triste é besta... - falei séria. - E Rosa?
- Hum.
- Cê sabe que eu posso ser teu colo, né? - eu falei e o sorriso lindo que ela me deu, bastou como resposta.
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Até a próxima!
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Nuovo Inizio - Rosattaz
FanfictionRecomeço. Era isso que Carol Gattaz buscava quando partiu de seu país para a Itália. Depois de se decepcionar com um relacionamento, não suportar mais o seu chefe e não ter muito apoio da mãe, só uma mudança de ares seria capaz de mudar sua vida. Um...