Capítulo 6

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O pub estava cheio. As pessoas se reuniam com seus grupos e conversavam ao redor de pequenas mesas. O som alto invadia o ambiente. A luz estava baixa, dando um clima mais sexy ao lugar. Nós quatro estávamos numa mesa no canto que era mais afastada do aglomerado. Ali a gente podia ficar mais a vontade e conversar tranquilo, pois a música estava mais baixa.

O papo transcorria tranquilo entre nós. Isso já era algo normal. Parecia que a gente se conhecia há mais de anos. Até a Rosa já tinha se enturmado bem com as meninas. O que deixava o clima muito bom. Inclusive para eu e minha vizinha prosseguirmos com nossas implicâncias. Nós sempre trocávamos provocações e indiretas para mexer com a outra.

Já era madrugada quando Léia e Daroit resolveram ir dançar. Eu as observava, abraçadas, se divertindo com a batida da música antiga. Era lindo vê a relação delas. As duas se completavam de uma forma incrível. Uma era calma e fofa. A outra tinha um jeitão mais sério, até um pouco carrancudo. Elas eram muito unidas e você via que nada de tóxico pingava ali.

Era até um pouco inevitável eu não comparar com minha última relação. Acabei viajando em pensamentos e lembrando de momentos que poderiam ter me dado uma dica sobre como meu noivado estava fadado ao insucesso. A minha cegueira não me deixou enxergar, de fato, o que estava acontecendo embaixo do meu nariz.

Fui interrompida dos meus devaneios quando um cara se aproximou da nossa mesa. Ele parou ao meu lado, em pé, e puxou um papo perto do meu ouvido. Em um reflexo, eu olhei pra Rosa. Ela nos olhava de um jeito que achei estranho. Mas, logo ela pegou seu celular e começou a ver algo na tela. Eu mal prestava atenção no que o rapaz falava comigo. Só me atentei na hora que ele tentou me chamar para dançar. O que eu neguei, educadamente, e pedi para que ele desistisse.

Felizmente, ele respeitou minha negação e foi embora. Até que bem rápido. Olhei, novamente, para Rosamaria que continuava mexendo no celular. Arrastei o banco que eu estava para mais perto dela. O que acabou chamando sua atenção e fazendo-a esquecer o celular.

- Ué, ele já foi? - ela me perguntou.

- Sim. - eu disse simples.

- Você sabe que poderia ter ido com ele, né? Eu não ia me importar.

- Eu não queria ir com ele. - falei. - Não estava interessada. - ela me encarou de uma forma intensa e passou alguns segundos em silêncio até voltar a indagar algo.

- Tem certeza que não foi porque você não queria me deixar sozinha aqui? - ela insistiu.

- Tenho. - sorri de lado. - Eu prefiro mil vezes sua companhia. - pisquei.

- Não fala isso que eu acredito, hein!? - ela riu breve.

- Cê acha mesmo que eu ia preferir ficar de papinho com um macho feio, do que ter a companhia da minha vizinha gata? - falei brincando com ela. Ou nem tanto.

- Acho bom mesmo. - ela falou sorrindo convencida. - Mas tem outro cara ali te olhando e ele é bonito. - ela falou olhando na direção do bar.

- Não estou interessada. - repeti a frase já utilizada. Nem olhei para onde ela olhou. - Espero que ele nem venha aqui. Não quero acabar irritada.

- Põe sua mão na minha perna e sorri pra mim! - ela disse e eu olhei para ela não entendendo nada. - Só faz, Carol. Eu sei o que estou fazendo. - não discuti e fiz o que ela me pediu.

A olhei e dei meu melhor sorriso. A minha mão deslizou por sua coxa desnuda, estacionando por ali e logo, ela colocou sua mão por cima da minha. A gente ficou tanto tempo olhando uma pra outra que mal percebemos dois caras se aproximarem. Ao virem nossa proximidade e nossas mãos juntas em sua perna, eles apenas nos cumprimentaram e saíram de perto. Ainda ouvimos eles comentarem, um para o outro, aquele velho comentário: "que desperdício".

Nuovo Inizio - RosattazOnde histórias criam vida. Descubra agora