Voltei!!! Espero que gostem.
Queria aproveitar e agradecer a minha namorada linda que me ajuda com os capítulos.-----------------------------------------------------------
Três meses se passaram após minha mudança. Eu já estava familiarizada com o bairro e com alguns vizinhos. Todos os dias, de manhã, eu corria pelas calçadas nas proximidades do prédio. Eu até já cumprimentava os donos da padaria e do mercado que tinham por ali. Eu estava me sentindo em casa. As pessoas me tratavam muito bem e cada dia me sentia mais acolhida.
Todas as tardes eu ia para uma cafeteria que tinha há duas quadras de casa. Era ali onde eu fazia meu trabalho, já que aceitei trabalhar no jurídico da empresa da minha família. Claro que com a condição de ser a distância. Eu só precisaria checar documentos, emitir pareceres e ler alguns relatórios. A verdade era que com meu notebook em mãos, eu trabalharia de onde eu quisesse e ainda poderia acompanhar os meus investimentos.
Eu sempre buscava a mesma mesa. Uma das que tinha na calçada. Tinha uma boa visão de todo o lugar e assim, eu observava italianos e turistas circularem pelo agradável espaço que havia se tornado o meu cantinho favorito.
Em algum momento desses dias, enquanto tomava meu café e comia uma das delícias do cardápio, acabei descobrindo que uma das sócias da cafeteria era brasileira. Léia estava sempre por lá, fiscalizando de perto o trabalho dos funcionários e recebendo seus clientes. Eu também conheci a sua esposa. Priscila. Uma mulher muito simpática e acolhedora. Ela sempre ia por lá quando saía do trabalho. Em poucos dias fomos nos tornando amigas. As duas sempre que podiam sentavam comigo e conversávamos sobre o Brasil e vários outros assuntos. Nós também saímos juntas algumas vezes. Elas me levaram em alguns locais que eu não conhecia. Praticamente me apresentaram a cidade. Agora, a gente já planejava viajar para uma praia na cidade vizinha com algumas amigas delas.
A vista daquela mesa me fazia ter uma perfeita visualização também de quem passava pela rua e quase sempre eu via minha vizinha passar com sua mochila nas costas e roupas de treino. Ela sempre me olhava e acenava, sem jeito, do outro lado da calçada. Desde que a tinha conhecido na porta do prédio, ainda não tínhamos tido mais do que alguns cumprimentos. Ela parecia ter uma vida corrida e quando nos esbarrávamos no corredor, as vezes, ela carregava uma mala. Ela sempre era agradável e simpática comigo. Mas parecíamos nos desencontrar, pois quando ela estava saindo eu estava chegando. Ou até o contrário.
Porém, essa semana algo de diferente acontecera. Eu estava na mesa sozinha, sem a companhia de Priscila ou Léia, lendo alguns e-mails quando senti alguém se aproximar. Com um ato automático, eu levantei meu rosto e o meu olhar foi de encontro ao verde. Aos verdes olhos da minha vizinha. Confesso que minha cara deveria está impagável pela surpresa em vê -la ali, já que ela nunca se aproximava. Eu até demorei uns segundos para cumprimentá-la e convidá-la a se sentar.
Durante o resto daquela tarde, conversamos e eu descobri que ela era jogadora de vôlei. O que explicava o fato dela sempre passar com as roupas esportivas e das malas de viagem. Ela competia por um time local e vivia tendo que se deslocar para outras cidades quando tinha jogos fora. Ela me contou tudo sobre sua rotina de jogos e treino. Era apaixonada pelo que fazia, dava pra ver bem pelo brilho no olhar e a forma como ela descrevia as coisas.
E falando em olhar, eu me sentia um pouco desconcertada quando tinha aqueles olhos vidrados em mim enquanto eu falava um pouco sobre como tinha ido parar ali. Ela me ouvia tão atenta que as vezes eu até desviava um pouco para não encará-la. Eu me utilizava do fato de dar goles no meu café para desviar.
Naquele dia, nós voltamos juntas para casa. Caminhamos tranquilamente até nosso condomínio enquanto eu brincava sobre precisar de um ano sabático na Itália. Obviamente que eu não contei sobre minha ex e também não mencionei sobre a empresa de agronegócio da minha família. Mas acho que o fato de alguém se mudar de uma hora para outra e para outro país já dizia muito sobre mim. Pulando essa parte e algumas outras, acabei falando do meu ex-chefe. Isso rendeu uma boa risada dela quando fiz alguma piada idiota sobre ele.
Quando nos despedimos, já na porta do meu apartamento, eu a perguntei se poderia ir a algum jogo torcer por ela. Completamente sorridente ela me falou que ficaria muito feliz de ter alguém torcendo por ela na arquibancada. Depois disso, trocamos telefone e ela ficou de me mandar a localização e o horário do próximo jogo no ginásio do clube.
Passado alguns dias, ela me mandou as informações sobre o jogo por mensagem e depois bateu a minha porta com um ingresso na mão.
- Eu não sabia se batia ou se colocava debaixo da porta. - ela disse tímida.
- Uai, não tem porque ter cerimônia comigo não. - falei simpática. - Entra? Eu tou terminando de preparar o jantar. - abri a porta e a chamei. Ela me seguiu ao mesmo tempo que dizia que não queria me incomodar. - Você me acompanha? Minha salada com camarão é a melhor que você vai comer. - falei fazendo ela rir.
- Eu não quero mesmo te incomodar, Carol. - ela fala ainda risonha pela graça que eu fiz.
- Poxa, eu vou sair de casa em plena sexta-feira a noite para ver seu jogo, o mínimo que você deveria fazer por mim era me acompanhar nessa salada e no vinho. - falei com falso drama.
- Olha, já que você tá insistindo, eu topo! - falou em meio a risos. - Eu tou bem cansada do treino e acho que não teria muita disposição para preparar algo.
Ela acabou me ajudando a colocar os pratos, talheres e taças na mesa. Jantamos e conversamos mais sobre nossas vidas. A timidez dela até foi embora depois que passamos um tempo dividindo histórias engraçadas. E se o olhar dela me desconcertava antes era porque eu ainda não tinha visto o seu sorriso em meio a gargalhadas.
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Até a próxima!
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Nuovo Inizio - Rosattaz
FanficRecomeço. Era isso que Carol Gattaz buscava quando partiu de seu país para a Itália. Depois de se decepcionar com um relacionamento, não suportar mais o seu chefe e não ter muito apoio da mãe, só uma mudança de ares seria capaz de mudar sua vida. Um...