Capítulo 10

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Estamos de volta antes do que eu esperava. Aproveito para agradecer vocês pelos votos e comentários. ❤️

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Um mês havia se passado desde a nossa pequena viagem a praia. Gabi tinha feito um grupo, em um aplicativo de mensagens, e colocado todas nós. Todas interagiam por lá diariamente. Era uma bagunça boa. A intimidade que a gente criou desde aquele fim de semana tinha contribuído para as piadas que eram ditas ali. E tenho que dizer que a maioria eram feitas comigo e Rosa. Foi aí que descobrimos que tínhamos uma amiga boca suja. Ela xingava horrores. Tanto no grupo, quanto nos jogos. Nós passamos a ir quase toda semana assistir no ginásio e agora tinha ficado mais perceptível essa atitude. Já tinham feito até algumas figurinhas.

Eu estava fazendo o almoço quando a Rosamaria apareceu na minha porta. Devo dizer que já era a terceira vez naquela semana que ela vinha almoçar. E ainda era quarta-feira. Ela deitou-se no sofá, como sempre muito folgada, enquanto aguardava a comida ficar pronta.

Como minha cozinha era americana, nós conversávamos com tranquilidade e eu a olhava em alguns momentos. Eu pensava o quanto eu poderia me acostumar com aquilo todos os dias. Era sempre muito bom ter ela aqui comigo, poder conversar e compartilhar de um almoço ou um jantar. As vezes eu até ria desses meus pensamentos, porque com certeza essa sensação que eu tinha era de carência. Nada mais que isso. Mas ao mesmo tempo, eu também sabia que no fundo eu tinha uma queda, ou talvez mais que isso, por ela.

Coloquei algumas verduras picadas na panela com o frango e me escorei no balcão aguardando ficar pronto. Eu a observava falando sem parar sobre algo que eu já nem prestava mais tanta atenção devido meus devaneios. Ela estava linda. Ou melhor, ela era linda. Mas eu repetia para mim o quanto ela estava sendo minha amiga e que eu não deveria a olhar com outros olhos. Afinal, ela não me via da forma que eu a via. Pelo menos era o que eu achava.

- Tu me escutou, Carol? - ela falou olhando para mim.

- Sim. Claro. - menti.

- Que mentira, Caroline! Já perguntei duas vezes sua opinião e você tá aí que nem se mexe.

- Me desculpa. - falei suspirando. - Eu só me distraí um pouco.

- Aconteceu algo? Tá tudo bem? - ela disse levantando e sentando no sofá.

Então, eu acho que estou me apaixonando por você, a respondi mentalmente. Talvez essa seja a resposta verdadeira. Mas eu jamais falaria isso.

- Não, nada demais. Tá tudo bem sim. - eu a tranquilizei. - Eu só estava pensando se tinha alguma coisa importante da empresa para revisar hoje. Se eu não tinha esquecido algo.

- Ah, entendi. Normal, né? Coisas da idade ter medo de não lembrar de alguma tarefa importante. - ela falou rindo. - Quer que eu te compre uma agenda?

- Lá vem você com essas brincadeiras, Rosamaria. - eu falei balançando minha cabeça em negação.

Esse era um dos motivos que me faziam achar que eu não tinha nenhuma chance com ela. Apesar de serem brincadeiras, na maioria das vezes, eu sentia uma certa frustração. Não era mágoa pelas piadas. Aquilo não me deixava chateada. O problema era que eu queria que ela me enxergasse como mais que uma amiga mais velha.

Quando o almoço ficou pronto, comemos e conversamos sem pressa. A minha vizinha não tinha treino a tarde e eu não tinha trabalho importante para ser verificado hoje. Nós ficamos por ali até terminarmos nosso prato e ela me ajudar lavando a louça.

- Cê tá muito abusada! - eu falei quando sentei no sofá e senti ela jogando suas pernas em meu colo. Ela apenas riu e se ajeitou melhor.

E mais uma vez a sensação de conforto me atingira. Por mais que eu implicasse, eu gostava de ficar assim com ela. Era bom. Eu não me importava de fazer almoço ou jantar a mais quando ela vinha. Nem me importo quando ela se joga no meu sofá e fica esperando para eu lhe dar carinho. Se ela viesse todos os dias, eu me importaria menos ainda.

Nuovo Inizio - RosattazOnde histórias criam vida. Descubra agora