- capítulo quatro.

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Lembro de quando eu era menor, das vezes que via minha mãe chorando encolhida no sofá após uma briga com meu pai

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Lembro de quando eu era menor, das vezes que via minha mãe chorando encolhida no sofá após uma briga com meu pai. Eu pensava que ele havia machucado ela, mas meu pai nunca machucou ninguém fisicamente, apenas psicologicamente, o que para mim machuca bem mais.

Ele nunca foi um homem bom o suficiente para conseguir ser um pai e marido. Talvez ele culpe minha mãe por ter tido uma mulher e não um homem.
Minha adolescência inteira eu tentei suprir essa "vazio" que ele tinha, cheguei a pensar que eu fosse lésbica mas não sou.

Hoje em dia qualquer tipo de homem que me faça sentir menor, não incapaz, apenas pequena ao seu lado me faz estremecer.

Hoje é domingo, não tenho aula, e eu estou sentada em minha cama fazendo alguns resumos sobre facas, panelas e utensílios em geral da cozinha, para que cada um é usado.

No momento seguinte em que colo o resumo do google em meu texto escuto a porta do quarto ser aberta e vejo Lucca acompanhado de Pietro entrarem no ambiente.

Minhas mãos tremem por alguns rápidos segundos, pensando em umas das noites passadas em que Lucca me deu um aviso, optei em não ligar para isso pois acredito que foi um surto de ciúmes do melhor amigo que ele teve ali, aquela hora.

- Eai Ana. - Pietro diz passando na frente de Lucca para vir em minha direção, abrindo um sorriso de orelha a orelha. A gente não se via desde segunda.

- Oi Pi. - Sorrio sem mostrar os dentes para ele, o mesmo chega perto de mim bagunçando meus cabelos trazendo algumas mechas dele para frente e eu o encaro brava. - Você precisa parar com isso.

- Jamais. - Ele solta uma risada e senta nos meus pés encostando na parede.

- Ele insistiu em vir te ver. - Lucca agora se pronuncia com uma cara de poucos amigos enquanto se senta do outro lado do cômodo, em sua cama.

- É claro, não vejo a mini chef faz um tempo. - Ele sorri me encarando e depois olhando para Lucca.

- Tanto faz, cara. Não perguntei.

- Rude. - Pietro diz e eu solto uma risada divertida.

- Vocês parecem namorados.

- Credo, sai dessa - Lucca diz fazendo uma cara de nojo.

- Ele é homofóbico. - Pietro diz balançando a cabeça em negação e eu faço o mesmo.

- Nossa, volte para 1800. O que você está fazendo aqui?

- Não enche vocês dois. - Ele mostra o dedo do meio para a gente e coloca a mexer em seu celular.

Abaixo a frente de meu notebook, para assim conseguir fecha-lo e encaro Pietro, esse que estava olhando para o nada pensando em algo.

O cutuco com a ponta do pé, o fazendo me encarar e eu sorrio.

- O que você quer, em? - Pergunto o fazendo sorrir envergonhado.

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