Despedidas.

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(Penny – 14 anos – 3º pessoa)

"Querido Diario, eu quero que meu pai vá se ferrar! Eu faço de tudo para sentir o orgulho dele por mim de novo, eu queria que esses peitos idiotas caíssem! É tudo por causa deles! Eu era a pegadora! Agora eu sou Penny, a menina!

Poxa! Eu não pedi por isso! Eu não pedi para menstruar, eu não pedi para não ter um porr* de pinto e ter um útero e eu não pedi para ter peitos! Meu irmão tem tanta sorte! Minha mãe não grita com ele por tudo que ele faz não é feminino! Ele apenas nasceu menino e tem tudo na mão, eu só quero voltar a ser a pegadora!"

Penny estava sentada em sua cama em posição fetal com o diário apoiado nos joelhos, ela estava vestida com calças jeans e blusa xadrez folgada, além de um boné de beisebol, itens que ela achava que deixariam seu pai orgulhoso, mas parecia que roupas de menino não eram o suficiente para voltar a ter aquele olhar, como ela sentia falta dele.

No ano passado seus peitos tem crescido e ela começou a menstruar, sua mãe ficou encantada, mas para seu pai parecia que ela havia matado um bezerro! Ela lembra do olhar e pânico que ele tinha quando olhou para seu jeans manchado de sangue em saber o que fazer.

Ela estava farta! Farta de tudo isso! Lágrimas escorriam de seus olhos enquanto ela olhava com a visão borrada para a página do seu diário, logo ela arrancou a página com força e uma raiva sem fim a inundou.

Ela rasgou, amassou em uma bola e jogou na parede, não satisfeita, ela jogou seu diário junto, a raiva não havia passado, ela gritou em um travesseiro e começou a socar a cama, depois de algum tempo a raiva se foi novamente, seguida pela tristeza, ela não sentia vontade de comer.

Hoje seu pai a deixou em casa e foi pescar com seu irmão, como se ele quisesse ir, papai só não queria que ele saísse com aqueles amigos drogados dele.

Depois ela teve uma briga feia com a mãe dizendo para ela que não queria aprender nenhuma merda de tricô, sua mãe irada a deixou de castigo, ela só queria acabar o dia, mas não conseguia dormir, estava cedo, então se apoiou na cama e olhou fixamente para o teto tentando não pensar em nada e desligar o cérebro.

Não funcionou, as imagens do seu pai com ela e da traição que sentiu quando ele a afastou, ele ainda falava com ela e cuidava dela, ela sentia que ele a amava, mas não tinha aquele brilho nos olhos e cada vez menos tempo era passado com ela, principalmente em "coisas de menino".

Os olhos esbugalhados e vermelhos adquiriram novas lagrimas e elas caíram com força, mas Penny não fez nada dessa vez, apenas ficou parada olhando para o teto.

-Penny, a menina. – Ela repetiu, um gosto amargo permeando sua boca.

==x==

(Sheldon – 16 anos – Texas)

-Então, do que você precisa Shelly? – Georgie perguntou dentro do seu escritório.

-Depois das férias eu vou para Omaha dar algumas palestras em algumas escolas, então eu fiz esse plano para Missy, espero que você possa a ajudar a segui-lo. – Falei tirando um fichário e entregando a ele.

-Uou, isso é bem grande, o que tem aqui? – Ele perguntou abrindo-o

-Várias profissões que correspondem ao que eu conheço pela Missy, outras que coloquei como um experimento, você deve leva-la para descobrir o que ela quer fazer da vida, resta apenas dois anos até a formatura dela. – Eu deixei claro.

-Eu vejo... garçonete? Sério? Aeromoça, atriz, concierge, relações internacionais? O que é isso? Quer saber, deixa para lá, porque você jogou isso para mim? E a mamãe e a Vózinha? – Ele perguntou intrigado.

A teoria do big bang - A garota do campoOnde histórias criam vida. Descubra agora