𝑪𝒂𝒑𝒊́𝒕𝒖𝒍𝒐 𝟏𝟐

289 12 7
                                    

ғɪɢʜᴛᴇʀᴛᴏᴡɴ, ᴜsᴀ

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

ғɪɢʜᴛᴇʀᴛᴏᴡɴ, ᴜsᴀ

Hangman andava pelas instalações do hangar com a mente fervilhando em pensamentos. Ele não entendia como que um único dia poderia ter tamanhas reviravoltas de sentimentos. Ele viveu aquelas horas como se estivesse em uma montanha-russa e ele odiava montanhas-russa.

Ele havia planejado aproveitar um dia tranquilo na praia. Talvez surfar um pouco, ou apenas sair com Coyote enquanto bebiam algumas cervejas. Um dia comum na vida de um piloto de caça. Porém, tudo começou a desandar logo quando ele chegou no The Hard Deck. Sua irmã ligou para mais uma vez insistir que ele comparecesse no evento de seus pais, mas ele se pôs resoluto.

Depois, foi a vez de sua própria mãe ligar e ele não atendeu. Não poderia. Não conseguiria atender. A sua mágoa e decepção ainda eram muito grandes para tal. Ele não tinha certeza se falando com ela acabaria descontando toda a sua raiva em palavras ou em um choro infantil. As duas opções lhe eram terríveis de acontecer.

Hangman aprendeu a guardar as suas emoções desde cedo, pois as pessoas não ligavam para isso nem para o que ele dizia. Ser ignorado a vida inteira o mudou em camadas tão profundas que ele não saberia dizer se um dia seria capaz de transpor todas. Era bem mais fácil colocar uma máscara e seguir em frente, afinal o mundo era assim. Ninguém realmente liga para nada a não ser si próprio, então por que ele deveria ligar?

Esse seu pensamento entrou em choque com as atitudes de Phoenix naquele dia. Ele sabia que poderia ter passado um pouco dos limites com ela e com Rooster, até com Claire e super entendia a raiva em sua direção. Ele esperava isso. O que ele não esperava era uma sucessão de atos carinhosos vindo de alguém como Natasha Trace.

Hangman não a conhecia há muito tempo. Não mesmo. Mas conviveu com ela tempo suficiente para entender que Phoenix era uma mulher forte, determinada e que cuidava muito bem de seus amigos. Ela tinha um olhar duro, compenetrado. E ele tinha quase a certeza que ela poderia ser vingativa. Ele esperava aquilo dela sempre que a provocava e a Storm. Mas não. Por algum motivo, ela o julgou digno de receber carinho, de ser acalmado.

Ele não entendia. Nunca viu algo assim. Ele era o seu rival, seu adversário, em alguns momentos até o seu inimigo, mas ela cuidou dele mesmo assim. A cada ligação de sua mãe, ele se sentia mais inundado em mágoa. As lembranças de suas palavras, as risadas, a dor tudo voltava logo que ele via o seu rosto na tela. E Phoenix percebia. Porra, ela percebia. Ele passou anos de sua vida se escondendo atrás das máscaras, mas chegou ela e o descobriu. Ela o viu. Aquilo foi irritante e ao mesmo tempo reconfortante.

Passar aquela tarde com ela era a última coisa em seus planos, mas se tornou a mais essencial diante ao que ele sentia com os telefonemas. Ele adorava o modo como ela jamais fugia de um bom jogo e enfrentamento. Hangman notava o brilho naqueles lindos olhos negros toda vez que a partida se tornava difícil e ele não conseguia evitar um sorriso de satisfação. Naquele ponto, eles eram iguais. Dois loucos pela adrenalina de uma boa competição.

ᴛᴏᴘ ɢᴜɴ: ғɪɢʜᴛᴇʀ ᴡᴇᴀᴘᴏɴs Onde histórias criam vida. Descubra agora